Hans Eworth ou Hans Ewouts (c. 1520 a 1574) foi um pintor flamengo que trabalhou na Inglaterra no século XVI. Junto com outros flamengos exilados, fez carreira na Londres dos Tudors pintando imagens alegóricas e retratos dos donos de terras e da nobreza.[1] Cerca de 40 pinturas são atualmente atribuídas a Eworth,[2] entre elas retratos de Maria I e Isabel I. Eworth também fez trabalhos comissionados de decoração para o Escritório das Festividades de Isabel I na década de 1570.

Hans Eworth

Nascimento 1520
Urbino, Itália
Morte 1574 (54 anos)
Nacionalidade Flamengo [N. a]
Ocupação pintor
Movimento estético Renascimento

Carreira

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Retrato de uma senhora desconhecida, primeiramente nomeado Mary I (Possivelmente Dama Jane Dormer ou a Dama Jane Grey), c. 1550–55
 
Retrato alegórico de John Luttrell, 1550, óleo sobre painel

Nada se sabe do início do treinamento de Eworth. Como "Jan Euworts",[3] ele é relembrado como um homem livre na Guilda de São Lucas na Antuérpia de 1540. Um "Jan e Nicholas Ewouts, pintor e mercador" foi expulso da Antuérpia por heresia em 1544 e estudiosos[quem?] geralmente aceitam que este Jan e Hans são a mesma pessoa.[4] Em 1545 já era morador de Londres, onde ele é decentemente documentado (sob uma grande variedade de grafias) até 1549.[1]

Os mais antigos trabalhos de Eworth que ainda sobrevivem datam de 1549 a 1550. Eles incluem o retrato alegórico de John Luttrell onde a deusa Pax comemora as façanhas militares de Luttrell e o Tratado de Bolonha (24 de março de 1550) que finalmente trouxe a paz entre a Inglaterra, Escócia e França depois de longas guerras entre os países.[5] O original, assinado com o monograma de Eworth, "HE", foi doado para o Instituto de Arte Courtauld pelo Lorde Lee de Farnham em 1932.[6] A pintura estava em condição "muito danificada" quando foi doada ao instituto, embora tenha sido conservada e restaurada em seguida.[7]

Embora não haja evidência direta de que a mais importante benfeitora de Eworth tenha sido a rainha Maria I, a maioria dos estudiosos[quem?] aceitam atualmente que é esse o caso.[8] Todos os seus retratos conhecidos de Maria I parecem ser variantes de um retrato na National Portrait Gallery que contém o monograma de Eworth e data de 1554 no canto superior esquerdo.[2] Um segundo retrato, este na coleção da Sociedade de Antiquários de Londres, é também assinado e datado de 1554. Dois outros retratos mostram Maria em estilos mais avançados e considera-se[quem?] que tenham sido pintados entre 1555 e a morte da rainha, em 1558. Na década seguinte, Eworth continuou a pintar retratos da aristocracia, incluindo casais como Thomas e Margaret Howard, duque e duquesa de Norfolk, e James Stewart e a Condessa de Moray.[9]

Apesar das frequentes aparições do monograma "HE", a atribuição de trabalhos a Eworth e a identificação de seus modelos continuam em atividade. Uma pintura conhecida identificada por George Vertue em 1727 como a Frances Brandon e seu segundo marido Adrian Stokes foi agora[quando?] corretamente identificada como Mary Nevill e seu filho Gregory Fiennes.[10] A pintura alegórica Elizabeth I and the Three Goddesses (Isabel I e as Três Deusas) de 1569, com seu monograma ligeiramente diferente, tem sido atribuída por Roy Strong frequentemente ao "Monogramista HE" em 1969.[9] e mais seguramente a Joris Hoefnagel em 1987;[11] agora é aceito como um trabalho de Eworth.[12] Os último trabalhos documentados de Eworth datam de 1570-1573[13]

Como vários outros artistas da corte dos Tudors, Eworth também engajou-se em trabalhos decorativos. Ele envolveu-se no projeto de um ambiente para uma mascarada dada por Isabel I em honra de um embaixador francês em 1572. Históricos de pagamentos mostram que Eworth estava projetando para o Escritório das Festividades até 1573. Eworth provavelmente morreu em 1574.[1][4]

Galeria

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Referências

  1. a b c Concise Grove Dictionary of Art (Grove Dicionário Conciso de Arte), "Hans Eworth".
  2. a b Cooper, "Hans Eworth: Four case studies of painting methods and techniques"
  3. Hearn has "Eeuwowts", p. 63
  4. a b Hearn pp. 63–64
  5. As complexas alusões nessa pintura forma interpretadas pela primeira vez pela Dama Frances Yates em "The Allegorical Portraits of Sir John Luttrell", Essays in the History of Art Presented to Rudolf Wittkower (Londres, 1967), p. 149–60, citado e sumarizado em Hearn, p. 65 e Cooper, p. 22
  6. Ernst Vegelin van Claerbergen, The Portrait of Sir John Luttrell: A Tudor Mystery, Londres: Jistlynn Ltd., 2000, 1.
  7. Uma cópia bem preservada, que foi feita por George Luttrell em 1591 e que agora é exibida no Castelo Dunster foi a fonte de grande parte da pesquisa da Dama Yates. Londres, Van Claerbergen, The Portrait, 1-3.
  8. Hearn sugere que era esse o caso devido ao alto escalão da rainha e ao acesso limitado que ele teria com ela se não fosse sua benfeitora.
  9. a b Strong 1969
  10. Baseando-se na idade dos modelos e no anel utilizado por Mary Neville; ver Hearn p. 68; ver também Elizabeth Honig, "In Memory: Lady Dacre and Pairing by Hans Eworth" em Renaissance Bodies: The Human Figure in English Culture c. 1540–1660.
  11. Strong 1987, p. 42
  12. The Royal Collection, que é proprietária da obra, a atribui a Eworth.
  13. Um retrato de Isabel I c. 1570, atribuído a Eworth, vendido em leilão em 1996 e agora na Galeria de Arte de Denver, coleção Berger. A coleção Wallace tem "Retrato de um cavalheiro da família Selwyn", datado de 1572 e atribuído a Eworth de forma similar.

Bibliografia

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  • van Claerbergen, Ernst Vegelin. The Portrait of Sir John Luttrell: A Tudor Mystery, Londres: Jistlynn Ltd., 2000.
  • Cooper, Tanya, A Guide to Tudor & Jacobean Portraits, National Portrait Gallery, Londres, 2008, ISBN 9781855143937
  • Cooper, Tanya. «Hans Eworth: Four case studies of painting methods and techniques». Making Art in Tudor Britain. Consultado em 14 de novembro de 2008 [ligação inativa] [ligação inativa]
  • Cust, Lionel, 'The Painter HE', Second Annual Volume of the Walpole Society 1912-1913, Oxford (1913) & Londres (1969), 1-44.
  • Hearn, Karen, ed. Dynasties: Painting in Tudor and Jacobean England 1530-1630. Nova Iorque: Rizzoli, 1995. ISBN 0-8478-1940-X
  • Honig, Elizabeth, "In Memory: Lady Dacre and Pairing by Hans Eworth" em Renaissance Bodies: The Human Figure in English Culture c. 1540–1660 editado por Lucy Gent e Nigel Llewellyn, Reaktion Books, 1990, ISBN 0-948462-08-6
  • Strong, Roy,The English Icon: Elizabethan and Jacobean Portraiture, 1969, Routledge & Kegan Paul, Londres (Strong 1969)
  • Strong, Roy, Nicholas Hilliard, 1975, Michael Joseph Ltd, Londres, ISBN 0718113012 (Strong 1975)
  • Waterhouse, Ellis, Painting in Britain, 1530–1790, 4th Edn, 1978, Penguin Books (atualmente Yale History of Art series)

Ver também

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