L'Origine du monde
L'Origine du monde (A Origem do Mundo em francês), de 1866, é um quadro pintado pelo realista Gustave Courbet a pedido do diplomata turco otomano Khalil-Bey, que solicitou ao pintor uma pintura que retratasse o nu feminino na sua forma mais crua, por ser colecionador de imagens eróticas.
L'Origine du monde | |
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Autor | Gustave Courbet |
Data | 1866 |
Técnica | óleo sobre tela |
Dimensões | 46 × 55 |
Localização | Museu de Orsay, Paris |
História
editarArruinado ao jogo, o diplomata teve que vender toda a sua colecção, e L'Origine du Monde foi comprado por um antiquário e escondido por trás de um outro quadro de Courbet. O seu dono seguinte, no início do século XX, terá sido Émile Vial, um cientista e colecionador de arte japonesa.
Em 1910 ou 1913, um aristocrata e colecionador húngaro, o barão François de Hatvany, adquiriu-o e levou-o para Budapeste. Parte da coleção de arte do barão foi roubada pelo Exército Vermelho durante a Segunda Guerra Mundial, mas depois do conflito o seu proprietário conseguiu recuperar uma fracção daquela, na qual se incluía L'Origine du Monde.
Obra que foi parar na sala da casa de campo do psicanalista francês Jacques Lacan, que por sua crueza, foi escondida sob uma pintura de madeira do seu cunhado André Masson.
Após a morte da viúva de Lacan, em 1994, o Estado francês aceitou L'Origine du Monde como doação para resolver os direitos de sucessão da família Lacan.
Finalmente, em 1995, a tela de Courbet foi exposta publicamente pela primeira vez na sua existência, no Musée d'Orsay, onde se encontra actualmente.
Em fevereiro de 2013, a revista Paris Match divulgou a notícia de que foi achada uma pintura, com rosto de uma mulher, que deveria ser a parte alta de l'Origine du Monde. A história seria que a pintura foi dividida em duas partes por Courbet. Paris Match diz que fizeram dois anos de pesquisas.[1] O modelo deveria ser Johanna Hiffernan; mas parece que o Musée d'Orsay recusa essa ideia.
Em junho de 2014, a artista plástica luxemburguesa Deborah de Robertis expôs o seu sexo diante do quadro no Museu D'Orsay. A performance ‘O espelho da origem', apresentada pela artista no museu francês, pretendia recriar a famosa e polémica obra. A artista plástica sentou-se em frente ao quadro, levantou o vestido e fez a reprodução viva do mesmo para o público daquele museu parisiense. Embora tenha sido bastante aplaudida, a reinterpretação da obra do pintor pela artista valeu-lhe uma queixa do museu por exibicionismo sexual.[2]
Filmografia
editarBibliografia
editar- Dagen, Philippe. Le Musée d’Orsay dévoile L’Origine du monde'. Le Monde.
- Dagen, Philippe. Sexe, peinture et secret. Le Monde.
- Maxime Du Camp, Les Convulsions de Paris, 1878.
- Isabelle Enaud Lechien, James Whistler, ACR Édition.
- Stéphane Guégan; Michèle Haddad, L’ABCdaire de Courbet, Flammarion.
- Noiville, Florence. Le retour du puritanisme. Le Monde.
- Thierry Savatier, L'Origine du monde, histoire d'un tableau de Gustave Courbet, Paris, Bartillat, 2006.
- Thomas Schlesser, L’Origine du monde in Dictionnaire de la pornographie, Paris, Presses Universitaires de France, 2005.
- Bernard Teyssèdre, Le roman de l'Origine, Paris, Gallimard, 1996.
Curiosidade
editarA julgar pela venda dos postais com reproduções das obras do museu, é o segundo mais popular da instituição, após Le Moulin de la Galette, de Renoir.
Referencias
editar- ↑ L’origine del mondo, la donna del quadro di Courbet ha un volto
- ↑ «Artista exibe vagina no Museu D'Orsay». Arquivado do original em 6 de junho de 2014
- ↑ «Courbet - L'Origine du monde Documentário de Jean-Paul Fargier». Consultado em 18 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 29 de dezembro de 2008