• Pensadores


“A informação tornou-se talvez o negócio mais importante e o que mais cresce no mundo.”


É um escritor futurista americano, seu trabalho tem como principal tema a discussão sobre a revolução digital, da comunicação e das corporações, além da singularidade tecnológica.


Seu interesse sobre tecnologia e seus impactos na sociedade, como a sobrecarga de informação, o fez escrever alguns livros abordando esses temas, como: Choque do Futuro (1970), e A Terceira Onda (1980).


Em A terceira Onda (The Third Wave – 1980), Toffler descreve uma nova ordem mundial: a sociedade pós-industrial. Esta nova ordem mundial emerge após a sociedade industrial que ele chama de a Segunda Onda, a qual teria sido precedida pela sociedade agrícola, a Primeira Onda.


A grande novidade da Terceira Onda é o surgimento da customização e desmassificação da produção em oposição à produção em massa e padronizada que caracteriza a Segunda Onda.


Na sociedade pós-industrial, a essência da produção se apresenta na produção de produtos parcial ou completamente personalizados, adequados às necessidades e preferências do consumidor concreto.


Por outro lado, o consumidor e o produtor deixam de estar separados para se tornarem quase indistintos – o consumidor passa a estar integrado no processo de produção, expressando as suas escolhas e preferências. Essa brecha existente entre produtores e consumidores é preenchida com tecnologia, em especial as tecnologias de comunicação, como celulares e conexão à Internet.


Toffler chega a criar uma palavra para designar este novo consumidor que passa a ser em simultâneo um produtor: o prosumer, união das palavras – producer (produtor) e consumer (consumidor). O prosumer pode de certa forma satisfazer suas próprias necessidades, atualmente alguns dos exemplos que Alvin Toffler cita são os programas open source, e os trabalhos freelance.


De acordo com Toffler, “Hoje, em vez de massas de pessoas recebendo todas as mesmas mensagens, grupos desmassificados menores recebem e enviam grandes quantidades de suas próprias imagens de uns para os outros. Enquanto a sociedade inteira se desloca para a diversidade da Terceira Onda, os novos meios de comunicação refletem e aceleram o processo.

“Se a nova tecnologia de telecomunicação pode gerar problemas novos, também pode gerar soluções novas para problemas antigos. Tudo depende de como nós vamos usá-la.”


Formada em Jornalismo e Psicologia, é autora de vários livros e artigos que tem como principal tema os impactos psicológicos das transformações sociais que ocorreram no Brasil, principalmente pelo uso de novas tecnologias digitais, como celulares e a Internet. Seus dois principais trabalhos na área são, Na Malha da Rede (1998), e Cabeças Digitais (2006), no qual foi a organizadora dos artigos apresentados no 1º Encontro sobre Tecnologia e Subjetividade; os 10 anos da Internet Comercial no Brasil.


Em seu primeiro livro, Na Malha da Rede: os impactos íntimos da Internet (1998), Nicolaci fala sobre o período que se seguiu à chegada da Internet no Brasil, em 1995 e as inúmeras reações que provocou.


De acordo com a autora a, “A interatividade online, ao mesmo tempo em que conquistou muitos adeptos, gerou muito medo de que as interações mediadas por computadores viessem a substituir os relacionamentos face a face, o toque, o cheiro.


Mas desde então a exploração do espaço virtual consome muitas horas online, mesmo sendo vista como uma nova forma de vício, essa nova e poderosa tecnologia atraiu milhões de usuários que já não conseguem passar muitas horas longe do “ciberespaço”. De acordo com Ana Maria Nicolaci, “O ciberespaço é um espaço onde as máquinas reinam soberanas. Lá, as máquinas se comunicam com máquinas, homens se comunicam com máquinas e homens se comunicam com homens através das máquinas. Ou seja, no ciberespaço, o homem não tem vida independente da máquina.


O livro, Na Malha da Rede, reúne reflexões e depoimentos de comportamentos e reações gerados e causados pela Internet. Nicolaci destaca que não só pessoas, mas também a própria Internet, que ”forneceram o farto material de pesquisa que serviu de base às análises, reflexões e conclusões.


No livro Cabeças Digitais, Ana Maria Nicolaci-da-Costa reuniu 12 artigos que tinham como tema principal a Internet e seus impactos na sociedade, alguns se destacam como: Do papel para a tela, o nascimento do “homem digital”, por Raphael S.; Nós e a Internet, por Márcio Souza.; Rede de pessoas, por Jaqueline Pedreira.


Na Internet o caminho é ida e volta; você recebe, mas você também dá. As idéias entram e também saem. E isso faz uma enorme diferença. Isso é comunicação de fato. Isso é interatividade.” Jaqueline Pedreira, Rede de Pessoas.

“Na economia global, nenhuma pessoa, empresa ou nação é uma ilha. E a verdadeira nova regra para a competitividade nos negócios, ‘colabore ou morra’, é global.”


É um consultor executivo canadense, autor de vários livros especializados em estratégia empresarial, e o papel da tecnologia nos negócios e na sociedade. Seus livros de maior destaque são: Wikinomics: Como a colaboração em massa pode mudar seu negócio (2006), e A Hora da Geração Digital: Como a Geração Net está mudando seu mundo (2008).


Em seu livro, Wikinomics, Tapscott aborda temas relacionados às mudanças que a colaboração vem trazendo e que revolucionam os relacionamentos entre empresas e os vários públicos interessados, como clientes, colaboradores e fornecedores. O autor apresenta vários casos de colaboração que envolvem redes sociais, crowdsourcing, e compartilhamento de informações, como o Linux, Wikipedia, Youtube, Second Life e o projeto Genoma Humano.


Projetos que foram realizados não só através da Internet, mas na Internet. A era digital possibilitou um aumento de inovação tecnológica que só é possível com a ferramenta que conecta os computadores e as pessoas de todo o mundo.


Para o autor, “A digitalização significa que a informação pode ser compartilhada, cruzada e reproposta como nunca antes. O conhecimento pode crescer mais rapidamente em redes de empresas e instituições que se cruzam sem obstáculos, superando fronteiras disciplinares.” Para melhor explorar a capacidade do coletivo e estimular a inovação, empresas e companhias das mais variadas áreas, estão criando equipes formadas por centenas e até milhares de colaboradores.


Enquanto alguns líderes temem o crescimento desmesurado das comunidades online, a economia das multidões inteligentes prova que este temor é infundado. Essa nova força motora que reúne inúmeras pessoas cria um cérebro gigantesco que pode pensar em conjunto sobre diversos problemas e solucioná-los.


Esses usuários que fazem parte deste gênio coletivo, Tapscott chama de prosumers, termo cunhado por Alvin Toffler em 1980. “Os prosumers conduzem você pelo mundo cada vez mais dinâmico da inovação criada pelo cliente, no qual uma geração de consumidores-produtores considera o ‘direito de modificar’ um patrimônio hereditário. É uma novidade positiva.


A Geração Net, que o autor explica ser aquela formada pelos jovens que nasceram na Era Digital, formam em grande parte esse novo grupo de consumidores-produtores, os prosumers. E com eles surge uma nova forma de mercado e também de economia, a qual o autor chama de Wikinomics.


De acordo com Tapscott, “As empresas ameaçadas por comunidades auto-organizadas de prosumers enfrentam o dilema do inovador. O inovador é capaz de atacar mercados com opções de baixa qualidade e custos mais baixos que jamais seriam levadas em consideração por um líder de mercado. Além disso, no caso das comunidades de prosumers, o inovador utiliza uma fonte de produção de baixo custo ou custo zero.

“As empresas estão pensando seriamente sobre as ações que poderiam causar uma reação negativa dentro da blogosfera ou do gráfico social.”

É um publicitário norte americano, autor do livro, Socialnomics: Como a mídia social transforma o modo no qual vivemos e fazemos negócio. Sua pesquisa baseia-se nos impactos dos meios de comunicação sobre as empresas e consumidores ao redor do mundo.


O foco da pesquisa nas mídias sociais mostra como elas vêm sendo usadas como gigantescos grupos de discussão, Qualman aponta que o uso das mídias sociais já superou oficialmente o número de acessos à pornografia, que sempre foi a maior atividade da Internet. Para ele, o futuro reserva grandes mudanças relacionadas às mídias sociais. E essas mudanças, a seu ver, afetarão diretamente a forma como vivemos e fazemos negócio.


Principalmente marcas e produtos podem ser “fortalecidos ou destruídos” por essas redes sociais. A publicidade e o marketing deixaram de ser tão eficientes e deram espaço às opiniões dos próprios consumidores, dessa forma, muitas empresas estão se conectando com seus clientes através do Twitter, Facebook, Youtube, e inúmeras outras mídias sociais.


O termo criado por ele, Socialnomics, ou Economia Social, exemplifica o conceito de uma nova forma de se comercializar e vender, entrando em contato direto com os consumidores e clientes, eliminando o marketing intermediário, tornando os produtos mais baratos e de mais fácil alcance.


Para Qualman, “As pessoas ainda desejam compreender o que a maioria das outras pessoas está fazendo. A mídia social é esse mecanismo. No futuro, vamos deixar de procurar por notícias, mas sim, a notícia vai nos encontrar, ou nós vamos criá-la. Esse futuro é agora."

“Se o usuário assume o controle dos meios de comunicação, pode usá-lo de forma criativa ou negativa. O público não é passivo, isolado, nem silencioso.”


Estudioso das mídias de comunicação, é autor do livro: Cultura da Convergência, onde mídias antigas e novas colidem (2006). Coordena o Programa de Estudos de Mídia Comparativa do MIT e possui diversos trabalhos que investigam a relação entre as mídias e a cultura popular. Em seu livro, Jenkins aborda o alvoroço em torno das novas mídias e expõe as importantes transformações culturais que ocorrem à medida que esses meios convergem.


Com os avanços tecnológicos dos últimos anos, a Comunicação Social sofreu consideráveis mudanças, agora a informação pode circular de forma intensa por diferentes canais e sistemas midiáticos. Foi criado um fluxo de participação ativa dos consumidores, que alimenta a inteligência coletiva virtual. A relação entre as tecnologias, indústrias, mercados, gêneros e públicos se cruzam em mídias alternativas e de massa, caracterizando a Era da Convergência Midiática.


O autor se fundamenta em três conceitos básicos: a convergência midiática, a inteligência coletiva e a cultura participativa. Esses conceitos caracterizam o comportamento do consumidor midiático contemporâneo, cada vez mais distante da condição de receptor passivo, que interage com um sistema complexo de regras, criado para ser dominado de forma coletiva. Para Jenkins, “Essas pessoas devem aplicar as habilidades desenvolvidas na solução de questões com maior amplitude social, política e mercadológica.”

“O homem é ao mesmo tempo o produto e o criador de sua sociedade e sua cultura.”


Paraguaio, PhD em Comunicação pelo estado de Michigan, autor do livro: O que é Comunicação (1982). O que é Comunicação é um livro curto e simples, que aborda o tema da comunicação de forma clara. Para ele, a comunicação é uma necessidade básica da pessoa humana, do homem social.


O homem social possui o poder da comunicação tanto para o benefício quando para o malefício. Mas nem todas as pessoas desenvolvem seu poder de comunicação, pois para tal, faltam-lhes orientações e instruções.


Mas a comunicação é o canal por onde os padrões de vida das culturas são transmitidas para os novos membros de sua sociedade, e para que dessa forma, se possa ser parte dela.


Os Meios de Comunicação Social não compõem sozinhos a comunicação de uma sociedade, ela também é composta por tudo aquilo que seus membros realizam em suas vidas. Dessa forma a comunicação evoluiu para inventar meios que vencessem a distância e o tempo, até que esses meios cobrissem o mundo inteiro.


De acordo com Bordenave, não se pode dizer onde começa e onde termina o processo de Comunicação, ela é um produto funcional da necessidade humana. Dessa forma existe o Poder da Comunicação, mas também existe a Comunicação do Poder. Para Juan Bordenave, “É impossível não comunicar.”

“Não é a Internet que muda os comportamentos, mas os comportamentos que mudam a Internet.”


É um sociólogo espanhol, autor da trilogia, A Sociedade em Rede (1996 - 1998), defensor do conceito “capitalismo informacional”, onde as tecnologias, que a princípio foram desenvolvidas a partir de pesquisas militares, são amplamente utilizadas pelo setor comercial.


Em seu livro, A Sociedade em Rede, é apresentada uma realidade mediada pelas novas tecnologias de informação e comunicação (TICs), e como essas tecnologias não só interferem nas estruturas sociais, mas também impactam os diversos campos das relações humanas.


Para Castells, “A Internet é um instrumento que desenvolve, mas que não muda os comportamentos; ao contrário, os comportamentos apropriam-se da Internet, amplificam-se e potencializam-se a partir do que são”.


E apesar de existirem os mais variados comportamentos culturais, na Internet prevalecem alguns comportamentos específicos de uma classe social que acabam por ditar certas “normas” de comportamento para outros usuários que não se enquadram nessa classe.


Castells explica que, “Justamente porque a tecnologia permite localizar-se e distribuir a partir de qualquer ponto, o essencial para produzir conteúdo na Internet é ter informação e conhecimento, o que se traduz em pessoas que disponham de informação e conhecimento, pessoas que estão concentradas nos grandes centros culturais e grandes áreas metropolitanas do mundo.”


O autor diz que, “Uma vez que toda a informação está na Rede – ou seja, o conhecimento codificado, mas não aquele de que se necessita -, trata-se antes de saber onde está a informação, como buscá-la, como transformá-la em conhecimento específico para fazer aquilo que se quer fazer. Essa capacidade de aprender a aprender; essa capacidade é socialmente desigual e está ligada à origem social, à origem familiar, ao nível cultural, ao nível de educação. É ai que está, empiricamente falando, a divisória digital neste momento”.


Enquanto é claro o perfil de usuários que tem maior representação na Internet, os impactos causados pelas novas tecnologias ainda estão para ser estudados.

“As informações são produzidas e mantidas por pessoas e instituições que assinam suas contribuições e defendem sua validade frente à comunidade dos internautas.”


É um filósofo francês, que tem como tema de seus estudos as interações entre sociedade e Internet. É autor de livros que tem como principal foco as implicações culturais do desenvolvimento das tecnologias digitais de informação e comunicação, como O que é o Virtual (1996), e Cibercultura (1999).


Cibercultura é sua principal obra, e nela Lévy diz que nos encontramos à deriva em um mar informacional, onde não há fundo sólido nem ponto fixo. Para situar seu leitor, Lévy explica uma série de conceitos básicos, como ferramentas e funções, relacionados ao ciberespaço. “É através do ciberespaço que as pessoas podem partilhar da ‘inteligência coletiva’, e discutir sobre variados temas simultaneamente, sem se submeter a qualquer tipo de controle ideológico.”


A Internet, que é a conexão física entre computadores, fez surgir um espaço virtual, que preenchido com dados e informações, deu origem a cibercultura. A cibercultura nada mais é do que a nova relação que surgiu entre usuário e ciberespaço, a forma como se manipula a informação, a forma como se relacionar com outros usuários, as novas relações econômicas, a educação e a formação do saber virtual.


Mas toda essa informação disponível no mundo virtual, para Lévy, traz sérias conseqüências. Essa nova forma de acesso a informação e produção de conhecimento trazem a tona novas verdades, novos estilos de raciocínio, e novas maneiras de trabalhar. Por isso, muitas competências profissionais se tornam obsoletas ao longo do tempo. Valoriza-se a transação dos conhecimentos: aprender, produzir, distribuir.


A Internet possibilitou o surgimento do ciberespaço e da cibercultura, características próprias de seu ambiente virtual, que é de certa forma intangível, o Estado por sua vez, vê a Internet com cautela, pois teme perder sua soberania em relação à cultura e ao território, pois a rede é “desterritorializante, através dela, pode-se visitar o mundo sem ter que passar por qualquer alfândega.


Mas o ciberespaço não é exatamente um sinônimo de exclusão, caos e confusão, apesar de existir inúmeras regiões que ainda estão em desenvolvimento e por isso o acesso a rede requeira não só um alto custo, mas também qualificação para ser manuseada é possível encontrar usuários conectados por todo o mundo, incluindo locais onde há restrições do Estado. Pierre Lévy acredita que este é um problema que pode ser colocado em perspectiva.

“Nunca antes na história a comunicação foi tão boa e funcionou de forma tão extensiva e tão intensa como hoje.”


É um filósofo Tcheco, naturalizado brasileiro em 1950. Estudioso da área de Teoria da Comunicação e autor do livro, O Mundo Codificado: por uma filosofia do design e da comunicação (2007). Em seu livro, Flusser analisa as inúmeras transformações que ocorreram e continuam a ocorrer com o homem em relação aos códigos de comunicação.


A necessidade do homem em se comunicar e registrar acontecimentos vem desde os tempos mais remotos, e para isso o homem desenvolveu o artifício dos símbolos e códigos, através do qual pode se expressar, seja de forma oral, seja de forma escrita.


A linguagem escrita linear, de letras e números, apesar de ter sido um avanço importante para a comunicação humana, colaborou para a segregação social. Já que para interpretar a escrita linear era necessário aprender a entender esta forma de comunicação. Mas com o surgimento da fotografia, da televisão, do cinema e da Internet estamos retornando a uma forma de comunicação baseada mais em imagens do que em textos.


Para Flusser, “A comunicação humana tem como propósito promover o esquecimento da falta de sentido e da solidão de uma vida para a morte, a fim de tornar a vida vivível.” Para superar essa limitação física, que é a morte, a humanidade caminha cada vez mais para o desenvolvimento de tecnologias de comunicação, onde o usuário pode alcançar o maior número de receptores possível e deixar sua presença.


Nesse processo de superação, Vilém Flusser acredita que os designers possuem um papel central, mas caminham sobre um conceito muito frágil. “Esse é o Design que está na base de toda a cultura: enganar a natureza por meio da técnica, substituir o natural pelo artificial e construir máquinas de onde surja um deus que somos nós mesmos.”

“A cultura da sociedade de consumo envolve, sobretudo o esquecimento, não o aprendizado.”


É um sociólogo polonês, estudioso do pós-modernismo, é autor de inúmeros livros, como: O mal estar da Pós-modernidade (1997), Globalização (1998), e Modernidade Líquida (2000). Em seus livros, Bauman aborda temas atuais, como o que é ser consumidor em uma sociedade de consumo (Modernidade Líquida) e também temas polêmicos como a panóptico e o sinóptico (Globalização).


O panóptico representa a aplicação de uma vigilância universal, onde instituições, de forma local, estavam sempre sobre o controle da população. “A vigilância estava lá para barrar a fuga, ou pelo menos para impedir movimentos autônomos, contingentes e erráticos."


O sinóptico transforma os vigiados em vigilantes, em uma escala global. Transportando-se para o ciberespaço, onde não importam as distâncias, muitos vigiam poucos. “O Panóptico forçava as pessoas à posição em que podiam ser vigiadas. O Sinóptico não precisa de coerção – ele seduz as pessoas à vigilância. E os poucos que os vigilantes vigiam são estritamente selecionados.”, exemplifica Bauman.


No livro, Modernidade Líquida, Bauman mostra como vivem as sociedades de consumo, e como é difícil idealizar uma sociedade sem consumo, afinal todo homem possui a necessidade de consumir, nem que sejam alimentos, vestimenta, ou abrigo. “Quando falamos de uma sociedade de consumo temos em mente algo mais que a observação trivial de que todos os membros dessa sociedade consomem; todos os seres humanos, ou melhor, todas as criaturas vivas “consomem” desde tempos imemoriais. O consumidor em uma sociedade de consumo é uma criatura acentuadamente diferente dos consumidores de quaisquer outras sociedades até aqui."


"Se os nossos ancestrais filósofos, poetas e pregadores morais refletiram se o homem trabalha para viver ou vive para trabalhar, o dilema sobre o qual mais se cogita hoje em dia é se é necessário consumir para viver ou se o homem vive para poder consumir. Isto é, se ainda somos capazes e sentimos a necessidade de distinguir aquele que vive daquele que consome."

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