162173 Ryugu

asteroide Apollo
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162173 Ryugu (designado provisoriamente 1999 JU3) é um asteroide Apolo (com semieixo maior superior ao da Terra e periélio menor que o afélio terrestre) descoberto em 1999 pela Pesquisa Lincoln de asteroides próximo à Terra. Este possui uma magnitude absoluta de 19,2 e tem um diâmetro estimado de 980 ± 29 metros.[2][1]

162173 Ryugu
Número 162173
Data da descoberta 10 de maio de 1999
Descoberto por LINEAR
Homenagem a Ryūgū-jō
Precedido por (162172) 1999 GQ58
Sucedido por (162174) 1999 JS11
Elementos orbitais
Semieixo maior 1,191 UA
Periélio 0,963 UA
Afélio 1,415 UA
Orbita Sol
Excentricidade 0,190
Período orbital 474,8 dias
Anomalia média 322,4 °
Inclinação 5,883°
Longitude do nó ascendente 251,6 °
Argumento do periastro 211,4 °
Características físicas
Dimensões 0,98 km
Período de rotação 7,633 h
Magnitude absoluta 19,2[1][2]
Albedo 0,047

A sonda espacial japonesa Hayabusa2 retornou amostras deste asteroide em 2020, que estão ajudando na análise da história geológica do objeto. Em 2023, cientistas detectaram nas amostras recuperadas de Ryugu[3] a presença da uracila (nucleobases do RNA) e da vitamina B3 (cofator chave do metabolismo)[4]

Descoberta e nomeação

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Esse objeto astronômico foi descoberto no dia 10 de maio de 1999 pelo projeto Lincoln Near-Earth Asteroid Research (LINEAR), e recebeu a designação provisória de 1999 JU3 e, posteriormente, Ryugu.

Formação

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Os asteroides Ryugu e Benu podem ter sido formados a partir da destruição de um outro asteroide de maiores dimensões. A análise das amostras de Ryugu e Benu que as sondas Hayabusa2 e OSIRIS-REx estão recolhendo, irão permitir determinar com precisão a composição destes corpos, determinando se os dois asteroides são "irmãos".[5]

História geológica

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Possíveis amostras de superfície ajudarão a revelar a história geológica do asteroide através da análise geológica, mas já existe uma imagem aproximada do passado geológico de Ryugu, mesmo antes da chegada das amostras.[6]

Ryugu foi formado como parte de uma família de asteroides, pertencente ou a Eulália ou a Polana.[7] Ryugu é rico em carbono e contém minerais hidratados e moléculas orgânicas.[8]

Características

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Órbita

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A órbita de 162173 Ryugu tem uma excentricidade de 0,190 e possui um semieixo maior de 1,189 UA. O seu periélio leva o mesmo a uma distância de 0,963 UA em relação ao Sol e seu afélio a 1,415 UA.[2]

Moléculas orgânicas

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Em março de 2023, cientistas analisaram as amostras recuperadas do Ryugu e, anunciaram que a base nitrogenada uracila (uma das quatro nucleobases do RNA) e a vitamina do tipo B3 (niacina, um cofator chave para o metabolismo)[4] foram detectados nessas amostras do asteroide.[3] Ao contrário de casos anteriores, quando nucleobases e vitaminas também foram encontradas em certos meteoritos ricos em carbono, a contaminação por exposição ao ambiente da Terra foi descartada, que neste caso as amostras foram coletadas diretamente do asteroide e entregues à Terra em cápsulas seladas.[4]

As descobertas corroboram as evidências crescentes, de que os blocos de construção da vida se originaram no espaço e foram inicialmente transportados por meteoritos à Terra bilhões de anos atrás.[4]

 
Orbita de Ryugu.

Ver também

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Referências

  1. a b «JPL Small-Body Database Browser: 162173 (1999 JU3)» (em inglês). Jet Propulsion Laboratory. Consultado em 4 de dezembro de 2014 
  2. a b c «MPEC 1999-J33 : 1999 JU3» (em inglês). Minor Planet Center. Consultado em 4 de dezembro de 2014 
  3. a b Oba, Yasuhiro; Koga, Toshiki; Takano, Yoshinori; Ogawa, Nanako O.; Ohkouchi, Naohiko; Sasaki, Kazunori; Sato, Hajime; Glavin, Daniel P.; Dworkin, Jason P.; Naraoka, Hiroshi; Tachibana, Shogo; Yurimoto, Hisayoshi (21 de março de 2023). «Uracil in the carbonaceous asteroid (162173) Ryugu». Nature Communications. 14 (1). p. 1292. ISSN 2041-1723. doi:10.1038/s41467-023-36904-3 
  4. a b c d Ashley Strickland (22 de março de 2023). «RNA compound and vitamin B3 found in samples from near-Earth asteroid». CNN. Consultado em 22 de março de 2023 
  5. «Os asteróides Ryugu e Bennu podem ser "filhos" de um mesmo pai». Zap AEIOU Networks. 4 de junho de 2020 
  6. Sugita, S.; Honda, R.; Morota, T.; Kameda, S.; Honda, C.; Yokota, Y.; Yamada, M.; Kouyama, T.; Sakatani, N. (março de 2019). «The Evolution of Ryugu's Parent Body Constrained by Hayabusa2 Imaging Observations». LPI (em inglês) (2132). 2622 páginas 
  7. Sugita, S.; Honda, R.; Morota, T.; Kameda, S.; Sawada, H.; Tatsumi, E.; Yamada, M.; Honda, C.; Yokota, Y. (19 de abril de 2019). «The geomorphology, color, and thermal properties of Ryugu: Implications for parent-body processes». Science (em inglês). 364 (6437). ISSN 0036-8075. PMID 30890587. doi:10.1126/science.aaw0422 
  8. «Hayabusa2 reveals more secrets from Ryugu: Ryugu's interaction with the sun changes what we know about asteroid history». ScienceDaily (em inglês). Consultado em 2 de julho de 2020 
Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
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Ligações externas

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(162171) 1999 GC56 | (162172) 1999 GQ58 | 162173 Ryugu | (162174) 1999 JS11 | (162175) 1999 JJ45
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