Agatarco
Agatarco (em grego clássico: Ἀγάθαρχος; romaniz.: Agatharchos; em latim: Agatharchus) foi um pintor grego autodidata da ilha de Samos,[1] que viveu no século V a.C..[2]
Agatarco | |
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Nascimento | século V a.C. Samos |
Morte | século V a.C. |
Ocupação | pintor |
Biografia
editarVitrúvio diz que Agatarco inventou a pintura de cena, e que pintou uma cena (scenam fecit) para uma tragédia que Ésquilo exibiu.[3] Por isso, alguns autores como Karl Woermann, acham provável ele ter introduzido a perspectiva e a ilusão na pintura.
Porém, como isso parece contradizer a afirmação de Aristóteles, de que a pintura de cena foi introduzida por Sófocles,[4] alguns estudiosos entendem que Vitrúvio quis dizer apenas, que Agatarco construiu um palco.[5] Mas, o contexto mostra claramente que Vitrúvio se refere à perspectiva na pintura, e continua a dizer que Demócrito e Anaxágoras, baseando-se nos princípios estabelecidos em um tratado escrito por Agatarco,[6] escreveram sobre o mesmo assunto, mostrando como, no desenho, as linhas devem ser feitas para corresponder, de acordo com uma proporção natural, à figura que seria traçada sobre um plano imaginário por um lápis de raios provenientes do olho, como um ponto fixo da visão, a vários pontos do objeto visto.
Provavelmente, foi apenas no final da carreira de Ésquilo que a pintura de cena foi introduzida, e não somente no tempo de Sófocles, que ela foi geralmente utilizada; o que pode explicar o que diz Aristóteles.[7]
Agatarco foi, portanto, o primeiro pintor conhecido a ter usado a perspectiva gráfica em grande escala, apesar de raras ocorrências de perspectiva aparecem na pintura de vasos em meados do século VI a.C..[6] Fala-se também que ele abriu caminho para os pintores posteriores, como Apolodoro.[8]
Agatarco foi contemporâneo de Alcibíades e Zeuxis, e foi muitas vezes destacado pela facilidade e rapidez com que concluía seus trabalhos.[9] Plutarco e Andócides contam um caso onde Alcibíades enganou Agatarco e levou-o até sua casa e manteve-o lá por mais de três meses em rigoroso cárcere privado, obrigando-o a pintá-lo.[10] O discurso de Andócides acima referido, parece ter sido feito após a destruição de Milos (416 a.C.) e antes da expedição à Sicília (415 a.C.); de modo que a partir dos dados acima a idade de Agatarco pode ser fixada com precisão.[7]
Ver também
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Referências
- ↑ Até o século XIX, alguns estudiosos consideravam-no de Atenas.
- ↑ John William Donaldson (1836). The Theatre of the Greeks. [S.l.]: Pitt Press. p. 280
- ↑ Vitrúvio, Praef. ad lib. vii
- ↑ Aristóteles, Poética 4. § i 6
- ↑ Compare Horácio, Epistula ad Pisones 279: et modicis instravit pulpita tignis
- ↑ a b Karim W. Arafat (1996). «Agatharchus». Oxford Classical Dictionary. 1. Oxford: Simon Hornblower. 36 páginas
- ↑ a b Charles Peter Mason (1867). «Agatharchus (2)». Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology 🔗. 1. Boston: William Smith. pp. 61–62. Consultado em 28 de janeiro de 2011. Arquivado do original em 14 de maio de 2011
- ↑ John Pentland Mahaffy (1902). Social Life in Greece from Homer to Menander. Londres: Macmillan Publishers. 476 páginas
- ↑ Plutarco, Pericles 13
- ↑ Plutarco, Alcibiades 16
- Este artigo incorpora texto (em inglês) da Encyclopædia Britannica (11.ª edição), publicação em domínio público.
- Chisholm, Hugh, ed. (1911). «Agatharchus». Encyclopædia Britannica (em inglês) 11.ª ed. Encyclopædia Britannica, Inc. (atualmente em domínio público)
- Este artigo contém texto do do Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology (em domínio público), de William Smith (1870).