Altiplano andino

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O Altiplano andino, Altipampa, Altiplano boliviano, Altiplano sul-smericano, meseta do Titicaca ou meseta do Collao (em quíchua e aimará: Qullaw, que significa "lugar dos qullas") é um planalto situado no centro-oeste da América do Sul, onde os Andes são mais largos. É o segundo maior planalto do mundo, a seguir ao Tibete. A maior parte do Altiplano situa-se na Bolívia, mas suas partes do norte estão no Peru, e suas partes do sul estão no Chile e na Argentina.

Altiplano
Altiplano andino
Relevo do altiplano.
Localização
Coordenadas 16° S 70° O
Localização Andes centrais
País(es) Argentina, Bolívia, Chile, Peru
Características
Altitude máxima 6 438 m
Cumes mais altos Ampato (6 288 m), Parinacota (6 348 m), Illampu (6 368 m), Ancohuma (6 427 m) e Illimani (6 438 m)
Mapa de localização do Altiplano
Mapa de localização do Altiplano

No planalto há várias cidades, das quais as maiores são El Alto e Oruro na Bolivia, Juliaca e Puno no Peru. O nordeste do Altiplano é mais úmido que a área sudoeste, onde é possível encontrar vários salares, que são lagoas e áreas temporariamente inundadas nas quais há muito sal devido à aridez. Na fronteira Bolívia-Peru, fica o lago Titicaca, o maior lago da América do Sul.[1] Ao sul, na Bolívia, estava o lago Poopó, que foi declarado seco e extinto em dezembro de 2015. Não está claro se esse segundo maior lago da Bolívia pode ser revitalizado.[2]

O Altiplano foi o local de várias culturas pré-colombianas, incluindo a chiripa, Tiauanaco e o Império Inca. A Espanha conquistou a região no século XVI.[1] As principais atividades econômicas no Altiplano incluem mineração, pastoreio de lhama e vicunha e serviços nas cidades. Desenvolve-se, também, algum turismo internacional.

Localização

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Mapa das duas principais bacias endorreicas do Altiplano

O Altiplano é uma área de drenagem interior (endorreísmo) situada nos Andes centrais, ocupando partes do norte do Chile e da Argentina, do oeste da Bolívia e no sul do Peru. Sua altura média é de cerca de 3 750 metros,[3] um pouco menor que a do planalto tibetano. Ao contrário das condições do Tibete, o Altiplano é dominado por maciços vulcões ativos da Zona Vulcânica Central a oeste,[1] como Ampato (6 288 m), Tutupaca (5 816 m), Parinacota (6 348 m), Guallatiri (6 071 m), Paruma (5 728 m), Uturuncu (6 008 m) e Licancabur (5 916 m), e a Cordilheira Real no nordeste com Illampu (6 368 m), Huayna Potosí (6 088 m), Ancohuma (6 427 m) e Illimani (6 438 m).[4] O deserto de Atacama, uma das áreas mais secas do planeta, fica a sudoeste do Altiplano; a leste fica a úmida floresta amazônica.

O Altiplano é conhecido pelo ar hipóxico causado pela altitude muito alta.

História geológica

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Em vários períodos da época do Pleistoceno, tanto o Altiplano quanto o norte do Altiplano estavam cobertos por vastos lagos pluviais. Os remanescentes são o lago Titicaca, abrangendo a fronteira Peru-Bolívia, e Poopó, um lago salgado que se estende ao sul de Oruro, na Bolívia. O salar de Uyuni, localmente conhecido como salar de Tunupa, e o salar de Coipasa são dois grandes salares formados após a secagem do paleolagos do Altiplano.[1]

Zonas climáticas

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Detalhe do Altiplano Boliviano a aproximadamente 4 250 m de altitude

O termo Altiplano é usado às vezes para identificar a zona de altitude e o tipo de clima que prevalece dentro dela: é mais frio que o da serra fria, mas não tão frio quanto o da terra helada. Os cientistas classificam este último como começando a uma altitude de aproximadamente 4 500 metros. Nomes alternativos usados no lugar do altiplano neste contexto incluem puna e páramos.

Em extensão, o clima é frio e úmido, variando de semi-árido até árido, com temperaturas médias anuais que variam de 3 °C próximo à cordilheira ocidental a 12 °C próximo ao lago Titicaca; e precipitação anual total que varia entre menos de 200 mm a sudoeste e mais de 800 mm perto e acima do lago Titicaca. O ciclo diurno de temperatura é muito amplo, com temperaturas máximas na ordem de 12 a 24 °C e o mínimo na ordem de -20 a 10 °C.

As temperaturas mais baixas ocorrem na porção sudoeste do Altiplano durante os meses de junho e julho, que correspondem ao inverno austral. O ciclo sazonal de chuvas é marcado, com a estação chuvosa concentrada entre dezembro e março. O resto do ano tende a ser muito seco, fresco, ventoso e ensolarado. A queda de neve pode acontecer entre abril e setembro, especialmente ao norte, mas não é muito comum.[5]

Geologia

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"Árvore de Pedra" esculpida pelo vento ao longo de milhões de anos, Bolívia

Diversos mecanismos foram propostos para a formação do planalto do Altiplano; As hipóteses tentam explicar por que a topografia nos Andes incorpora essa grande área de baixo relevo em alta altitude (planalto alto) dentro do Orogénese:

  • Existência de fraquezas na crosta terrestre antes do encurtamento tectônico. Tal fraqueza causaria a partição da deformação tectônica e elevaria a cordilheira oriental e ocidental, deixando o espaço necessário para a formação da bacia do altiplano.
  • Processos magmáticos enraizados na astenosfera podem ter contribuído para elevar o planalto
  • O clima controlou a distribuição espacial da erosão e da deposição de sedimentos, controlando a lubrificação ao longo da placa subdutora de Nazca e, portanto, influenciando a transmissão de forças tectônicas na placa sul-americana.
  • O clima também determinou a formação de drenagem interna (endorreísmo) e retenção de sedimentos nos Andes, potencialmente bloqueando a deformação tectônica na área central entre as duas cordilheiras, e expulsando a deformação para os flancos do orogénese.[6]
  • A remoção convectiva da densa litosfera inferior sob o Altiplano fez com que essa região "flutuasse" mais alto e isostaticamente.

Referências

  1. a b c d Helder Lopes (8 de julho de 2017). «Rota do altiplano boliviano». Consultado em 26 de junho de 2018 
  2. Mercado, David. «Lake Poopo Dries Up». Reuters. Cópia arquivada em 19 de dezembro de 2015 
  3. «The Use of Solar Energy for Improving the Living Conditions in Altiplano/Argentina» (PDF). Arquivado do original (PDF) em 19 de julho de 2011 
  4. Andes map
  5. «Clima y vegetación» (em espanhol). Consultado em 26 de junho de 2018 
  6. Garcia-Castellanos, D., 2007. The role of climate during high plateau formation. Insights from numerical experiments. Earth Planet. Sci. Lett. 257, 372-390, doi:10.1016/j.epsl.2007.02.039.
 
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