Arnaldo Gama
Arnaldo de Sousa Dantas da Gama (Porto, 1 de Agosto de 1828 — Porto, 29 de Agosto de 1869) foi um jornalista e escritor português, autor de romances de ambiente histórico.[1]
Arnaldo Gama | |
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Estátua de Arnaldo Gama junto das Muralhas Fernandinas.
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Nome completo | Arnaldo de Sousa Dantas da Gama |
Nascimento | 1 de agosto de 1828 Porto, Portugal |
Morte | 29 de agosto de 1869 (41 anos) Porto, Portugal |
Nacionalidade | Português |
Ocupação | Escritor e jornalista |
Magnum opus | Paulo, o montanhês (1853) |
Biografia
editarFormou-se em Direito pela Universidade de Coimbra e exerceu a advocacia no Porto, por sinal, o cenário principal das suas obras de ficção.[1]
Dedicou-se fundamentalmente à literatura e ao jornalismo, logrando também alcançar um lugar enquanto membro da Academia Real das Ciências.[1]
Em 1867, fundou o "Jornal do Norte", tendo, em todo o caso, colaborado em muitos outros periódicos, como "A Península", "O Nacional", "O Porto", «A Esmeralda», a «Revista Peninsular» e a "Carta".[1]
Faleceu a 29 de agosto de 1869[1], tendo sido sepultado no Cemitério da Lapa, no Porto.
Em 1933 a Câmara Municipal de Lisboa homenageou o escritor dando o seu nome a uma rua na Penha de França.[2]
Obra
editarFixando-se, do ponto de vista literário, no segundo Romantismo português[1], foi influenciado pelo escritor francês Eugène Sue e por Camilo Castelo Branco.
Sendo certo que publicou poesia, contos e romances, a sua maior distinção veio enquanto autor de romances históricos, tendo privilegiado a história do Porto, como principal palco das suas obras.[1]
Com efeito, nos seus romances históricos, Arnaldo Gama procurava aguçar a curiosidade dos leitores sobre temáticas históricas do país, romanceando-as, preenchendo-as com personagens, espaços e diálogos que mais facilmente pudessem ilustrar os acontecimentos históricos abordados.[1]
Neste sentido, no prefácio do seu romance histórico «Um motim de há cem anos», Arnaldo Gama manifesta expressamente esta mesma intenção[1]:
“ | «(...) queria uma novela, um romance histórico, que toda a gente lesse, que toda a gente quisesse ler; porque enfim, meu caro amigo, estou convencido que a maneira de ensinar a história àqueles que não se aplicam aos livros, àqueles cuja profissão os arreda de poder fazer estudos sérios e seguidos, é o romanceá-la, dialogando-a, e dando vida à época, dando vida aos personagens, dando vida às localidades; mas a vida que lhes é própria, a vida da época, ressuscitando-a no estilo da conversação, nos usos e costumes, nos trajes, nas ideias e nas localidades.» | ” |
Os seus romances tornaram-se muito populares na época.[1] Com efeito, entre 1856 e 1857, o seu romance folhetinesco O Génio do Mal, ganhou especial notoriedade.[1] Sendo que a sua obra mais famosa, «Paulo, o montanhês» é distinguida como uma das obras de charneira entre o romântico e o gótico português, tratando-se do primeiro romance de salteadores português, à época.[3]
Obras
editar- Paulo, o montanhês (1853)
- Génio do Mal (em quatro volumes publicados entre 1856-1857)
- Poesias e Contos (1857)
- Honra ou Loucura (1858)
- Verdades e Ficções (1859)
- Um Motim há Cem Anos (1861)
- O Sargento-Mor de Vilar (1863)
- O Segredo do Abade (1864)
- A Última Dona de S. Nicolau (1864)
- O Filho do Baldaia (1866)
- A Caldeira de Pêro Botelho (1866)
- O Balio de Leça (1872, edição póstuma)
- El-Rei Dinheiro (1876, edição póstuma)
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k Infopédia. «Arnaldo Gama». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 17 de julho de 2023
- ↑ https://www.facebook.com/423215431066137/photos/pb.423215431066137.-2207520000.1448289668./768016736586003/?type=3&theater
- ↑ Machado de Sousa, Maria Leonor (1979). O «Horror» na Literatura Portuguesa. Amadora: Instituto da Cultura Portuguesa. p. 21. 115 páginas