A curiosidade é a capacidade natural e inata da inquiribilidade, evidente pela observação de muitas espécies animais, e no aspecto dos seres vivos que engendra a exploração, a investigação e o aprendizado. A curiosidade faz parte do instinto humano, pois faz com que um ser explore o universo ao seu redor compilando novas informações as que já possui. Também se designa desse modo qualquer informação pitoresca. Em particular, muitos observadores pensam que a curiosidade é um tipo especial da categoria mais ampla: busca de informação.[1][2]

Gato demonstrando curiosidade na máquina de lavar

Descrições clássicas

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O filósofo e psicólogo William James chamou a curiosidade "o impulso para uma melhor cognição", o que significa que é o desejo de entender o que você sabe que não conhece. Ele observou que, em crianças, os leva a objetos de romance, qualidades sensacionais - o que é "brilhante, vívido, surpreendente".[3] Esta primeira definição de curiosidade, disse ele, mais tarde dá lugar a uma "forma mais alta e mais intelectual" - um impulso para um conhecimento científico e filosófico mais completo. Os psicólogos-educadores G. Stanley Hall e Theodate L. Smith (1903) foram pioneiros em alguns dos primeiros trabalhos experimentais sobre o desenvolvimento da curiosidade, coletando questionários e biografias infantis das mães sobre o desenvolvimento de interesse e curiosidade.[4] A história dos estudos de curiosidade animal é quase tão longa quanto a história do estudo da curiosidade humana. Ivan Pavlov, por exemplo, escreveu sobre o comportamento de orientação espontânea em cães a estímulos novos (que ele chamou de "O que é?" reflexo) Como uma forma de curiosidade.[5] Em meados do século XX, o comportamento exploratório em animais começou a fascinar psicólogos, em parte devido ao desafio de integrá-lo em abordagens behavioristas rigorosas.[6] Alguns behavioristas contaram a curiosidade como um impulso básico, renunciando efetivamente a fornecer uma causa direta. Este estratagema se mostrou útil mesmo quando o behaviorismo declinou em popularidade. Por exemplo, essa visão foi realizada por Harry Harlow, o psicólogo conhecido por demonstrar que os macacos rhesus infantis preferem a companhia de uma mãe substitutiva macia sobre uma mãe de arame nua. Harlow se referiu à curiosidade como um impulso básico por si só - um "motivo manipulador" - que impulsiona os organismos a se engajar em um comportamento de resolução de quebra-cabeças que não envolvesse recompensa tangível [7][8]

A evolução da curiosidade

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A informação permite escolhas melhores, pesquisa mais eficiente e comparações mais sofisticadas. A aquisição de informações é o principal objetivo evolutivo dos órgãos dos sentidos. Deste modo, é possível afirmar que a curiosidade foi e continua sendo um dos principais impulsionadores da evolução humana ao longo da história.[9][10]

Pesquisas indicam que nossa sociedade somente atingiu os patamares atuais em relação à organização em decorrência da atuação conjunta da curiosidade coletiva.[11]

Existem vários tipos diferentes de curiosidade.[12] O psicólogo Daniel Berlyne distinguiu entre os tipos de curiosidade mais comummente exibidos por humanos e não humanos ao longo de duas dimensões: perceptual versus epistêmica, e específico versus diversivo.[13] A curiosidade perceptiva refere-se à força motriz que motiva os organismos a buscar novos estímulos, o que diminui com a exposição contínua. É o principal motor do comportamento exploratório em animais não humanos e potencialmente também crianças humanas, bem como uma possível força motriz da exploração de adultos humanos. A curiosidade perceptual oposta era a curiosidade epistêmica, pode ser descrita um impulso visando "não só obter acesso a estimulação com informação, capaz de dissipar incertezas do momento, mas também adquirir conhecimento". A curiosidade epistêmica, pode ser dito como se aplicando predominantemente aos seres humanos, distinguindo assim a curiosidade dos humanos da de outras espécies.[14][15]

Ver também

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Referências

  1. Deci EL. Intrinsic Motivation. New York: Plenum; 1975
  2. Gruber MJ, Gelman BD, Ranganath C. States of Curiosity Modulate Hippocampus-Dependent Learning via the Dopaminergic Circuit. Neuron. 2014;84(2):486–496.
  3. James W. Talks to Teachers on Psychology: And to Students on Some of Life’s Ideals. New York: Henry Holt & Company; 1899
  4. Hall GS, Smith TL. Curiosity and Interest. The Pedagogical Seminary. 1903;10(3):315–358.
  5. Pavlov IP. Conditioned Reflexes: An Investigation of the Physiological Activity of the Cerebral Cortex. Oxford: Oxford University Press; 1927.
  6. Tolman EC. Cognitive maps in rats and men. Psychological Review. 1948;55(4):189.
  7. Harlow HF, Harlow MK, Meyer DR. Learning motivated by a manipulation drive. Journal of Experimental Psychology. 1950;40:228–234.
  8. Prokasy WF., Jr The acquisition of observing responses in the absence of differential external reinforcement. Journal of Comparative and Physiological Psychology. 1956;49(2):131.
  9. Yarbus AL. The motion of the eye in the process of changing points of fixation. Biofizika. 1956;1:76–78.
  10. Gottlieb J, Hayhoe M, Hikosaka O, Rangel A. Attention, reward, e information seeking. Journal of Neuroscience. 2014;34(46):15497–15504.
  11. BPBES, Equipe (23 de abril de 2018). «A curiosidade inventou a humanidade - BPBES». Consultado em 8 de setembro de 2021 
  12. Six Kinds of Curiosity And How You Can Use Them to Change Your Life por Brian Grazer & Charles Fishman (2015)
  13. Berlyne DE. The influence of complexity and novelty in visual figures on orienting responses. Journal of Experimental Psychology. 1958;55:289–296.
  14. Berlyne DE. Conflict, arousal, and curiosity. New York: McGraw-Hill; 1960.
  15. Berlyne DE. Curiosity and exploration. Science. 1966;153:25–33.
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