Disputa pelas Ilhas Senkaku
A disputa pelas Ilhas Senkaku, ou disputa pelas Ilhas Diaoyu ou disputa pelas Ilhas Tiaoyutai diz respeito a uma disputa territorial sobre um grupo de ilhas desabitadas conhecidas como ilhas Senkaku no Japão, ilhas Diaoyu na República Popular da China ou ilhas Tiaoyutai em Taiwan.[1][2] Além de um período de administração pelos Estados Unidos (entre 1945 e 1972) como parte das Ilhas Ryūkyū, o arquipélago tem sido controlado pelo Japão desde 1895.[3] De acordo com o acadêmico coreano Lee Seokwoo, a República Popular da China (RPC) começou a reivindicar a soberania sobre as ilhas na segunda metade de 1970, quando provas relativas à existência de reservas de petróleo vieram à tona.[4] Taiwan (República da China) também reivindica as ilhas. O território está perto das principais rotas marítimas e pesqueiras, e pode haver reservas de petróleo na área.[5]
O Japão argumenta que examinou as ilhas no final do século XIX e encontrou-a como uma Terra nullius (do latim: terra pertencente a ninguém); posteriormente, a China concordou com a soberania japonesa até a década de 1970. Tanto a China quanto Taiwan argumentam que provas documentais antes da Primeira Guerra Sino-Japonesa indicam posse chinesa e que o território é, portanto, um ataque japonês que deve ser encarado como uma conquista do Império do Japão que deveria ter sido devolvido em 1945, juntamente com todos os outros territórios ocupados pelo Japão imperial.[4]
Embora os Estados Unidos não tenha uma posição oficial sobre o mérito das reivindicações de soberania concorrentes,[6] as ilhas estão incluídas dentro do Tratado de Cooperação Mútua e Segurança entre os Estados Unidos e o Japão, o que significa que a defesa das ilhas pelos japoneses exigiria que os Estados Unidos interviessem em auxílio ao Japão.[7]
Em setembro de 2012, o governo japonês adquiriu três das ilhas em disputa de seu "proprietário privado", o que levou a protestos em larga escala na China.[8] No início de fevereiro de 2013, a situação tem sido considerada como "a mais séria para os sino-japonesas no período do pós-guerra, em termos de risco de conflito militarizado".[9] Em 23 de Novembro de 2013, a República Popular da China criou a "Zona de Identificação de Defesa Aérea" no Mar da China Oriental, que inclui as ilhas Senkaku, e anunciou que iria exigir que todos os aviões que adentrassem na zona apresentassem um plano de voo e enviassem a radiofrequência ou transponder de informações.[10][11]
Referências
- ↑ Ogura, Junko (14 de outubro de 2010). «Japanese party urges Google to drop Chinese name for disputed islands». US: CNN
- ↑ Kristof, Nicholas (10 de setembro de 2010). «Look Out for the Diaoyu Islands». The New York Times. Consultado em 15 de agosto de 2012
- ↑ JOHN W. FINNEYSpecial to The New York Times (11 de novembro de 1971). «SENATE ENDORSES OKINAWA TREATY – Votes 84 to 6 for Island's Return to Japan – Rioters There Kill a Policeman Senate, in 84 to 6 Vote, Approves the Treaty Returning Okinawa to Japan – Front Page». The New York Times. Consultado em 20 de agosto de 2012
- ↑ a b Lee, Seokwoo et al. (2002). Territorial disputes among Japan, Taiwan and China concerning the Senkaku Islands, pp. 11–12., p. 11, no Google Livros
- ↑ "Q&A: China-Japan islands row" BBC News 11 September 2012
- ↑ Philip J. Crowley, Remarks to the Press United States Department of State, 23 September 2010
- ↑ «U.S. says Senkaku Islands fall within scope of Japan-U.S. security treaty». Kyodo News. Consultado em 20 de agosto de 2012
- ↑ «Anti-Japan protesters rally in Beijing». Agence France-Presse
- ↑ «Viewpoints: How serious are China-Japan tensions?». BBC. 8 de fevereiro de 2013. Consultado em 16 de novembro de 2013
- ↑ «Two Japanese airlines to disregard China air zone rules». British Broadcasting Corporation. 26 de novembro de 2013. Consultado em 27 de novembro de 2013
- ↑ Jane Perlez (27 November 2013), China Explains Handling of B-52 Flight as Tensions Escalate The New York Times.