Ezequiel

profeta do Antigo Testamento
 Nota: Para outros significados, veja Ezequiel (desambiguação).

Ezequiel (em hebraico: יְחֶזְקֵאל, Yəḥezqēʾl; em grego: Ἰεζεκιήλ, romaniz.: Iezekiḗl; em latim: Ezechiel), foi um sacerdote que profetizou por 22 anos durante o século VI a.C., através de visões que teve durante o exílio da Babilônia, tal como registrado no Livro de Ezequiel.

Ezequiel
Ezequiel
O profeta Ezequiel, por Michelangelo na Capela Sistina, Vaticano
Profeta e Sacerdote
Nascimento 622 a.C.
Jerusalém, território da Tribo de Judá, Reino de Judá
Morte 570 a.C.
Babilônia, Segundo Império Babilônico
Nome de nascimento יְחֶזְקֵאל (Y'khizqel)
Veneração por Cristianismo
Judaísmo
Atribuições Livro de Ezequiel
Portal dos Santos

O cristianismo e o judaísmo vêem Ezequiel como um profeta, consideram o seu livro como parte de seu cânone, considerando-o o terceiro dos principais profetas.

Biografia

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Ezequiel era um sacerdote que foi chamado para profetizar durante o Exílio do povo judeu na Babilônia, tendo exercido sua atividade entre os anos 593 a 571 AC.[1][2] Diz-se que fundou uma escola de profetas e que ensinava a Lei à beira do Rio Quebar[3] que corta a cidade de Babilônia.

São curiosas as visões que o profeta teve sobre a glória de Yahweh e os sinais que aconteceram em sua própria vida demonstrando que as ações de Deus são fortes e marcantes. Ezequiel perdeu a sua esposa como sinal da queda de Jerusalém.

A comunidade, em meio à qual ele vivia, acreditava que em breve tudo voltaria a ser como antes, para seus contemporâneos o projeto de Deus era mero sistema que lhe dava segurança. Ezequiel, no entanto, sabe que o sistema passado estava agonizando de maneira irrecuperável, pois Jerusalém seria destruída.

Segundo ele, a sociedade sofria de doença crônica e incurável, pois havia abandonado o projeto de Yahweh em troca de uma vida luxuosa e fascinante. Por isso, Ezequiel vê o próprio Deus deixando o Templo (11:22-24) e largando os rebeldes ao bel-prazer dos amantes.

Isso era causa de sofrimento para o profeta, mas não de desânimo e desespero. Para ele, o futuro seria de ressurreição (caps. 36-37) e novidade radical. Com sua linguagem simbólica, Ezequiel indicava os passos para a construção do mundo novo:

 
Visão de Ezequiel da ressurreição dos ossos (Ezequiel 37: 1-14), óleo sobre tela, autor desconhecido, escola alemã do século XVII
  • Assumir a responsabilidade pelo fracasso histórico de um sistema que se corrompeu completamente, provocando a ruína de toda a nação.
  • Compreender que a simples reforma de um sistema corrompido não gera nenhuma sociedade nova; apenas reanima o velho sistema que, cedo ou tarde, acabará sempre nos mesmos vícios.
  • Converter-se a Deus, assumindo o seu projeto; e, a partir daí, construir uma sociedade justa e fraterna, voltada para a liberdade e a vida.

Com esse programa profético, vislumbrava-se um futuro novo: Deus voltaria para o meio de seu povo (43:1-7), provocando o surgimento de uma sociedade radicalmente nova. Aí, todos poderão participar igualmente dos bens e decisões que constroem a relação social a partir da justiça. Desse modo, todos poderão reconhecer que, a partir desse dia, o nome da cidade será: Yahweh está aí (48:35)[2].

A doutrina deste profeta tem, por núcleo, a renovação interior: é preciso criar, para si, um coração novo e um espírito novo (18:31); ou ainda, o próprio Deus dará "outro" coração, um coração "novo", e infundirá, no homem, um espírito "novo" (11:19; 36:26)[4].

Uma curiosidade sobre Ezequiel é que ele e o profeta Daniel são os únicos além de Jesus que foram chamados de filho do homem.

Ezequiel dá origem à corrente apocalípticaː suas grandiosas visões antecipam as de Daniel e as do autor de Apocalipse[4].

Ezequiel e o Propósito do seu Livro

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O propósito das profecias de Ezequiel foi duploː

  1. entregar a mensagem divina do juízo ao povo apóstata de Judá e Jerusalém (1-24) e às sete nações estrangeiras ao seu redor (25-32);
  2. conservar a fé do povo remanescente fiel a Deus no exílio concernente à restauração de seu povo segundo o concerto e a glória final do reino de Deus (33-48).

O profeta também ressaltava a responsabilidade pessoal de cada indivíduo diante de Deus, ao invés de somente culpar os antepassados e seus pecados como a causa do exílio como julgamento (18.1-32;33.10-20).

Ver também

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Referências

  1. Holman Bible Editorial Staff, Holman Concise Bible Dictionary, B&H Publishing Group, USA, 2011, p. 214
  2. a b Ezequiel Arquivado em 11 de dezembro de 2009, no Wayback Machine.Edição Pastoral da Bíblia, acessado em 17 de agosto de 2010
  3. Tradução Ecumênica da Bíblia, Ed. Loyola, São Paulo, 1994, p 803
  4. a b Bíblia de Jerusalém, Nova Edição Revista e Ampliada, Ed. de 2002, 3ª Impressão (2004), Ed. Paulus, São Paulo, p 1.244
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Ezekiel».

Ligações externas

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