Fonte do Gravatá
A Fonte do Gravatá é um fontanário abandonado localizado em Salvador, no estado da Bahia. Ela data do século XVIII e funcionava como fonte pública. Situa-se a uma curta distância a oeste da Igreja do Santíssimo Sacramento e Sant'Ana. A construção é tombada como estrutura histórica pelo estado da Bahia.[1][2][3][4]
Fonte do Gravatá | |
---|---|
Tipo | fontanário, património histórico |
Inauguração | década de 1700 |
Geografia | |
Coordenadas | |
Localização | Salvador - Brasil |
Patrimônio | bem tombado pelo IPAC |
A fonte do Gravatá é uma estrutura protegida pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia sob o Decreto n.º 001/84 de 1984.[4] A fonte está em um estado avançado de sujeira e degradação.[1][5]
História
editarA data de início de operação da fonte do Gravatá é desconhecida, mas o frontispício atual sugere tratar-se de uma construção do século XVIII. Em 1724, o Senado da Câmara desapropriou terrenos pertencentes ao Sargento-Mor José Batista de Carvalho para abrir uma estrada, a atual rua do Gravatá, que ligaria a fonte ao centro histórico de Salvador. Antigamente, ela fornecia água aos bairros da Mouraria, Palma e Santana.[2][4]
Luís dos Santos Vilhena comentou em 1801:
Dentro da cidade, um pouco abaixo da Igreja e Freguesia de Sant'Ana, fica a Fonte do Gravatá, a mais imunda e pior de todas; é, porém, a mais frequentada por ser a única [fonte] pública, que há dentro da cidade…[4][6]
A Santa Casa da Misericórdia de Salvador reivindicou a propriedade da fonte e de seus arredores em 1846; contudo, perdeu o caso em um tribunal ouvido pelas autoridades municipais. A cidade determinou a inspeção e reparo de todas as fontes em Salvador após uma seca de 1883 a 1885; uma referência à fonte de Gravatá aparece no relatório.[2]
Um teste de água realizado em 2015 verificou que a água da fonte era cristalina, com fluxo moderado e contínuo. No entanto, ela é usada atualmente como moradia por moradores de rua; é poluída por urina humana, poluentes orgânicos e inorgânicos.[1]
Características
editarConstruída em alvenaria de pedra, a Fonte tem planta retangular com uma abóbada, coroada por frontão simples. Semelhante a outras fontes da Bahia, é rodeada por uma cerca de ferro com um portão. Ainda na década de 1970 tinha duas bicas funcionais, semelhantes às relatadas por Luís dos Santos Vilhena em 1801. A bacia de captação é rasa e ligeiramente abaixo do nível da rua; o chafariz possui tanque de decantação para regular a vazão da água.[2][4]
Situa-se em um dos grotões do vale do rio das Tripas que separa a primeira da segunda linha de colinas do sítio de Salvador, na esquina das ruas do Gravatá e Independência, uma pequena rua que leva até a Igreja do Santíssimo Sacramento e Sant'Ana. Está localizada abaixo da segunda linha de morros além do centro histórico de Salvador. A fonte, uma vez localizada na encosta, fica abaixo do nível da rua e é acessível por escadas. Sua vizinhança é formada por um conjunto de casas e sobrados do século XIX de valor principalmente ambiental.[2][4]
A fonte do Gravatá fica em um movimentado bairro comercial, na esquina da rua do Gravatá com a rua da Fonte do Gravatá.[1][5]
Ver também
editarReferências
- ↑ a b c d Alves, Helena Maria A.; Martins, Djavã De S.; Almeida, Antonio R. de; Garcia, Rui Jesus L.; Monteiro, Tânia Maria S.; Lima, Claudia Do E.; Sant'Anna, Julia Cardoso; Conceição, Emily Karle dos S.; Moreira, Ueider A. (2016). «Avaliação da Qualidade das Águas das Principais Fontes Públicas de Salvador (Ba)». Interfaces Científicas - Saúde e Ambiente. 5 (1). 65 páginas. ISSN 2316-3798. doi:10.17564/2316-3798.2016v5n1p65-80
- ↑ a b c d e Secretaria da Indústria, Comércio e Turismo (Bahia, Brazil) (1997). IPAC-BA: inventário de proteção do acervo cultural. 1 1 ed. Salvador: Secretaria da Indústria e Comércio. pp. 61–62
- ↑ Nunes Neto, Francisco Antonio (2014). «Entre fontes, chafarizes e o dique: a introdução do sistema de abastecimento de água em Salvador». Revista FSA. 11 (4). ISSN 1806-6356. doi:10.12819/2014.11.4.8
- ↑ a b c d e f «Fonte Grande do Morro de São Paulo». Patrimônio Cultural da Bahia. 2020. Consultado em 21 de abril de 2020
- ↑ a b Tourinho, Aucimaia de Oliveira (2008). Estudo Histórico e Sócio Ambiental das Principais Fontes Públicas de Salvador. Salvador: Universidade Federal da Bahia. pp. 91–92
- ↑ Vilhena, Luís dos Santos; Amaral, Braz do (1969). A Bahia no sćulo XVIII - Volume 1. [S.l.]: Itapuá. p. 103