Geração X

indivíduos nascidos entre meados da década de 1960 e o início da década de 1980
 Nota: "Slacker" redireciona para este artigo. Para o filme de Richard Linklater, veja Slacker (filme). Para outros significados, veja Geração X (desambiguação).

Geração X (ou coloquialmente no Brasil Geração Coca-Cola, derivado de uma música da banda Legião Urbana) é uma expressão que se refere, segundo alguns, aos indivíduos nascidos entre 1965 até 1980,[1][2][3][4][5][6][7][8] durante os anos que se seguiram ao baby boom do pós-guerra, verificado entre 1946 e 1964.[9][10] Segundo outros, a geração X seria constituída pelas pessoas nascidas entre os anos 1960 e os anos 1970.[11][12][13][14] Como Fran Kick explica, não existe um limite rígido. Frequentemente, a mudança entre gerações ocorre ao longo de 3 a 5 anos, talvez mais, dependendo de para quem se pergunte.[15][16]

Alternativamente, a expressão 'geração X' também foi usada em diversas épocas e lugares para referir-se a várias subculturas e à contracultura, desde 1950.[17] Na meia-idade, a pesquisa descreve esses indivíduos como ativos e felizes, tendo alcançado um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. A coorte foi creditada com "tendências empreendedoras".

História da Geração X

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Cartaz do filme Star Wars (1977), um marco na ficção científica, lançado oito anos após o primeiro homem pisar na Lua durante a missão Apollo 11 (1969).

A expressão "Geração X" foi inventada pelo fotógrafo da Agência Magnum, Robert Capa, em 1950. Ele iria usá-la mais tarde como título de um ensaio fotográfico sobre homens e mulheres jovens que cresceram imediatamente após a Segunda Guerra Mundial. O projeto emergiu em 1953 na revista britânica "Picture Post" e na estadunidense "Holiday". Descrevendo a sua intenção, Capa disse:

O escritor John Ulrich explica:

 
Eddie Vedder, vocalista da banda Pearl Jam nascido em 1964, faz parte da Geração X.

O termo foi usado por Jane Deverson em um estudo de 1964 a respeito da juventude britânica. Deverson foi convidada pela revista Woman's Own para entrevistar os adolescentes da época. O estudo revelou uma geração de adolescentes para quem era normal manter relações sexuais antes do casamento, que não acreditavam muito em Deus, que não gostavam da rainha Elizabeth II e não respeitavam os pais. Na época, ainda sequer havia sido cunhada a expressão "Geração Apática", ou Slacker generation, e o estudo foi considerado inadequado para a revista. Deverson, em uma tentativa de salvar sua pesquisa, trabalhou com o jornalista Charles Hamblett para criar um livro a partir do estudo. Hamblett decidiu nomeá-lo Geração X.[19]

 
A Geração X foi atuante na Queda do Muro de Berlim (1989).

O termo somente viria a ser popularizado pelo romance Geração X: contos para uma cultura acelerada (1991), do autor canadense Douglas Coupland, sobre os jovens do final dos anos 1980 e seu estilo de vida. Um artigo da revista 1989,[20] erroneamente, atribuiu a origem da expressão "Geração X" ao músico inglês Billy Idol. Na verdade, Idol havia sido membro da banda punk Generation X de 1976 a 1981. O nome da banda havia sido criado baseado no título do livro de Deverson e Hamblett, uma cópia do qual havia sido adquirida pela mãe de Idol.[21]

Nos Estados Unidos, Generation X originalmente referia-se ao nascidos durante o baby bust, expressão que designa a queda da taxa de natalidade após o baby boom ("explosão de bebês") do pós-Segunda Guerra Mundial.[11]

Brasil

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Investigando o contexto brasileiro, as pesquisadoras Milhome e Rowe, da Universidade Federal da Bahia, identificaram os nascidos entre 1959 e 1968, que chegaram na idade adulta no final da ditadura militar brasileira e no contexto das Diretas Já, além de viverem as crises econômicas no fim da década de 1970 e começo da de 1980, como parte da geração Diretas.[22] Além disso, elas identificaram os nascidos entre 1969 e 1978, que chegaram na idade adulta na crise econômica pós-ditadura militar, viram o Plano Collor e seu impeachment, além da criação do Plano Real e suas primeiras consequências, como parte da geração Hiperinflação.[23]

Ver também

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Referências

  1. «Gen X Is a Mess». The New York Times (em inglês). 14 de maio de 2019. ISSN 0362-4331. Consultado em 6 de fevereiro de 2024 
  2. Williams, Alex (14 de maio de 2019). «Actually, Gen X Did Sell Out, Invent All Things Millennial, and Cause Everything Else That's Great and Awful». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 6 de fevereiro de 2024 
  3. Siegel, Rachel; Telford, Taylor (18 de outubro de 2019). «More work, more sleep: New study offers glimpse of daily life as a millennial». Washington Post (em inglês). ISSN 0190-8286. Consultado em 6 de fevereiro de 2024 
  4. Miner, Nanette. «Council Post: As Baby Boomers Near Retirement, Companies Risk A Leadership Shortage». Forbes (em inglês). Consultado em 6 de fevereiro de 2024 
  5. Gorman, Megan. «Why Gen X Is Not A Forgotten Financial Generation». Forbes (em inglês). Consultado em 6 de fevereiro de 2024 
  6. Stephey, M. J. (16 de abril de 2008). «Breaking News, Analysis, Politics, Blogs, News Photos, Video, Tech Reviews». Time (em inglês). ISSN 0040-781X. Consultado em 6 de fevereiro de 2024 
  7. Siegel, Rachel; Telford, Taylor (18 de outubro de 2019). «More work, more sleep: New study offers glimpse of daily life as a millennial». Washington Post (em inglês). ISSN 0190-8286. Consultado em 6 de fevereiro de 2024 
  8. «The Fed - Table: Distribution of Household Wealth in the U.S. since 1989». www.federalreserve.gov. Consultado em 6 de fevereiro de 2024 
  9. Generation X (Gen X). Por Julia Kagan. Investopedia, 22 de junho de 2020.
  10. Stephey, M.J. (16 de abril de 2008). «Gen-X: The Ignored Generation?». Time. Consultado em 3 de maio de 2010 
  11. a b Encyclopedia of Identity By Ronald L. Jackson, II
  12. Strauss, William & Howe, Neil. Generations: The History of America's Future, 1584 to 2069. Perennial, 1992 (Reprint). ISBN 0-688-11912-3 p. 324
  13. Shin, Annys (3 de janeiro de 2008). «Non-Toxic Tots». Washington Post. Consultado em 28 de setembro de 2010 
  14. Carlson, Elwood (30 de junho de 2008). The Lucky Few: Between the Greatest Generation and the Baby Boom. [S.l.]: Springer. ISBN 978-1-4020-8540-6 
  15. Carlson, Elwood (30 de junho de 2008). The Lucky Few: Between the Greatest Generation and the Baby Boom. [S.l.]: Springer. p. 29. ISBN 978-1-4020-8540-6 
  16. Kick, Fran (2005). What makes kids kick:inspiring the millennial generation to kick it. [S.l.]: Instruction & Design Concepts. 33 páginas 
  17. a b Ulrich, John. «Introduction: A (Sub)cultural Genealogy». In: Andrea L. Harris. GenXegesis: essays on alternative youth. [S.l.: s.n.] 3 páginas 
  18. GenXegesis: essays on alternative youth (sub)culture By John McAllister Ulrich, Andrea L. Harris p. 5.
  19. Asthana, Anushka & Thorpe, Vanessa. "Whatever happened to the original Generation X?". The Observer. January 23, 2005.
  20. Coupland, Doug. "Generation X." Vista, 1989.
  21. Generation X - A Punk History with Pictures
  22. Milhome 2022, pp. 65-66, geração Diretas.
  23. Milhome 2022, p. 66, geração Hiperinflação.

Bibliografia

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Precedido por
Baby boomers
Geração X
1965 - 1980[1]
Sucedido por
Geração Y
  1. «Gerações X, Y, Z e Alfa: como cada uma se comporta e aprende». BEĨ Educação (em inglês). 9 de março de 2021. Consultado em 19 de agosto de 2022 
  NODES