Guerra e Paz (Candido Portinari)
Guerra e Paz são dois painéis de, aproximadamente, 14 x 10 m cada um produzidos pelo pintor brasileiro Candido Portinari,[1] entre 1952 e 1956. Os painéis foram encomendados pelo governo brasileiro para presentear a sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, mas antes de partirem, em 1956, foram expostos numa cerimônia no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, que contou com a presença do então Presidente Juscelino Kubitschek.
Guerra e Paz | |
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Autor | Candido Portinari |
Data | 1952-1956 |
Dimensões | 1 400 centímetro x 1 000 centímetro |
Localização | Assembleia Geral das Nações Unidas |
Os primeiros estudos para a obra surgiram em 1952, quando Portinari realizava uma outra encomenda, feita pelo Banco da Bahia, com a temática de retratar a chegada da família real portuguesa à Bahia. Com o auxílio de Enrico Bianco e de Maria Luiza Leão, os painéis Guerra e Paz foram pintados a óleo sobre madeira compensada naval.[2] Enquanto um é uma representação da guerra, o outro representa a paz. Por seu trabalho com os painéis, Portinari foi agraciado em 1956 com o prêmio concedido pela Solomon Guggenheim Foundation de Nova York.[3] Naquela ocasião, o crítico de arte Mario Barata publicou a seguinte nota no Diário de Notícias:
“ | Nunca, na arte moderna do mundo inteiro, um pintor viu as suas obras substituírem-se aos acorde de Wagner e Verdi, à fantasia dos ballets de Chopin, à majestade das orquestras sinfônicas. Pela primeira vez no século XX, o maior teatro de uma cidade transforma-se em templo da pintura | ” |
Cinquenta e quatro anos depois, em dezembro de 2010, os painéis deixaram a sede da ONU e retornaram ao Brasil para serem restaurados no Palácio Gustavo Capanema, de fevereiro a maio de 2011, em ateliê aberto ao público. Graças aos esforços do Projeto Portinari, do Governo Federal, através do Ministério da Cultura e do Itamaraty, de instituições internacionais e de empresas estatais e privadas, a obra foi exposta no Brasil e no exterior até agosto de 2013, enquanto a sede da ONU sofria uma grande reforma.[5]
No retorno ao Brasil, contou com uma exibição franca que foi de 22 de dezembro de 2010 até 6 de janeiro de 2011, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.[6] A exposição foi visitada por mais de 40 mil pessoas.[7] Do Rio, os painéis seguiram para São Paulo (Memorial da América Latina) e, após, um itinerário que passou pelo Grand Palais,[8] em Paris, pelo Memorial da Paz de Hiroshima, no Japão, pelo Auditório Municipal de Oslo, onde ficaram expostos durante a entrega do Prêmio Nobel da Paz, e pelo Museu de Arte Moderna de Nova York.[9]
Referências
- ↑ «Guerre et Paix de Portinari - Un chef-d'œuvre brésilien pour l'ONU» (em francês). Consultado em 10 de junho de 2018
- ↑ Affonso Romano de Sant'Anna (26 de dezembro de 2010). «Pintando a guerra e a paz». Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Consultado em 8 de janeiro de 2011
- ↑ «Portinari, Candido (1903-1962)». Itaú Cultural. 20 de dezembro de 2010
- ↑ Barata, Mario (1956). «Coluna Vida e Arte - Guerra e Paz». Diário de Notícias. 2ª Seção
- ↑ «Guerra e Paz - O Projeto». Consultado em 8 de janeiro de 2011
- ↑ «Exposição de murais de Portinari é prorrogada no Rio». Último Segundo. 30 de dezembro de 2010. Consultado em 8 de janeiro de 2011
- ↑ «Exposição de painéis de Portinari fazem sucesso no Rio de Janeiro». Globo.com. 6 de janeiro de 2011. Consultado em 8 de janeiro de 2011
- ↑ Guerre et Paix de Portinari - Un chef-d’œuvre brésilien pour l’ONU. Grand Palais. Página visitada em 7 de maio de 2014.
- ↑ «Guerra e Paz». Ministério da Cultura. 20 de dezembro de 2008
Ligações externas
editar- «Guerra e Paz - Projeto Portinari». Arquivado do original em 25 de dezembro de 2010
- «Histórico dos Painéis Guerra e Paz - Projeto Portinari»
- «"Guerra e Paz de Portinari"». (10/08/2007, em ocasião dos 50 anos da obra).
- «Guerra e Paz - Google Arts and Culture»
- «Guerra (1952-1956)»
- «Paz (1952-1956)»
- «Projeto Guerra e Paz»