Jeanne Duval

actriz francesa

Jeanne Duval (Jacmel, (1820, em — Paris, 1862) foi uma atriz e dançarina haitiana, musa e companheira do poeta e crítico de arte francês Charles Baudelaire. Eles se conheceram em 1842, quando Duval deixou o Haiti pela França. Desde então, os dois mantiveram um longo romance e, ao longo de vinte anos, viveram juntos, separaram-se, romperam e reconciliaram-se muitas vezes.

A amante de Baudelaire, reclinada. Retrato de Jeanne Duval, por Édouard Manet.

A princípio, Baudelaire instala Duval no n.° 6 da rue de la Femme-sans-tête (rua da Mulher sem cabeça), atual rue Le Regrattier, nas proximidades do hôtel Pimodan, Quai d'Anjou, na Île Saint-Louis, onde ele mesmo morava.

Duval é considerada como a mulher que o poeta mais amou na vida,[1] depois de sua mãe, e a ela dedicou os poemas Le balcon, Parfum exotique, La chevelure, Sed non satiata, Le serpent qui danse e Une charogne. Baudelaire costumava chamá-la "a amante das amantes" ou sua "vênus negra". Acredita-se, dentro da visão predominante dos meados do século XIX, que, para ele, Duval simbolizava a beleza perigosa, a sensualidade e o mistério de uma mulata.

É possível que Manet, velho amigo de Baudelaire, tenha retratado Duval em A amante de Baudelaire, reclinada (1862).[2] Todavia há alguma controvérsia em torno do retrato. Ela estaria, àquela altura, ficando cega e morreria de sífilis pouco depois. Baudelaire morreria cinco anos após, em 1867, também de sífilis.[3]

Havia quem dissesse que Duval fosse viciada em drogas, embora não haja comprovação. Mas é certeza que Baudelaire era viciado em ópio e haxixe. Outras fontes dizem também que Duval teria sobrevivido a Baudelaire. Felix Nadar, velho amigo de Baudelaire, afirma ter visto Duval, em 1870, usando muletas e sofrendo severamente em decorrência da sífilis.

O sobrenome de Jeanne é até hoje duvidoso - podendo ser mesmo Duval ou Lemer, Lemaire ou mesmo Prosper.

Referências

  1. «Archived copy». Consultado em 15 de julho de 2007. Arquivado do original em 23 de outubro de 2007 
  2. Therese Dolan (1997). «Skirting the issue: Manet's portrait of 'Baudelaire's Mistress, Reclining'». Art Bulletin. 79 (4). pp. 611–629 
  3. «Archived copy». Consultado em 12 de julho de 2007. Arquivado do original em 2 de junho de 2007 
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