José Barata-Moura
José Adriano Rodrigues Barata-Moura GOSE (Lisboa, 26 de Junho de 1948) é um filósofo, compositor, cantautor e político português.[1]
José Barata-Moura | |
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Nascimento | 26 de junho de 1948 (76 anos) Lisboa |
Cidadania | Portugal |
Alma mater | |
Ocupação | político, filósofo, escritor |
Distinções |
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Empregador(a) | Universidade de Lisboa |
Biografia
editarFez os estudos pré-universitários em França e obteve na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, a licenciatura (1970) e o doutoramento (1980) em Filosofia.[2]
Antigo reitor da Universidade de Lisboa, entre 1998 e 2006, é professor catedrático da Faculdade de Letras dessa universidade, desde 1986, onde foi também presidente do Conselho Directivo, de 1981 a 1982. Membro de várias sociedades científicas, foi presidente da Internationale Gesellschaft für dialektische Philosophie, de 1996 a 2000. É membro do Conselho de Administração do Portal Universia Portugal, desde 2002.[3][1]
Barata-Moura deu-se a conhecer também como cantor de intervenção. Em 1970 cantou pela primeira vez na televisão, no programa Zip-Zip, apresentando a música Ballade du Bidonville, cuja tradução foi interdita pela censura.[2] Popularizou-se como cantor infantil, sendo autor de músicas célebres como Joana come a papa, Olha a bola Manel e o Fungagá da Bicharada.[4][3][1]
José Barata Moura é uma personalidade rara, pela inteligência fulgurante, conhecimentos e capacidade de os comunicar a qualquer público, por menos informado que este seja. Mas é sobretudo pela sua extraordinária integridade intelectual que ele é talvez incomparável.
É militante do Partido Comunista Português, tendo sido mandatário nacional da candidatura presidencial de Francisco Lopes, em 2011.[5][1]
Reconhecimento
editarA 30 de Janeiro de 2006 foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, pelo então presidente da República Portuguesa Jorge Sampaio.[6][7]
Dois anos mais tarde, em 2008, foi eleito membro correspondente da Academia das Ciências de Lisboa (Classe de Letras), tendo passado a efectivo em 2013.[8]
Foi homenageado na edição de 2021 da Filo-Lisboa, co-organizada pelo Goethe-Institut Portugal, Institut Français du Portugal e pelo Teatro São Luiz (Lisboa).[9]
Livros Publicados
editarÉ autor dos livros:[10][11][12]
- Kant e o conceito de Filosofia, Lisboa, Sampedro, 1972.
- Da redução das causas em Aristóteles, Lisboa, FUL, 1973.
- Estética da canção política, Lisboa, Horizonte, 1977.
- Totalidade e contradição, Lisboa, Horizonte, 1977.
- O coelho barafunda, Lisboa, Horizonte, 1977.
- Ideologia e Prática, Lisboa, Caminho, 1978.
- EPISTEME. Perspectivas gregas sobre o saber. Heraclito-Platão-Aristóteles, Lisboa, ed. de autor (distrib. Cosmos), 1979.
- Para uma crítica da "Filosofia dos valores", Lisboa, Horizonte, 1982.
- Da representação à "práxis", Lisboa, Caminho, 1986.
- Ontologias da "práxis", e idealismos, Lisboa, Caminho, 1986.
- A "realização da razão" - um programa hegeliano?, Lisboa, Caminho, 1990.
- Marx e a crítica da "Escola Histórica do Direito", Lisboa, Caminho, 1994.
- Prática, Lisboa, Colibri, 1994.
- Materialismo e subjectividade, Lisboa, Avante, 1998.
- Estudos de Filosofia Portuguesa, Lisboa, Caminho, 1999.
- O Outro Kant, Lisboa, Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2007.
- Estudos sobre a Ontologia de Hegel. Ser, Verdade, Contradição, Edições «Avante!», Lisboa, 2010.
- Sobre Lénine e a Filosofia. A Reivindicação de uma Ontologia Materialista Dialéctica com Projecto, Edições «Avante!», Lisboa, 2010.
- Filosofia em "O Capital". Uma aproximação. Edições «Avante!», Lisboa, 2013
- Três Ensaios em Torno do Pensamento Político e Estético de Álvaro Cunhal. Edições «Avante!», Lisboa, 2014
- Marx, Engels e a Crítica do Utopismo, Edições «Avante!», Lisboa, 2015
- Ontologia e Política. Estudos em torno de Marx II. Edições «Avante!», Lisboa, 2017
- As Teses das «Teses». Para um exercício de leitura. Edições «Avante!», Lisboa, 2018
- Contexturas e Texturas. Sobre o Anti-Duhring de Engels. Edições «Avante!», Lisboa, 2020
Discografia Seleccionada
editarEntre a sua discografia encontram-se:[13][14][15]
Álbuns
editar- José Barata Moura, Zip Zip, 1973
- Caridadezinha, Orfeu, 1973
- Fungagá da Bicharada, Zip Zip, 1976
- Canções Infantis, Zip Zip, Diapasão, 1976
- A Valsa da Burguesia, Zip Zip, 1976
- A Mudança do Macaco Zacarias, Diapasão, 1977
- A Direita da Tendência, Diapasão, 1977
- A Banhoca do Penteado no Passeio, Diapasão, 1980
- A Rumba da Bomba, Diapasão, 1980
- A Charanga do Zé, Diapasão, 1981
- Ai Se a Lua..., Diapasão, 1984
- Os Trapalhonços, Diapasão, 1984
- Joana Come a Papa, Strauss-Música e Video, 1993[16]
Singles e EPs
editar- Olha a Bola, Manel, Zip Zip, 1970
- Bidonville, Zip Zip, 1970
- Vamos Brincar à Caridadezinha, Zip Zip, 1973
- Apelo às Mulheres na Revolução - No Ano Internacional da Mulher, Guilda da Música, 1975
- Cravo Vermelho ao Peito, Zip Zip, 1975
- Joana Come a Papa, Zip Zip, 1975
- Cantiga do Passeio/ Peão Verde ou Encarnado/ As Desventuras do Rabanete Saltitão/ A Cantiga da Lagarta, Diapasão 1979
- John Cópinho, Diapasão, 1983
- Canções Infantis, Diapasão, s/d
- A Banhoca da Rita e do André, Zip Zip, s/d
- A Cidade do Penteado, Diapasão, s/d
- Fungagá da Bicharada, Zip Zip, s/d
Compilações
editar- Obra Infantil Completa de José Barata Moura, 4 CDs, CNM, 2005
- Canção de Intervenção - Obra Completa Publicada, 3 CDs, Edições Avante, Companhia Nacional de Música, S.A., Movieplay, 2011
- Canto & Autores nº 12, Levoir/Público, 2014
Referências
- ↑ a b c d «José Barata-Moura - FLUL Alumni». alumni.letras.ulisboa.pt. Consultado em 22 de novembro de 2021
- ↑ a b Portugal -, RTP, Rádio e Televisão de. «JOSÉ BARATA MOURA por João Carlos Callixto - Gramofone, RTP Memoria - Canais TV - RTP». www.rtp.pt. Consultado em 22 de novembro de 2021
- ↑ a b «O filósofo que ajudava os meninos a comer a papa». www.dn.pt. Consultado em 22 de novembro de 2021
- ↑ «Índice geral de autores». natura.di.uminho.pt. Consultado em 22 de novembro de 2021
- ↑ «José Barata Moura Mandatário Nacional de Francisco Lopes». Partido Comunista Português. 21 de setembro de 2010. Consultado em 6 de dezembro de 2020. Cópia arquivada em 29 de agosto de 2019
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "José Barata Moura (Professor Doutor)". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 28 de fevereiro de 2015
- ↑ «O Presidente da República, Jorge Sampaio, condecora com o Grau de Grande Oficial da Ordem de Sant' Iago da Espada José Manuel Barata-Moura, e com a Grã-Cruz da Ordem do Infante, 8 políticos, a 5 de março de 2006». www.arquivo.presidencia.pt. Consultado em 22 de novembro de 2021
- ↑ «Efetivos». www.acad-ciencias.pt (em inglês). Consultado em 22 de novembro de 2021
- ↑ «Homenagem a José Barata-Moura na Filo-Lisboa 2021 dia 29 no S. Luiz». Notícias ao Minuto. 22 de novembro de 2021. Consultado em 22 de novembro de 2021
- ↑ «José Barata-Moura | Wook». www.wook.pt. Consultado em 22 de novembro de 2021
- ↑ «Biblioteca Nacional de Portugal - Obras de José Barata Moura». catalogo.bnportugal.gov.pt. Consultado em 22 de novembro de 2021
- ↑ «José Barata-Moura». www.goodreads.com. Consultado em 22 de novembro de 2021
- ↑ «Fonoteca Municipal - Catálogo: Discografia José Barata Moura». Fonoteca Municipal de Lisboa. Consultado em 22 de novembro de 2021
- ↑ «José Barata-Moura discography - RYM/Sonemic». Rate Your Music (em inglês). Consultado em 22 de novembro de 2021
- ↑ «José Barata-Moura - MusicBrainz». musicbrainz.org. Consultado em 22 de novembro de 2021
- ↑ «Fonoteca Municipal - Catálogo: Joana Come a Papa». Fonoteca Municipal de Lisboa. Consultado em 22 de novembro de 2021
Ligações externas
editar- Joana Come a Papa por José Barata-Moura
- Programa Roque e Role (RTP) - José Barata Moura interpreta temas como o Fungágá da Bicharada, Os Trapalhonços e outros (1988)
- Programa Grande Entrevista (RTP): José Barata Moura entrevistado por Judite Sousa (2000)
- Enciclopédia do Espectáculo (RTP) - José Barata Moura (2017)
Precedido por Virgílio Meira Soares |
Reitor da Universidade de Lisboa 1998–2006 |
Sucedido por António Sampaio da Nóvoa |