Ialorixá

sacerdotisa
(Redirecionado de Mãe de santo)
 Nota: Para a minissérie da extinta Rede Manchete, veja Mãe de Santo (minissérie).

Ialorixá[1] ou iyalorixá[2][3][4] (em iorubá: iyálorìṣa), também conhecida como mãe de santo[5] e mãe de terreiro,[6] é a sacerdotisa de um terreiro, seja ele de Candomblé, Umbanda ou Quimbanda.

Etimologia

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Orixás são divindades da religião iorubá. (em iorubá: Iyá) e a junção iaiá significa "mamãe", forma carinhosa de falar com a mãe, ou com a senhora da fazenda, muito usada pelos escravos. É uma palavra utilizada em muitos segmentos das religiões afro-brasileiras, principalmente no candomblé. Pode ser usado antes de uma palavra, como é o caso de iabassê,[7] iaquequerê,[8][9] ialorixá,[10] Iá Nassô, como pode se usar a palavra para se referir às Iamis (minha mãe), também chamadas de Iamis-Ajé (minha mãe feiticeira) ou Iami Abá[11] (minha mãe anciã).

Descrição

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Ela é a responsável por tudo que acontece no terreiro, ninguém faz nada no terreiro sem sua prévia autorização. Sua função é sacerdotal: ela faz consultas aos orixás através do jogo de búzios, uma vez que no Brasil não temos o hábito de consultar o babalaô, que é o sacerdote supremo do jogo de Ifá, devido à ausência do mesmo na tradição afro-brasileira desde a morte de Martiniano do Bonfim. Segundo os mais antigos, foi por volta de 1943 que faleceu o último babalaô sacerdote supremo do culto de Ifá no Brasil, e, desde então, não há mais participação ativa de um babalaô nos ritos.

 
Ialorixás do candomblé: ao centro, Mãe Olga do Alaqueto

Durante esse período, o professor Agenor Miranda era convocado para fazer o jogo para saber dos orixás quem seria a mãe de santo nos grandes terreiros baianos. Com os avanços tecnológicos e com a imigração voluntária de africanos para o Brasil, começaram a surgir novos babalaôs na tradição do candomblé. Necessário se faz diferenciar o jogo de Ifá do jogo merindilogum e jogo de búzios.

Conta com a ajuda de muitas pessoas para a administração da casa,[12] sendo que cada um tem uma função específica na hierarquia, mas todos sabem fazer de tudo para um caso de emergência. A responsabilidade, a quantidade de filhos de santo, de clientes, e a quantidade de problemas a serem resolvidos num terreiro grande não se comparam ao de uma casa menor. Motivo pela qual a ialorixá das grandes casas conta com a ajuda de um grupo de auxiliares.

Já nas casas menores, a ialorixá, além da função sacerdotal, acumula diversas outras funções, devendo ser conhecedora das folhas sagradas, seus segredos e aplicações litúrgicas. Em caso de rituais ligados aos eguns, ou se especializa ou consulta um Ojé. Quando necessário, quando a casa ainda não tem um axogum confirmado, ela mesmo faz os sacrifícios. Quando a casa ainda não tem alabê, normalmente a ialorixá convida alabês das casas irmãs para tocar o candomblé. Na ausência da iabassê ou equede, ela mesmo faz as comidas dos orixás, costura as roupas das iaôs, faz as compras etc. As ialorixás mais populares, conhecidas e que se destacaram foram Mãe Olga do Alaqueto,[13][14] Mãe Aninha, Mãe Senhora e Mãe Menininha do Gantois.

Referências

  1. «Ialorixá». Michaelis 
  2. Luz, Marco Aurélio (2000). Agadá: dinâmica da civilização africano-brasileira. [S.l.]: Editora da Universidade Federal da Bahia 
  3. Educação, cultura e direito: coletânea em homenagem à Edivaldo M. Boaventura. [S.l.]: EDUFBA. 2005. ISBN 978-85-232-0360-3 
  4. Afro-Ásia. [S.l.]: Centro de Estudos Afro- Orientaís da Universidade Federal da Bahia. 2003 
  5. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 910.
  6. Priberam: ialorixá
  7. Faraimará, o caçador traz alegria: Mãe Stella, 60 anos de iniciação. [S.l.]: Pallas. 1 de janeiro de 1999. ISBN 978-85-347-0201-0 
  8. The Architects of Existence: Aje in Yoruba Cosmology, Ontology, and Orature Por Teresa N. Washingto(em inglês)
  9. Nascimento, Elisa Larkin (3 de dezembro de 2012). Guerreiras de natureza: Mulher negra, religiosidade e ambiente. [S.l.]: Selo Negro. ISBN 978-85-8455-004-3 
  10. Rocha, Agenor Miranda (2000). As nações Kêtu: origens, ritos e crençãs : os candomblés antigos do Rio de Janeiro. [S.l.]: Mauad Editora Ltda. ISBN 978-85-7478-018-4 
  11. O culto dos Eguns no Candomblé
  12. Joaquim, Maria Salete (2001). O papel da liderança religiosa feminina na construção da identidade negra. [S.l.]: EDUC. ISBN 978-85-283-0202-8 
  13. Ministério da Cultura do Brasil (27 de dezembro de 2002). «Lista de homenageados com a Ordem do Mérito Cultural 1995 – 2002». Consultado em 7 de Junho de 2011. Arquivado do original (html) em 6 de junho de 2011 
  14. The New York Times. «Olga de Alaketu, 80, Afro-Brazilian Priestess» (em inglês). Consultado em 7 de Junho de 2011 
 
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