Moxoena (em grego: Μοξουηνή; romaniz.: Moxouēné; em latim: Moxoena), Moque (em armênio: Մոկք; romaniz.: Mokkʿ) ou Bete-Moxaie (em siríaco: Bēθ-Moksāyē)[1] foi um território do Reino da Armênia e mais tarde da Armênia Sassânida, localizado a leste de Arzanena, do sul do Lago de Vã ao norte do rio Botã.[2]

Armênia em 150; Moxoena situa-se dentre as províncias mais ao centro-sul

Toponímia

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O nome Moxoena (Moxoene) só aparece em fontes antigas no início do século IV. Nos séculos posteriores, fontes armênias usaram o nome Moque (Mokkʿ). O antigo nome é preservado nos tempos modernos com os curdos locais usando o nome Miques (Miks) à principal cidade da região.[3][4] Foram feitas tentativas para encontrar as atestações pré-armênias de Moxoena e alguns etnônimos foram sugeridos, incluindo Mucos (Μύκοι) de Heródoto, Musqui (Muški) de fontes assírias e τῶν Μοσχικῶν ὄρη ou Moxianos (Μοξιανοί) de Ptolomeu como atestado por ele na Geografia. No entanto, nenhum destes se enquadra nos critérios geográficos e linguísticos.[5]

História

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Em 198, Moxoena emergiu em Corduena.[6] O território era governado por uma dinastia local homônima, que de início esteve sujeita à autoridade do vitaxa de Arzanena.[7] No Reino da Armênia, as famílias nobres tinham o dever de arregimentar cavaleiros ao exército real quando convocadas. A Lista Militar (Զորնամակ, Zōrnamak), o documento que indica a quantidade de cavaleiros que cada uma das famílias nobres devia ceder ao exército real em caso de convocação, afirma que Moxoena devia arregimentar mil soldados.[8] Em 299, em decorrência da Paz de Nísibis firmada pelo xainxá Narses I (r. 293–302) com os imperadores Diocleciano (r. 284–305) e Galério (r. 293–311), Arzanena e seus principados dependentes, dentre os quais Moxoena, permaneceu sob a égide do Império Romano. Durante o reinado de Cosroes III (r. 330–339), o vitaxa Bacúrio buscou reverter sua vassalagem ao xainxá Sapor II (r. 309–379), mas foi derrotado pelos exércitos armeno-romanos enviados contra ele.[9]

Durante a Batalha de Samarra em 363, os soldados romanos provavelmente marcharam através de Moxoena sob o comando dos generais Procópio e Sebastiano para se juntarem a Ársaces II.[10] Durante as negociações territoriais daquele mesmo ano, o Império Sassânida exigiu Arzanena e suas dependentes, incluindo Moxoena.[9] Após a guerra, Moxoena emergiu como uma nova entidade política parte do Império Sassânida.[6] A diocese de Moxoena estava subordinada à Igreja do Oriente e pertencia ao nestorianismo.[11] No século V, pouco antes da derrubada dos arsácidas e a criação da província local pelo Império Sassânida, a região ainda permanecia sob controle armênio, compondo um de seus maiores territórios.[12] Sua família principesca continuou a existir até o século VII, quando seus domínios passaram aos Bagratúnios e então Arzerúnios, que foram reconhecidos no século X pelo Império Bizantino como príncipes (arcontes) de Moxoena.[13]

Referências

  1. Toumanoff 1963, p. 574.
  2. Marciak 2017, p. 189–193.
  3. Marciak 2017, p. 223.
  4. Bajalan & Karimi 2014, p. =679–681.
  5. Marciak 2017, p. 223-224.
  6. a b Marciak 2017, p. 188.
  7. Toumanoff 1963, p. 131-132.
  8. Toumanoff 1963, p. 135, 240.
  9. a b Toumanoff 1963, p. 180.
  10. Marciak 2017, p. 187.
  11. Baum & Winkler 2003, p. 31.
  12. Toumanoff 1963, p. 131.
  13. Toumanoff 1963, p. 182, nota 145, 200, 202.

Bibliografia

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  • Baum, Wilhelm; Winkler, Dietmar W. (2003). The Church of the East. Abingdon: Taylor & Francis 
  • Marciak, Michał (2017). Sophene, Gordyene, and Adiabene: Three Regna Minora of Northern Mesopotamia Between East and West. Leida: BRILL. ISBN 9789004350724 
  • Toumanoff, Cyril (1963). Studies in Christian Caucasian History. Washington: Georgetown University Press 
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