Jeanne Roques (Paris, 23 de fevereiro de 1889Paris, 7 de dezembro de 1957), conhecida artisticamente pelo pseudônimo de Musidora, foi uma atriz, diretora, escritora, produtor e realizadora francesa, que se fez famosa por sua interpretação no filme de Louis Feuillade Les Vampires. Foi o arquétipo de mulher fatal,[1] tendo sido adotada pelos surrealistas como uma de suas musas.

Musidora

Musidora em um fotografia publicitária de um filme. 1914.
Nome completo Jeanne Roques
Conhecido(a) por atriz, diretora, escritora, produtora, diretora de cinema
Nascimento 23 de fevereiro de 1889
París, França
Morte 7 de dezembro de 1957 (68 anos)
Paris, França 
Nacionalidade francesa

Biografia

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Seu pai Jacques, compositor e teórico do socialismo, e sua mãe Marie Clémence, pintora e líder feminista, transmitiram-lhe seu amor pela literatura. Gostavam também de pintar, escrever e esculpir, mas, sobretudo, do mundo do espetáculo. Lendo Théophile Gautier, a diretora escolheu o nome artístico de Musidora, heroína de Fortunio.

Em 1910, atuou na obra de teatro A loupiotte de Aristide Bruant, e, dois anos mais tarde, no Bataclan, com a revista Ça grise, na que trabalhava Colette.

Iniciou sua carreira cinematográfica em 1913; mas Louis Feuillade a descobriu no espetáculo A Revue Galante no Folies-Bergère, e, em 1915, lhe ofereceu o papel de Irma Vap, a personagem com o que se faria famosa, no filme Les Vampires, uma série de dez episódios.

Irma Vep (anagrama de vampire) é uma cantora de cabaret que faz parte da sociedade secreta «Les Vampires», um grupo de delinquentes. É hipnotizada por Moreno, um rival da banda, que a converte em sua amante e lhe ordena que assassine ao Grande Vampiro. Ao final, ela converterá na chefa do grupo, até que estes são presos. 

Em 1916, voltou a trabalhar com Luis Feuillade, na série Judex.

No início de sua carreira como realizadora, fez adaptações cinematográficas de novelas de Colette.

Apaixonou-se do rejoneador Antonio Cañero e foi viver com ele na Espanha. Ali foi roteirista, diretora, produtora e intérprete de três filmes: A Capitã Alegria, 1920, Sol e Sombra, 1922, e, A Terra dos touros, 1924.

De volta a Paris, em 1926, atuou no filme Le berceau de dieu, com Léon Mathot.

Após casar com o médico Clément Marot, em 1927, abandonou o cinema para se dedicar ao teatro, onde atuou até 1952.

Publicou também duas novelas, Arabella et Arlequin, 1928, e Paroxysmes, 1934, numerosas canções e um livro de poemas, Auréoles (1940). A partir de 1944, trabalhou na Cinémathèque française.

Musidora morreu em Paris, em 7 de dezembro de 1957.

Musidora e os surrealistas

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Musidora (Irma Vep) em Les Vampires (1915).

André Breton, Louis Aragon e os demais membros do movimento surrealista eram grandes admiradores das séries de Louis Feuillade e, em particular de Les Vampires, razão pela qual elegeram Musidora como sua musa. Aragon e Breton escreveram, em 1929, uma obra de teatro que era uma homenagem à atriz, Le Trésor dês Jésuites, na qual os nomes de todas as personagens eram anagramas de Musidora (Mad Souri, Doramusi, etc.).

Filmografia selecionada

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Referências

  1. rottentomatoes.com. «Musidora Biography» (em inglês) 

Ligações externas

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