Operação Pripyat
Operação Pripyat é uma operação da Polícia Federal do Brasil em conjunto com o Ministério Público Federal[1] deflagrada em 6 de julho de 2016 no Rio de Janeiro e Porto Alegre, e tem como alvo o ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva.[1][2] A operação apura os crimes de corrupção, peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.[1]
A Operação Pripyat, baseada em material de delação premiada da empreiteira Andrade Gutierrez, investiga desvios no setor elétrico e é um desdobramento da Operação Lava Jato. As decisões judiciais couberam à 7ª Vara Federal Criminal do Rio após o caso ter sido desmembrado por decisão do Supremo Tribunal Federal.[3]
A operação é a estreia da força-tarefa da Lava Jato no Rio e apura sobretudo desvios de recursos nas obras da usina de Angra 3. Outro alvo da ação é o atual presidente da Eletronuclear, Pedro Figueiredo, afastado por ordem judicial.[1]
A Pripyat, segundo a Polícia Federal, refere-se à cidade ucraniana que se tornou uma espécie de “cidade-fantasma” após o acidente nuclear de Chernobyl. A referência vem do fato de que o alvo da ação ter sido o ex-presidente da Eletronuclear almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, que foi preso novamente.[4] Os investigadores estimam que ele recebeu até R$ 12 milhões em propina. Othon já cumpria prisão domiciliar e responde a processo criminal na 7ª Vara Federal Criminal, no Rio. A nova ordem de prisão foi decretada porque a Justiça entendeu que o acusado utilizando sua influência para interferir no processo.[3]
O ex-presidente Michel Temer foi preso dia 21 de março de 2019 em decorrência da delação premiada de José Antunes Sobrinho.[5] Segundo a acusação, Temer havia cometido delitos de corrupção ativa e lavagem de capital sob o comando da pessoa jurídica Engevix.[5] O acordo de colaboração premiada foi celebrado e homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), cujo termo foi encaminhado para a 7ª Vara Federal Criminal por se tratar de pagamentos solicitados por João Baptista Lima Filho (Coronel Lima), operador financeiro de Temer, no contexto do contrato com a Eletronuclear.[6][7]
Mandados judiciais
editarEm 6 de julho de 2016, cento e trinta policiais federais foram cumprir, no Estado no Rio de Janeiro e em Porto Alegre, seis prisões preventivas, três mandados de prisão temporária, nove de condução coercitiva e 26 mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
Ver também
editarReferências
- ↑ a b c d Chico Otavio e Juliana Castro (6 de julho de 2016). «Ex-diretor da Eletronuclear é preso pela PF na Operação Pripyat por desvios em Angra 3». O Globo. Globo. Consultado em 18 de julho de 2016
- ↑ Nielmar de Oliveira (6 de julho de 2016). «Operação Pripyat: atual presidente da Eletronuclear é afastado do cargo». EBC. Consultado em 18 de julho de 2016
- ↑ a b «Ex-presidente da Eletronuclear é alvo de operação da PF». UOL. 6 de julho de 2016. Consultado em 18 de julho de 2016
- ↑ Flávia Tavares. «A sequência de operações da Polícia Federal na semana». Época. Globo. Consultado em 18 de julho de 2016
- ↑ a b Carlos Brito (21 de março de 2019). «Propinas a grupo de Temer somam R$ 1,8 bilhão e acusados monitoravam agentes da PF, diz MPF». G1 Rio. Cópia arquivada em 22 de março de 2019
- ↑ «Delação de dono de empreiteira cita suspeita de propina para Temer e Lima». Jornal Nacional. 18 de outubro de 2018. Cópia arquivada em 19 de outubro de 2018
- ↑ Thiago Herdy (21 de março de 2019). «Dono da Engevix prometeu delatar Temer em 2016, mas desistiu quando ele virou presidente». O Globo. Cópia arquivada em 22 de março de 2019