Parque Natural da Serra de São Mamede

área protegida de Portugal

O Parque Natural da Serra de São Mamede (PNSSM) é uma área protegida portuguesa, situada na Serra de São Mamede, na região fronteiriça do nordeste Alentejano. Ocupa uma área aproximada de 56000ha, distribuídos por quatro concelhos do distrito de Portalegre:[2]

Parque Natural da Serra de São Mamede
Categoria VI da IUCN (Área Protegida de Manejo de Recursos)
Parque Natural da Serra de São Mamede
Localização Portugal Portugal
Dados
Área 55 524 hectares
Criação 14 de abril de 1989
Visitantes 1032[1] (em 2021)
Gestão Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade
Coordenadas 39° 18' N 7° 24' O
Parque Natural da Serra de São Mamede está localizado em: Portugal Continental
Parque Natural da Serra de São Mamede

A zona sul do parque apresenta um relevo suave e ondulado, com uma altitude que varia entre 300 e 400 m. O Patamar de Portalegre, que se situa a uma altitude de 400 a 500 m, forma uma espécie de degrau que sobressai da zona sul do parque. Constitui uma zona de transição entre a paisagem tradicional alentejana e a serra.

A serra propriamente dita, que se situa na sua maioria a norte e centro da área do parque, com altitudes superiores a 800 m, é uma zona marcada paisagisticamente pelo atravessamento de cristas quartzíticas e por relevos proeminentes.

A criação do Parque Natural marca, em consonância com o seu património natural e paisagístico, o início de um processo de restauro dos sistemas agrícolas tradicionais da serra, em degradação desde finais do século XIX pelas campanhas cerealíferas.

A agricultura continua a ser a actividade económica dominante nesta região.

Na zona mais serrana, a norte, predomina a pequena e média propriedade, com uma utilização diversificada que resulta da consequente compartimentação do espaço: carvalhais, soutos e montados de sobro, alternando com olivais, pinhais e eucaliptais, e o sequeiro alternando com pequenos regadios e matos, nos terrenos de maior altitude.

A sul, a pequena e média propriedade é substituída pela grande propriedade, predominando a agricultura extensiva de sequeiro, por vezes em associação com o montado de sobro e azinho e a criação de gado.

‎As morfológias do PNSSM influenciam o tipo de clima existente na região. Este apresenta um período seco acentuado no Verão e um Inverno frio e chuvoso, situação que ocorre devido à sua elevada altitude, que faz com que a serra sofra uma influência continental ibérica e uma atlântica.

As linhas de maior altitude da serra têm uma orientação NW-SE o que leva a que as encostas viradas a S-SE sejam quentes e secas enquanto as encostas a N-NW sejam frias e húmidas. Os ventos dominantes são os de quadrante norte, noroeste e oeste, que atenuam o calor e secura estivais mantendo as chuvas mais abundantes.

A acção do ar marinho leva a que haja uma menor amplitude térmica e maior precipitação anual em relação à zona envolvente.

A posição geográfica e topográfica da Serra de São Mamede faz dela a mais elevada a sul do Tejo, assim combinando as altitudes com as diferentes exposições, sendo possível encontrar espécies vegetais com características mediterrâneas, atlânticas e centro-europeias.

Além disso a serra constitui o limite sul de Portugal para algumas plantas comuns de carácter atlântico e o limite sudoeste da Europa para a distribuição de algumas espécies.

Flora do parque

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Carvalho-negral.

Encontram-se assim áreas edafoclimáticas muito distintas que se associam a unidades de paisagem diferenciadas: - Nas encostas viradas a norte, mais frescas e húmidas, estamos em presença de condições marcadamente atlânticas. Teríamos como vegetação clímax o domínio de:

Todavia, estes foram inicialmente substituídos, por acção antropogénica, por:

Os matos são dominados por

  • Estevas (Cistus hirsutus, Cistus psilosepalus)
  • Tojo (Ulex minor)

Nas encostas viradas a sul, mais quentes, a panorâmica é bem diferente uma vez que o clima é marcadamente mediterrâneo, sendo a espécie dominante:

Os matos dominantes são xarais mediterrâneos dominados por:

  • Esteva (Cistus ladanifer)

Nas zonas limites do Parque encontramos um tipo de vegetação tipicamente mediterrânea com predominância de:

  • Sobro (Quercus suber)
  • Azinho (Quercus rotundifólia)
  • Pastagens

Na área do Parque encontram-se diversas espécies rupícolas e casmófitas, de habitats rochosos ao longo das cristas e dos afloramentos rochosos. Evidencia-se:

  • Armeria (Franesi)
  • Silene acutifolia
  • Linaria sexatilis
  • Umbilicus heilandianus
  • Narcisus
  • Pseudonarcisus
  • Cheilanthus hispanica

Em menor altitude surgem espécies típicas como:

  • Viscum cruciatum
  • Euphorbia welwitschii
  • Euphorbia matritensis
  • Euphorbia micaensis
  • Daucus setifolius
  • Lamium bifidum.

Fauna do parque

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Toda a variedade de biótopos que caracteriza o PNSSM associada aos diversos tipos de habitats, proporciona uma grande riqueza faunística.

A área do parque é de grande importância a nível ornitológico, tanto no território nacional como da Península Ibérica, fazendo parte da rota migratória de muitas espécies de aves entre a Europa e a África. Foram inventariadas pelo Atlas das Aves do PNSSM cerca de 150 espécies em que 40 nidificam no Parque, das quais se destacam espécies com estatuto de conservação da natureza, como é o caso de:

 
Águia-de-bonelli.

Quanto à mamofauna temos a presença de espécies como:

Quanto aos mamíferos mais comuns temos:

Na antiga mina de chumbo da Cova da Moura, bem como em grutas calcárias, encontram-se importantes colónias de:

sendo aquela considerada uma das mais importantes da Europa.

Existe ainda nesta área a presença de numerosos anfíbios e répteis de entre os quais se destacam:

Referências

  1. «Visitantes que contactaram as áreas protegidas». ICNF 
  2. «Decreto-Lei nº 121/89» (PDF). Diário da República. Consultado em 18 de Novembro de 2013 

Ligações externas

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