Paulo Caruso
Paulo José Hespanha Caruso, conhecido como Paulo Caruso, (São Paulo, 6 de dezembro de 1949 – São Paulo, 4 de março de 2023) foi um cartunista e chargista brasileiro. Era irmão gêmeo de Chico Caruso, também cartunista, pai do cineasta Paulinho Caruso e de outros 4 filhos, tio do humorista Fernando Caruso. Trabalhou por muitos anos na revista Isto É, onde assinava a charge da semana com o título Avenida Brasil, sempre publicada na última página da revista, que tratava principalmente de aspectos da política brasileira. Publicou suas charges na revista Época e fez ilustrações ao vivo dos entrevistados no programa Roda Viva, na TV Cultura. Tem também um trabalho importante com Histórias em Quadrinhos e como músico, através da banda Conjunto Nacional.
Paulo Caruso | |
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Paulo Caruso no Roda Viva, em 2022. | |
Nome completo | Paulo José Hespanha Caruso |
Nascimento | 6 de dezembro de 1949 São Paulo, SP |
Morte | 4 de março de 2023 (73 anos) São Paulo, SP |
Nacionalidade | brasileiro |
Ocupação | cartunista e chargista |
Magnum opus | As mil e uma noites |
Biografia
editarGêmeos univitelinos, os irmãos cartunistas Paulo e Chico Caruso nasceram em 6 de dezembro de 1949 em São Paulo, com um intervalo de cinco minutos. A obra de ambos os artistas tem especial importância pela sua virtuosidade na caricatura pessoal.
Paulo José Hespanha Caruso, o irmão cinco minutos mais velho, iniciou-se profissionalmente no Diário Popular no final da década de 1960, tendo colaborado nos jornais Folha de S.Paulo e Movimento. É um cultor da caricatura pessoal. Até a chegada do AI-5, em dezembro de 1968, fazia charges e ilustrações. A partir do ato institucional inibidor, e durante sua vigência, só ilustrações. Na época, garantiu o seu espaço de expressão com a tira Pô, publicada na Folha da Tarde.
Entre 1969 e 1976, cursou arquitetura na USP. Foi um hippie e chegou a morar com outros 24 em uma comunidade. "Era uma favela de luxo", lembra. A vida de arquiteto não o atraiu, passando dedicar-se exclusivamente aos cartuns e a caricatura.
Nos anos 1970, Paulo foi para O Pasquim, aparecendo ao lado de Jaguar e Ivan Lessa. Nos anos 1980, voltou à grande imprensa: Veja, Isto É, Careta, Senhor e, em 1988, novamente Isto É, onde passou a ser o responsável pela última página da revista.
Seus trabalhos também aparecem em publicações especializadas como Circo, Chiclete com Banana e Geraldão.
Paulo Caruso é conhecido pelos seus cartuns políticos, além de dedicar-se à composição musical e à produção de espetáculos de música e teatro. Em 1985, durante o Salão Internacional de Humor de Piracicaba, Paulo formou com Chico e outros cartunistas a "Muda Brasil Tancredo Jazz Band". Luis Fernando Veríssimo, Cláudio Paiva e Mariano juntaram-se mais tarde ao conjunto. Mais recentemente lançou o CD "Pra Seu Governo", uma seleção musical de suas composições apresentada pelo "Conjunto Nacional", sua nova banda, no qual toca piano ao lado de Aroeira e Luis Fernando Veríssimo nos saxofones e Chico Caruso no vocal.
Morte
editarPaulo morreu em 4 de março de 2023, aos 73 anos.[1] Estava internado no hospital Nove de Julho, na capital paulista, havia cerca de um mês, para tratar das complicações decorrentes de um câncer no intestino.
Publicações
editar- As Origens do Capitão Bandeira (1983)
- Ecos do Ipiranga (1984)
- Bar Brasil (com a colaboração do jornalista Alex Solnik, 1985)
- As Mil e Uma Noites (1985)
- Bar Brasil na Nova República
- Avenida Brasil - "A Transição Pela Via das Dúvidas"
- Avenida Brasil - "A Sucessão está nas Ruas"
- Avenida Brasil - "O Bonde da História"
- Avenida Brasil - "Assim Caminha a Humanidade"
- Avenida Brasil - "Se Meu Fusca Falasse"
- Avenida Brasil - "O Circo do Poder"
- Avenida Brasil - "Conjunto Nacional"
- Avenida Brasil - "Se meu Rolls-Royce Falasse"
- Avenida Brasil - "Enfim um País Sério"
- São Paulo por Paulo Caruso (2004)
- Desenhando Longe - a Copa de 94 (2015)
Referências
- ↑ «Cartunista Paulo Caruso morre aos 73 anos em São Paulo». Revista Fórum. 4 de março de 2023. Consultado em 4 de março de 2023