10 000 metros é uma modalidade olímpica de atletismo e a mais longa distância disputada em pista, com um total de 25 voltas em torno da pista padrão de 400 metros do estádio.
Os antigos gregos já organizavam corridas de resistência semelhantes às corridas de longa distância atuais. A primeira prova semelhante aos 10 000 metros disputada na Era Moderna foi a corrida das 6 milhas (9656 m), na Grã-Bretanha. O primeiro recorde aferido para a distância exata de 10 000 metros foi registrado em 1847. A prova entrou no programa olímpico em Estocolmo 1912, com a vitória do finlandês Hannes Kolehmainen. Durante todo o período anterior à II Guerra Mundial ela foi dominada pela Finlândia e seus fundistas, chamados de Finlandeses Voadores, como Kolehmainen, Paavo Nurmi e Ville Ritola. O último fundista deste país a vencê-la em Olimpíadas foi Lasse Viren, bicampeão olímpico em Munique 1972 e Montreal 1976. A partir dos anos 80, a distância passou a ser de domínio absoluto dos africanos, especialmente etíopes e quenianos, tanto em Jogos Olímpicos quanto em campeonatos mundiais.
Introduzida no programa olímpico para mulheres em Seul 1988, a primeira campeã olímpica foi a soviética Olga Bondarenko. Com o correr dos anos, as africanas passaram também a dominá-la, assim como a todas as provas de longa distância, como os 5000 metros e a maratona, secundadas pelas chinesas. O domínio das etíopes é tão grande nesta prova, que não é apenas nacional mas familiar: Derartu Tulu foi bicampeã olímpica em Barcelona 1992 e Sydney 2000 e sua sobrinha, Tirunesh Dibaba, em Pequim 2008 e Londres 2012. Os atuais campeões olímpicos são o ugandense Joshua Cheptegei e a queniana Beatrice Chebet. Os dois também detém os recordes mundiais masculino — 26:11.00 — e feminino — 28:54.14.
Além dos já citados, alguns dos grandes nomes da história desta prova são Emil Zatopek, Haile Gebrselassie, Paul Tergat, Miruts Yifter, Ingrid Kristiansen, Vivian Cheruiyot e a portuguesa Fernanda Ribeiro.