Refúgio de Vida Silvestre de Boa Nova
O Refúgio de Vida Silvestre de Boa Nova é uma reserva de vida selvagem situada integralmente no município de Boa Nova, no estado da Bahia. Ela possui uma área total de cerca de quinze mil hectares e é adjacente a segmentos do Parque Nacional de Boa Nova.
Refúgio de Vida Silvestre de Boa Nova | |
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Gravatazeiro (Rhopornis ardesiaca), espécie endêmica da região do refúgio. | |
Localização | Bahia, Brasil |
Localidade mais próxima | Boa Nova |
Dados | |
Área | 15,024 hectares (0,2 km2) |
Criação | 11 de junho de 2010 (14 anos) |
Gestão | ICMBio |
Coordenadas | |
Os dois foram criados por decreto em 11 de junho de 2010, o sítio se localiza no bioma da Mata Atlântica e tem como objetivos proteger e regenerar totalmente os ecossistemas naturais na transição entre a Mata Atlântica e a Caatinga.
O refúgio está na rota internacional de observação de aves. A visitação é liberada ao público. Nas áreas de propriedade particular, é necessário a autorização do proprietário e alguns exigem a contratação de um guia local.[1]
Na zona de amortecimento, que é o entorno da unidade de conservação, é permitida atividades de mineração que tenha a autorização do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e licenciamento do órgão ambiental. Dentro da Refúgio há propriedades privadas, que são autorizadas a criar animais domésticos, a cultivar plantas, a utilizar as terras e os recursos naturais de outras formas, desde que em conformidade com o Plano de Manejo.[1][2]
Localização
editarO Refúgio de Vida Silvestre Boa Nova está localizado integralmente no município baiano de Boa Nova. Possi uma área de 15.024 hectares.[3] É adjacente a segmentos do Parque Nacional de Boa Nova.[4] Os objetivos de ambos são proteger e regenerar totalmente os ecossistemas naturais na transição entre a Mata Atlântica e a Caatinga, manter populações viáveis de mamíferos e espécies de aves ameaçadas de extinção, particularmente o Gravatazeiro (Rhopornis ardesiacus), manter e restaurar cursos de água e bacias hidrográficas, e possibilitar a pesquisa científica, a educação, a interpretação ambiental, a recreação em contato com a natureza e o ecoturismo.[5]
História
editarUma consulta pública sobre a criação de um parque nacional e refúgio de vida selvagem no sul de Boa Nova foi organizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) em 14 de dezembro de 2006.[5] O Refúgio de Vida Selvagem de Boa Nova e o Parque Nacional da Boa Nova foram criados através de decreto federal em 11 de junho de 2010.[6] Ambos passaram a fazer parte do Corredor Ecológico da Mata Atlântica Central, criado em 2002.[7] O conselho de consultoria da reserva foi criado em 27 de agosto de 2015.[6]
No dia 12 de fevereiro de 2020, o Núcleo de Gestão Integrada ICMBio Sudoeste Baiano, passa a gerir a Reserva, no âmbito do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).[8]
Características
editarO refúgio está situado em uma área predominante de bioma da Mata Atlântica, com um trecho de transição para a Caatinga. Nesta faixa de transição está a Mata do Cipó, restando apenas 2,6% deste fitofisionomia em todo o país.[1][8] A flora da reserva é diversa e há regiões de transição entre elas. De oeste para o leste: há a vegetação de caatinga, floresta semidecidual submontana, floresta ombrófila montana e floresta semidecidual de terras baixas.[8] A fauna do sítio, por sua vez, registra 450 espécies de aves, entre elas o urubu-de-cabeça-vermelha, aracuã de-barriga-branca, beija-flor-de-peito-azul, peitica, alegrinho e o Gravatazeiro ou Pêga-de-gravatá (Rhopornis ardesiacus), que tem seu habitat natural na Mata do Cipó e está ameaçado de extinção e atualmente é a ave mais rara da América Latina. Em setembro de 2014, foi encontrado mais um pássaro em perigo de extinção, o macuquinho-baiano-preto.[8] [9]
O relevo do sítio é bastante ondulado, com variações de altitude entre 440 metros e 1.111 metros,[8] e composto por áreas de predominância de rochas cristalinas do Bloco Jequié,[8] Os solos encontrados são do tipo Podzólico Vermelho Amarelo e Latossolo Vermelho Amarelo.[8] Situa-se ainda na Bacia do rio de Contas, sub-bacia do rio Gongogi e micro-bacia do rio da Uruba.[8]
Referências
- ↑ a b c Leuzinger, Márcia Dieguez; Santana, Paulo Campanha e Souza, Lorene Raquel de. (2017). Monumentos naturais, refúgios da vida silvestre e áreas de relevante interesse ecológico: pesquisa e preservação. Centro Universitário de Brasilia (UNICEUB). ISBN 978-85-61990-66-4.
- ↑ Farias, Talden e Ataide Pedro. (10 de abril de 2021). A zona de amortecimento de Unidades de Conservação. Revista Consultor Jurídico.
- ↑ RVS de Boa Nova (RVS) – ISA, Informações gerais.
- ↑ RVS de Boa Nova (RVS) – ISA, Informações gerais (mapa).
- ↑ a b RVS de Boa Nova (RVS) – ISA, Características.
- ↑ a b RVS de Boa Nova (RVS) – ISA, Histórico Jurídico.
- ↑ Lamas, Crepaldi & Mesquita 2015, p. 103.
- ↑ a b c d e f g h Refúgio de Vida Silvestre de Boa Nova (RVS). Unidades de Conservação no Brasil. Instituto Socioambiental. Consultado em 11 de julho de 2021.
- ↑ Ferraz 2014.
Bibliografia
editar- Ferraz, Ramon (12 de novembro de 2014). «Unidades de Conservação Ambiental na BA têm biodiversidade rica na BA». G1. Consultado em 13 de julho de 2021. Cópia arquivada em 3 de dezembro de 2014</ref>
- Lamas, Ivana Reis; Crepaldi, Maria Otávia; Mesquita, Carlos Alberto Bernardo (2015). Uma Rede no Corredor (PDF). [S.l.]: Conservação Internacional (CI-Brasil). ISBN 978-85-98830-28-5. Consultado em 22 de outubro de 2016
- «RVS de Boa Nova (RVS)». ISA: Instituto Socioambiental. Consultado em 23 de outubro de 2016. Cópia arquivada em 26 de fevereiro de 2014