Saraband
Saraband é um telefilme coproduzido por Suécia, Itália, Alemanha, Finlândia, Dinamarca e Áustria, realizado pelo cineasta sueco Ingmar Bergman em 2003.
Saraband | |
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Saraband | |
Suécia • Itália • Alemanha • Finlândia • Dinamarca • Áustria 2003 • cor • 107 min | |
Género | drama |
Direção | Ingmar Bergman |
Roteiro | Ingmar Bergman |
Elenco | Erland Josephson Liv Ullmann Börje Ahlstedt Julia Dufvenius Gunnel Fred |
Idioma | sueco inglês alemão |
Consideração pelo diretor
editarEmbora comumente considerado como continuação de um de seus filmes anteriores e série de TV, Scener ur ett äktenskap (Cenas de um Casamento) tal designação é desmentida pelo próprio Bergman. Segundo declaração do próprio diretor, o fato de os personagens Johan e Marianne estarem presentes não significa que o filme objetive retratar o que ocorreu com ambos 30 anos depois do fim de Cenas de um Casamento.[1]
Provavelmente para se manter fiel ao espírito de série de TV que caracterizou a “Scener ur ett äktenskap”, Bergman optou pelo cinema digital de alta-definição em detrimento da clássica película de 35 mm. Ao contrário do filme dos anos 70, que era caracterizado por uma fotografia fria e realista que acompanhava a história de duas pessoas e de quatro casamentos em tempo real, “Saraband”, tem uma fotografia quente, como se remetesse para uma nostalgia que o casal sente quando se reencontra 30 anos depois para relembrar o passado e percebe que os descendentes que os rodeiam vivem problemas semelhantes aos que estes haviam experienciado.
Tendo sido acusado amiúde de não proporcionar o calor e o conforto da película, o cinema digital consegue provar sem margem de dúvidas em “Saraband” que consegue criar a mesma intimidade e cumplicidade que o seu predecessor conseguia. Apesar de privado da sua “Lanterna Mágica”, a ilusão que o digital proporciona parece servir os propósitos de Bergman. O filme acaba por equilibrar aquilo que perde em textura com aquilo que ganha em definição. A opção de Bergman de prescindir de um Director de Fotografia específico não prejudica o filme, sendo que este consegue manter uma coerência visual ao longo das duas horas de duração.
Existe um sentimento de nostalgia que atravessa todo o filme, independentemente deste ser de facto, ou não uma sequela de “Scener ur ett äktenskap”. Esse sentimento é capturado pelo cineasta de uma forma quente e familiar, usando no início pálidos tons de pastel, castanhos, bordeaux, beijes e cinzentos, como se estivesse a representar aquela que parece ser a estação predilecta de Bergman, o outono. À medida que o fim avança, e as lembranças dos conflitos de Marianne e Johan dão espaço aos conflitos de Henrik e da sua filha Karin, também os tons outonais dão lugar aos incisivos tons brancos e verdes-claros do inverno.
Referências
- ↑ The Expressen article also denied early reports that the work was to be a "continuation" of Scenes From A Marriage: "even though Erland Josephson and Liv Ullmann still have their role names Johan and Marianne, it's not about what happened thirty years on," Bergman informed the world via his provisional mouthpiece, Westerberg. in: http://www.ingmarbergman.se/page.asp?guid=122BEF55-3C3F-4B9E-87C9-34ADBFB009AD