Sinagoga Beth-El

sinagoga em São Paulo
 Nota: Se procura pelo antigo prédio ocupado pela sinagoga, atualmente em adaptação para sediar um museu, veja Museu Judaico de São Paulo.

A Sinagoga Beth-El (em hebraico, "casa de Deus") foi a primeira grande sinagoga da comunidade judaica da cidade de São Paulo, no Brasil.[1] O templo foi inaugurado em dezembro de 1929, tendo sua construção financiada por diversas famílias judaicas de São Paulo, em apoio a uma iniciativa de Salomão Klabin.[2] A sinagoga carrega possui uma característica arquitetônica singular: o edifício tem sete lados. O prédio, além de ser um local para reza, é também sede do Museu Judaico, que dedicado à divulgação da cultura judaica.[3] A primeira reza no local foi realizada em 1932.[4]

Sinagoga Beth-El
Sinagoga Beth-El
Tipo sinagoga
Geografia
Coordenadas 23° 33' 2.88" S 46° 38' 44.336" O
Mapa
Localização São Paulo, Vila Buarque - Brasil
Patrimônio bem tombado pelo Conpresp

A Sinagoga Beth-El se declara atualmente como representante do judaísmo pluralista e inclusivo. Desse modo, registra que está aberta a ouvir, discutir e aceitar pontos de vista distintos acerca do judaísmo. O templo se dedica a acolher a todos interessados que desejem participar e visitar o local, mantendo, contudo, as tradições judaicas.[5]

História

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A criação da sinagoga em 1926 representa um marco para os judeus paulistanos.[6] O local serve de testemunha da história e herança judaicas no Brasil. A Beth-El é reconhecida, por sua importância, uma referência na vida comunitária judaica desde sua criação.[7]

O templo, inspirado em modelos bizantinos, foi projetado pelo arquiteto russo Samuel Roder a pedido de famílias de imigrantes judeus,[8][9] no lado contrário ao bairro do Bom Retiro, onde se instalavam várias famílias judaicais à época .[7] O prédio tem sete lados com o intuito de destacar esse algarismo que domina os ciclos naturais e a mitologia judaica, tal como os sete dias de criação do universo. A menorá (candelabro) possui tal número de braços e, na antiguidade, esses braços iluminavam o Templo de Salomão.[2]

A sinagoga vem abrigando ocasiões importantes para as famílias judaicas tais como o brit milá (circuncisão ritual), o bar mitzvá (rito de passagem à vida adulta) e casamentos. Nos anos de 1960, a Beth-El foi também o local de um departamento da Federação Israelita do Estado de São Paulo dedicado a receber imigrantes e ajudá-los a obterem trabalho no Brasil.[1]

Atualmente, a liderança da Sinagoga Beth-El sob Iehuda Gitelman levou a um intenso envolvimento dos membros da congregação.[6]

Museu Judaico de São Paulo

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Em maio de 2011, foi inaugurada a obra que converterá o espaço da sinagoga no Museu Judaico de São Paulo, que será o primeiro museu da religião no estado de São Paulo,[10] tendo como principal objetivo preservar e cultuar a memória judaica. Uma urna será implantada no jardim para abrigar diversos objetos, já contendo um acervo de aproximadamente mil objetos,[4] entre eles peças que marcaram a Segunda Guerra Mundial e a vida dos judeus nos campos de concentração.

Com a desvalorização da região do centro da cidade de São Paulo, houve por um momento, uma perda de parte do público. Todavia, a recente gentrificação e revalorização do Centro se reflete também na sinagoga, cujo projeto de investimento chega em média a 26 milhões de reais. O projeto visa divulgar e reforçar a história dos judeus e sua relação histórica com o Brasil, apresentando, através de documentos e objetos variados, a dificuldade enfrentada por tal grupo social, por exemplo durante o governo de Getúlio Vargas.[11][12]

As peças em exibição incluem, por exemplo, talheres decorados com suásticas, diários de guerra e cédulas utilizadas nos campos de concentração. A entrega do novo local foi prevista para 2013, porém a obra ainda estava em andamento atualmente, em 2019,[4] devido a dificuldade encontrada para fixar novos pilares numa região que apresenta um rio canalizado em seu subsolo.[11]

Localização

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A sinagoga Beth-El está localizada na Rua Avanhandava, número 105 - 1º andar no bairro da Bela Vista no centro da cidade de São Paulo[6] e foi tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio (Conpresp) em setembro de 2013,[1][13] pelo fato da construção ter valor religioso e histórico, além do seu valor arquitetônico.

Atualmente

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Existem projetos para abrigar na sinagoga o Museu Judaico de São Paulo. A ideia surgiu com a criação da Associação Amigos do Museu Judaico no Estado de São Paulo (AMJSP) em abril de 2000, na Hebraica.[14][13] Atualmente, em 2017, grandes e largos passos já foram dados na obra do Museu Judaico de São Paulo.[9] Em 2009, o escritório de arquitetura Botti Rubin foi escolhido por meio de concurso para realizar as adaptações necessárias ao uso museológico do espaço.[15][16] Atualmente, o templo só é aberto para as comemorações do Rosh Hashaná (ano novo judaico) e do Yom Kipur (dia do perdão), ou para visitas agendadas.[17]

Até 2019, sob a liderança de Iehuda Gitelman, vozes de Marcio Bezen e Fortuna, direção musical do maestro Daniel Szafran. Arquitetura por Felipe Crescenti e contínua dedicação, comprometimento e desenvolvimento dos diretores-sócios ilustram alguns dos sentimentos judaicos que na Sinagoga pode ser desfrutado, como a leveza e a alegria.[5]

O Rabino Uri Lam assumiu a Beth-El em 2019, após larga experiência em outras congregações judaicas liberais. Nascido em São Paulo, casado e pai de duas crianças, o Rabino Uri iniciou sua carreira religiosa como coralista e cantor litúrgico, mas não demorou para que sua vocação rabínica despontasse, como líder religioso na comunidade judaica de Campinas, interior de São Paulo, no final dos Anos 90.[18]

Ações humanitárias

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Em maio de 2016, por meio de uma ação da ONG Migraflix realizada na sinagoga, o muçulmano sírio Talal al-Tinawi e outros refugiados, que se encontravam em situação de guerra em seu país, foram abrigados pela coletividade judaica, tratando-se de um projeto inédito com o objetivo de incluir socialmente esses refugiados, além de agregá-los a uma cultura diferente. A banda Mazeej, formada por muçulmanos, cristãos e judeus, foi uma das atrações do evento, que contou também com a participação de um advogado que auxiliou o processo de regularização de documentos dos refugiados presentes.[19]

 Cursos

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Dentro da Sinagoga são oferecidos alguns cursos como exemplos: o ensino da língua hebraica durante as quintas-feiras, para iniciantes o curso acontece das 20h até às 20h45m, e o custo é de 180 reais por mês, o curso se localiza no bairro Jardins em São Paulo;[20] curso de preparação Bar-Mitzvá que possui como objetivo construir a identidade judaica, os meninos devem fazer Bar- Mitzvá com 13 anos e iniciar os estudos aos 12 anos, já as meninas devem iniciar a preparação aos 11 anos e assim comemorar o Bar-Mitzvá aos doze anos, o curso é realizado de sextas-feiras das seis horas da tarde até às sete horas da noite,[21] e também tem a opção para adultos, onde o curso é realizado em quatorze encontros, quinzenalmente.[22] Existem outros cursos como de meditação, introdução ao judaísmo, que acontece nas quintas-feiras das sete horas e quarenta e cinco minutos da noite e possui uma hora de duração, e introdução ao casamento onde são quatro encontros para ensinar o simbolismo da cerimônia.[23]

Ver também

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O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Sinagoga Beth-El

Referências

  1. a b «Resolução no. 19/2002» (PDF). Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo. Consultado em 1 de junho de 2010  line feed character character in |publicado= at position 70 (ajuda)
  2. a b «Museu Judaíco de SP». Consultado em 7 de abril de 2017 [ligação inativa]
  3. «SP Cultura» 
  4. a b c «Museu Judaico de São Paulo é inaugurado no local da sinagoga Beth-El | Da Redação | VEJA SÃO PAULO». 21 de maio de 2011 
  5. a b «Home». Beth El. Consultado em 7 de abril de 2017 
  6. a b c «Home». Beth El. Consultado em 24 de abril de 2017 
  7. a b «Templo Beth-el | Museu Judaico de SP». museujudaicosp.org.br. Consultado em 24 de abril de 2017. Arquivado do original em 18 de setembro de 2017 
  8. Perrone & Wakahara, 1999, pp. 31.
  9. a b «Templo Beth-el | Museu Judaico de SP». museujudaicosp.org.br. Consultado em 7 de abril de 2017 [ligação inativa]
  10. «Folha de S.Paulo - Patrimônio: Sinagoga será transformada em museu - 28/03/2005». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 27 de abril de 2017 
  11. a b «SP: museu judaico terá utensílios de campo de concentração». Terra 
  12. Cytrynowicz, Roney. «Além do Estado e da ideologia: imigração judaica, Estado-Novo e Segunda Guerra Mundial». Revista Brasileira de História. 22 (44): 393–423. ISSN 0102-0188. doi:10.1590/S0102-01882002000200007 
  13. a b Lage, Amarílis. «Sinagoga será transformada em museu em São Paulo». Folha Online. Consultado em 1 de junho de 2010 
  14. «Quem somos - Museu Judaico de São Paulo». Consultado em 5 de novembro de 2016. Arquivado do original em 18 de setembro de 2016 
  15. Duarte, Sara. «Museu Judaico de São Paulo ficará no lugar da sinagoga Beth-El». Veja São Paulo. Consultado em 1 de junho de 2010 
  16. «Parcerias». Arquivo Histórico Judaico-Brasileiro. Consultado em 1 de junho de 2010. Arquivado do original em 24 de maio de 2009 
  17. «Guia de Turismo Religioso em São Paulo» (PDF). SPTuris. Consultado em 1 de junho de 2010 
  18. UJR - Judaísmo Reformista http://www.ujr-amlat.org/pt/details/professional/44/uri_lam. Consultado em 11 de abril de 2020  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  19. «Entidade judaica acolhe refugiados sírios muçulmanos». 25 de maio de 2016. Consultado em 24 de abril de 2017 
  20. «HEBRAICO». Beth El. Consultado em 22 de abril de 2017. Arquivado do original em 23 de abril de 2017 
  21. «BAR/BAT MITZVAH». Beth El. Consultado em 22 de abril de 2017 
  22. «Curso de Bar e Bat Mitzvá para Adultos». Beth El. Consultado em 22 de abril de 2017 
  23. «Templo Beth-el | Museu Judaico de SP». museujudaicosp.org.br. Consultado em 17 de abril de 2017 [ligação inativa]

Bibliografia

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  • Perrone, Carlos & Wakahara, Claudio (1999). São Paulo por dentro. um guia panorâmico de arquitetura. São Paulo: SENAC. ISBN 8573591390 

Ligações externas

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