Tarzan the Fearless

filme de 1933 dirigido por Robert F. Hill

Tarzan the Fearless (bra Tarzan, o Destemido[1]) é um seriado estadunidense de 1933, gênero aventura, dirigido por Robert F. Hill, em 12 capítulos, estrelado por Buster Crabbe, Jacqueline Wells, E. Alyn Warren e Mischa Auer. A história foi escrita por Basil Dickey, George H. Plympton e Walter Anthony, baseada no personagem criado por Edgar Rice Burroughs. Produzido por Sol Lesser Productions e distribuído pela Principal Distributing Corporation, foi lançado, além da forma de seriado em 12 capítulos, em uma versão longa-metragem de 71 minutos, que compreendia os quatro primeiros capítulos do seriado. O lançamento em ambas as versões foi em 11 de agosto de 1933.[2]

Tarzan the Fearless
Tarzan the Fearless
Cartaz promocional
No Brasil Tarzan, o Destemido
 Estados Unidos
1933 •  p&b •  12 capítulos: 200 min
versão compacta: 71 min
versão britânica: 86 min 
Gênero aventura
Direção Robert F. Hill
Codireção Theodore Joos
Produção Sol Lesser
Roteiro Basil Dickey
George Plympton
Walter Anthony
Baseado em Personagens de Edgar Rice Burroughs
Elenco Buster Crabbe
Jacqueline Wells
E. Alyn Warren
Mischa Auer
Cinematografia Joseph Brotherton
Harry Neumann
Edição Carl Himm
Companhia(s) produtora(s) Sol Lesser Productions
Distribuição Principal Distributing Corporation (versão em capítulos e compacta)
Wardour Films (versão de 86 minutos, UK)
Lançamento Estados Unidos 11 de agosto de 1933
Portugal 4 de outubro de 1935
Idioma inglês
Cronologia
The Return of Chandu (1934)

A versão do filme disponível ao público, atualmente, é uma versão em 86 minutos (que compreende os primeiros quatro capítulos e o capítulo final), que foi lançada no Reino Unido, pela Wardour Films, em 1933. A versão completa original é considerada perdida.

Foi o primeiro seriado de Buster Crabbe, e foi a única vez que personificou Tarzan. Co-estrelou com Jacqueline Wells, atriz que mais tarde mudou seu nome para Julie Bishop.

Sinopse

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Tarzan resgata o Dr. Brooks, um velho cientista, que fora preso pelos seguidores de Zar, “Deus dos Dedos de Esmeralda”, na cidade perdida. Mary Brooks, sua filha, e Bob Hall também tinham sido capturados, pelos vilões e guias do safari, Jeff Herbert e Nick Moran.

Tarzan vai em auxílio de Mary, mas logo todos são capturados pelo povo de Zar e por Eltar, seu sumo sacerdote. Jeff e Nick são mortos, mas os outros ficam livres para ir, desde que nunca mais voltem.

Maria e seu pai decidem ficar com Tarzan, ao invés de retornar à civilização com Bob Hall.

Elenco

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Produção

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O produtor Sol Lesser adquirira os direitos sobre 5 filmes de Tarzan de Edgar Rice Burroughs de um produtor independente em 1928. Esse produtor falira e foi considerado que o contrato já caducara, porém, devido à formulação do contrato, os tribunais ficaram a favor de Lesser, considerando o contrato válido. Lesser anunciou sua produção do Tarzan durante as filmagens de Tarzan the Ape Man, da MGM. A MGM pagou a Lesser para atrasar a produção até que o seu filme fosse lançado.[3][4] Tarzan the Fearless foi a primeira produção de Lesser sobre Tarzan. Lesser nunca mais fez seriados com os direitos adquiridos, tendo preferido fazer longa-metragens.[4] Burroughs havia garantido à MGM que seu contrato era exclusivo, e a produção do rival foi um embaraço. No entanto, apesar dos problemas iniciais, Lesser e Burroughs tornaram-se amigos e mais tarde trabalharam em uma produção de cinco filmes.[3]

A série era extremamente “bruta” e quase desprovido de música, com “pobreza sonora”. Uma trilha sonora foi mais tarde retirada de velhos westerns e alguns minutos silenciosos (sem efeitos sonoros, nem música ou diálogo), com sons de animais distantes.[4] O nome de trabalho do seriado foi Tarzan the Invincible, mas foi lançado como Tarzan the Fearless.[3]

Escolha do elenco

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Cena do seriado Tarzan the Fearless, apresentando Jacqueline Wells (Julie Bishop) & Buster Crabbe.
 
Cena do seriado Tarzan the Fearless, apresentando E. Alyn Warren & Buster Crabbe

O contrato de Lesser incluía uma cláusula em que Tarzan deveria ser interpretado por James Pierce, genro de Burroughs e estrela do filme Tarzan and the Golden Lion de 1927. Pierce tinha casado com Joan Burroughs em 8 de agosto de 1928, e Edgar Rice Burroughs incluíra a cláusula no contrato, como um presente de casamento.[3] Lesser queria um atleta mais talhado para o personagem e estava chocado com a ideia de ter o ex-futebolista Pierce como Tarzan. Ele insistiu que iria fazer do filme uma comédia e prejudicaria o personagem. Burroughs respondeu que sua escolha era Pierce, e que nada parecia ser capaz de ferir Tarzan como personagem. Lesser na verdade tinha um roteiro de comédia escrito por Correy Ford com Jane no papel masculino, mas não estava feliz com tal roteiro.[3] Lesser enganou Pierce para que desistisse do papel, oferecendo-lhe $5.000 e um teste na MGM, que Pierce ingenuamente aceitou. O teste acabou sendo a leitura de um solilóquio de William Shakespeare, para o qual ele não estava preparado, e Pierce jamais trabalhou para a MGM.[3]

Lesser queria o atleta Johnny Weissmuller para personificar Tarzan. Na época, a Paramount Pictures lançara King of the Jungle, em 1933, com Buster Crabbe como “Kaspa the Lion Man”, que chamara a atenção de Lesser. Como Weissmuller, Crabbe também eram um nadador olímpico, e encaixava nas exigências da produção. Lesser o contratou "emprestando-o” da Paramount Pictures.[3][4] Buster Crabbe realmente tinha sido testado para o papel de Tarzan na MGM, em 1931, mas, em suas próprias palavras, “o teste não fora justo”. O estúdio fizera um teste rápido do grupo durante as filmagens de Thats My Boy (1932), mas “não dera a qualquer um de nós uma chance”.[3] Crabbe e Weissmuller foram amigos por muitos anos, no entanto, a rivalidade foi fortemente divulgada, o que divertia os dois.[3]

Lesser insistiu para que Crabbe interpretasse Tarzan no mesmo estilo monossilábico de Weissmuller.[3][4] Para fazer conexão entre as produções separadas, Lesser incluiu o personagem da chimpanzé Cheeta no elenco.[4] No entanto, para diferenciar da produção da MGM, não foi incluída a Jane no seriado, e o interesse amoroso de Tarzan foi Mary Brooks. Ela está procurando por seu pai desaparecido, Dr Brooks, que for a capturado pelos seguidores de Zar, “deus dos dedos de esmeraldas”. Jacqueline Wells (posteriormente Julie Bishop) interpretou Mary Brooks; ela era uma obscura atriz na época.[3]

Cheeta

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Jiggs, um chimpanzé macho nascido em 1929 e treinado por Tony e Jacqueline Gentry[5][6][7][8] originalmente fazia o papel de Cheeta, especialmente nos dois primeiros filmes de Tarzan de Johnny Weissmuller, Tarzan the Ape Man (1932) e Tarzan and His Mate (1934),[9][10] assim como nos seriados Tarzan the Fearless (1933)[10][11] e The New Adventures of Tarzan (1935).[10][12]

O ator David Holt, aos 6 anos de idade fez o dublê humano de Cheeta em Tarzan the Fearless (1933), mas não foi creditado.[13]

Lançamento

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Simultaneamente ao seriado, foi lançada uma versão em 71 minutos, porém não completa, apenas resumindo os quatro primeiros capítulos. O seriado completo compreendia 12 capítulos.[3][4]

A versão do filme disponível ao público, hoje, é uma versão em 86 minutos (que compreende os primeiros quatro capítulos e o capítulo final) que foi lançada no Reino Unido em 1933. A versão completa original é considerada perdida.

Recepção crítica

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Muitos cinemas só lançaram a versão de 71 minutos, sem os capítulos seguintes. Isto levou a uma experiência confusa e insatisfatória e o filme recebeu críticas negativas.[3] William Tray, escrevendo para The Nation and Atheneum, em Londres, considerou: "Se os livros de Tarzan de Burroughs podem não estar ao alcance de uma mente de oito anos, as versões filmadas podem ter reduzido a idade limite para três ou quatro anos. Na verdade, mesmo uma criança inteligente pode achar embaraçosa a maneira com que um jovem e infeliz atleta chamado Buster Crabbe salta de árvore em árvore, acaricia macacos sintéticos de Hollywood e faz ruídos terrivelmente desumanos".[nota 1]

Capítulos

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  1. The Dive of Death
  2. The Storm God Strikes
  3. Thundering Death
  4. The Pit of Peril
  5. Blood Money
  6. Voodoo Vengeance
  7. Caught By Cannibals
  8. The Creeping Terror
  9. Eyes of Evil
  10. The Death Plunge
  11. Harvest of Hate
  12. Jungle Justice

Fonte:[14]

Ver também

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Notas e referências

Notas

  1. Em inglês: "If Mr Burroughs' Tarzan books are not beyond the reach of an eight-year-old mind, the movie versions of them may be said to reduce the age limit by three or four years. In fact, even an intelligent child may find something embarrassing in the manner in which an unfortunate young athlete named Buster Crabbe is required to jump from tree to tree, caress synthetic Hollywood apes, and make hideously inhuman noises"[3]

Referências

  1. MATTOS, A. C. Gomes de. «Tarzan, o Destemido». Cinemin (6). Rio de Janeiro: EBAL. pp. 26–7 
  2. ERBzine
  3. a b c d e f g h i j k l m n Essoe, Gabe (1972). Tarzan of the Movies. [S.l.]: Citadel Press. pp. 56, 72–73, 77–82. ISBN 978-0-8065-0295-3 
  4. a b c d e f g Harmon, Jim; Donald F. Glut (1973). «6. Jungle "Look Out The Elephants Are Coming!"». The Great Movie Serials: Their Sound and Fury. [S.l.]: Routledge. pp. 127–129. ISBN 978-0-7130-0097-9 
  5. Kingsley, Grace. "Hobnobbing in Hollywood", in the Los Angeles Times, November 21, 1933, page 11.
  6. "Chimpanzee Actor Dies; Funeral Planned for Today", in the Los Angeles Times, March 2, 1938, page A3.
  7. "Famous Chimpanzee, Jiggs, Dies on Coast", in The Atlanta Constitution, March 2, 1938, page 2.
  8. "Owner Sues for 'Jigg's' Death", in The New York Times, April 15, 1938, page 22.
  9. "Movie Chimpanzee Receives $350 a week; Jiggs Is Animal Star, Not Camera Shy", in The New York Times, May 20, 1935, page 19.
  10. a b c Dean, Paul. "A Chimp Off the Old Black in Many a Tarzan Movie", in the Los Angeles Times, March 25, 1985, page OC-C1.
  11. Kingsley, Grace. "Hobnobbing in Hollywood," in the Los Angeles Times, June 21, 1933, page A7.
  12. Schallert, Edwin. "Popularity of Tarzan Movies Results in Deluge of Ape-Man Hero Stories", in the Los Angeles Times, January 10, 1935, page 19.
  13. "David Holt, 76, Once Seen As a Rival to Shirley Temple", obituary in the New York Times, November 22, 2003, page B7.
  14. Cline, William C. (1984). «Filmography». In the Nick of Time. [S.l.]: McFarland & Company, Inc. 209 páginas. ISBN 0-7864-0471-X 
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