Le nozze di Figaro

(Redirecionado de The Marriage of Figaro)

Le nozze di Figaro (em português As bodas de Fígaro) é uma ópera-bufa em quatro atos composta por Wolfgang Amadeus Mozart, sobre libreto de Lorenzo da Ponte, com base na peça homônima de Pierre-Augustin Caron de Beaumarchais (Le Mariage de Figaro). Composta entre 1785 e 1786, estreou em Viena, em 1 de maio de 1786. Diz-se que Mozart começou a ter problemas com sua reputação a partir desta ópera, que satirizava certos costumes da nobreza. Há, no entanto, quem considere Le Nozze di Figaro como a obra-prima do compositor.

Le nozze di Figaro
As bodas de Fígaro
Idioma original Italiano
Compositor Wolfgang Amadeus Mozart
Libretista Lorenzo da Ponte
Tipo do enredo Cômico
Número de atos 4
Número de cenas 4
Ano de estreia 1786
Local de estreia Viena

Personagens

editar
Conde de Almaviva (esposo da Condessa, que vive assediando Susanna) barítono
Condessa de Almaviva (esposa do Conde) soprano
Fígaro (criado do Conde e noivo de Susanna) baixo-barítono
Susanna (criada da Condessa e noiva de Fígaro) soprano soubrette
Cherubino (pajem dos condes de Almaviva) mezzo-soprano travesti
Marcellina (governanta) soprano
Bartolo (médico) / Antonio (jardineiro, tio de Susanna) baixo
Basílio (maestro de canto da Condessa) / Don Curzio (juiz) tenor
Barbarina (filha de Antonio) soprano

Sinopse

editar
Óperas de Wolfgang Amadeus Mozart
 

Die Schuldigkeit des Ersten Gebots (1767)
Apollo et Hyacinthus (1767)
Bastien und Bastienne (1768)
La finta semplice (1769)
Mitridate, ré di Ponto (1770)
La Betulia liberata (1771)
Ascanio in Alba (1771)
Il sogno di Scipione (1772)
Lucio Silla (1772)
La finta giardiniera (1775)
Il re pastore (1775)
Zaide (1780)
Idomeneo, ré di Creta (1781)
O Rapto do Serralho (1782)
L'oca del Cairo (1783)
Lo sposo deluso (1784)
O Empresário Teatral (1786)
As Bodas de Fígaro (1786)
Don Giovanni (1787)
Così fan tutte (1790)
A Flauta Mágica (1791)
A Clemência de Tito (1791)

A ação desenrola-se no Castelo do Conde de Almaviva, algures perto de Sevilha, no ano de 1785.

Fígaro e Susanna, servos do Conde e da Condessa Almaviva, estão noivos e casam em breve.

O Conde mantém um longo assédio sexual a Susanna o que a faz duvidar que este venha a cumprir a sua promessa de abolir o tão odiado "direito do senhor", que estabelecia a prerrogativa de se deitar com a serva antes de a entregar ao futuro marido.

Numa sala pouco mobiliada, Fígaro e Susanna fazem os preparativos da sua iminente boda. O criado tira medidas do seu novo quarto para calcular a disposição dos móveis enquanto a donzela prova o chapéu que usará durante a cerimônia. Cheio de satisfação, Fígaro comenta que a proximidade do confortável quarto com os aposentos dos condes facilitará o trabalho do futuro casal. No entanto, Susanna quebra a sua felicidade quando lhe conta o verdadeiro propósito do seu senhor: a localização do quarto permitir-lhe-á estar mais perto da jovem para exercer o seu direito de pernada. Fígaro, consternado, pergunta à sua prometida como é possível que Almaviva queira fazer uso de um direito que ele mesmo aboliu. A jovem responde que o Conde parece ter-se arrependido de tal decisão. Soa uma campainha e Susanna acode à chamada da Condessa. Só em cena, Fígaro comenta que seu amo não conseguirá o que quer: se quiser dançar, terá de ser ao som do seu tocar.

A seguir Fígaro abandona a cena e entram Bartolo e Marcellina, que mostra ao médico um contrato em que Fígaro se compromete a devolver a soma de um empréstimo. A intenção da mulher é exigir o pagamento imediato dessa dívida com a finalidade de impedir a boda do criado, por quem está apaixonada. Bartolo decide apoiá-la, porque deseja vingar-se do criado; há algum tempo, Fígaro ajudou o Conde a raptar a sua amada pupila Rosina, que se transformaria na Condessa de Almaviva. Bartolo sai de cena e entra Susanna com um vestido da sua senhora. Ambas trocam insultos sob uma forçada cortesia.

Assim que Marcellina sai, chega Cherubino. O jovem pagem dos Condes confessa a Susanna que o seu senhor o despediu porque o surpreendeu com Barbarina, filha do jardineiro Antonia, e pede à criada que interceda por ele perante a Condessa, a quem venera. Depois, cheio de ardor adolescente, declara o seu amor por todas as mulheres.

Ouve-se o voz do Conde, que se aproxima à distancia. Cherubino esconde-se rapidamente por detrás de uma poltrona. Uma vez em cena, Almaviva corteja Susanna, mas a repentina chegada do sacerdote Basílio, cuja intenção é convencer a jovem prometida a aceder aos desejos do seu patrão, interrompe os seus propósitos. O Conde decide se esconder também atrás da poltrona, precisamente no momento em que o pagem abandona com muita agilidade o seu esconderijo para se sentar sobre o mesmo assento, que Susanna habilmente cobre com o vestido da Condessa. Basilio, pensando encontrar-se a sós com a criada, faz alusão à atração que Cherubino sente pela Condessa. Almaviva, irado, decide abandonar o seu esconderijo. Susanna finge desmaiar para salvar a situação que, no entanto, se enreda ainda mais quando o seu senhor descobre Cherubino enquanto explica, precisamente, como tinha descoberto o jovem com Barbarina. O aparecimento súbito de Fígaro com um grupo de camponeses quebra a tensão. Os aldeões atiram flores aos pés do Conde para lhe agradecer a abolição ao direito da pernada. Depois, o prometido pede ao seu senhor que coloque um véu branco sobre a cabeça de Susanna como símbolo de pureza. Almaviva compreende de imediato a manobra do seu criado e entra no jogo, mas interiormente promete vingar-se. O par pede perdão de Cherubino, que é exonerado das suas culpas a troco da sua imediata incorporação no regimento de Almaviva. O 1º ato termina com a cômica descrição que Fígaro faz da dura vida militar que aguarda o pagem.

Ato II

editar

Enquanto a Condessa lamenta as infidelidades do seu esposo, chegam Susanna e Fígaro, que a informa ter enviado uma carta anónima ao Conde, fazendo-o crer que existe outro homem na vida dela.

Sai Fígaro e nesse momento entra Cherubino, que canta o seu amor à Condessa. A Condessa e Susanna disfarçam-no de mulher e pedem ao Conde uma conversa com Susanna, à qual assistirá Cherubino. Nesse momento aparece o Conde e Cherubino tem de se esconder numa divisão. A Condessa diz ao Conde que é Susanna quem ali está escondida e ele tenta derrubar a porta.

Entretanto Susanna - também escondida - ajuda Cherubino a sair da divisão e põe-se no seu lugar.

Finalmente a Condessa confessa ao Conde que é Cherubino quem está ali; mas ao abrir a porta surge Susanna e tanto a Condessa como o Conde ficam muito surpreendidos. Então a Condessa, recompondo-se, diz que foi uma artimanha para o Conde ficar com ciúmes. Entra o jardineiro António, queixando-se que alguém partiu as suas floreiras ao saltar de uma janela. Entra Fígaro e diz que foi ele, mas António mostra um envelope que quem saltou pela janela, deixou cair; são, nem mais nem menos, as credenciais de Cherubino. Fígaro diz que Cherubino lho havia dado porque faltava o selo, mas o Conde não fica convencido com a explicação. Nesse mesmo momento, aparecem novamente Bartolo e Marcellina, que reclamam ao Conde o cumprimento da sua demanda, a sua boda com Fígaro.

Ato III

editar

O juiz Don Curzio exige a Fígaro o cumprimento do contrato com Marcellina, pagar-lhe uma grande soma de dinheiro. Mas como este não a tem, obriga-o a casar com ela. Fígaro escusa-se dizendo que ele é de família nobre e que não pode casar-se sem uma autorização dos pais. Como prova dessa nobreza, mostra as fraldas que levava quando o encontraram e um sinal no braço direito.

Então Marcelina diz que Fígaro é o seu filho, que desapareceu pouco depois de nascer, e que Bartolo é o pai; assim já não tem que se casar com ela. Quando chega Susanna e vê Marcellina e Fígaro abraçados, dá-lhe uma bofetada. E Marcelina explica-lhe a nova situação.

A Condessa dita a Susanna uma carta para o Conde, de modo a confundi-lo. Entretanto entra um grupo de camponesas para oferecer flores à Condessa, entre as quais se encontra Cherubino disfarçado de mulher. Mas o jardineiro António e o Conde descobrem-no.

Celebra-se a boda entre Fígaro e Susanna e durante o baile, Susana dá ao Conde a carta que escreveu, a pedido da Condessa, marcando um encontro para essa noite. A agulha, com que está fechada a carta, deve ser devolvida em sinal de recebimento. O plano é que nessa noite não se encontre com Susanna ou com Cherubino, mas sim com ela - Condessa - que trocou a sua roupa com Susanna.

Ato IV

editar

Fígaro surpreende a jovem Barbarina à procura da agulha que selava a carta, que o Conde lhe havia confiado para a entregar a Susanna. Mas ela perdeu-a. Fígaro sabe então que Susanna se vai encontrar com o Conde, mas ignora o plano. Enfadado, convida Bartolo e Basílio a serem testemunhas desse encontro e adverte-os sobre a infidelidade das mulheres.

Chegam a Condessa e Susanna, com as vestes trocadas, e ocasiona-se um encontro complicado.

Cherubino, que tinha ficado com Barbarina, vê a Condessa - que estava disfarçada de Susanna - e tenta beijá-la, mas nesse momento chega o Conde e é ele que recebe o beijo. Este responde-lhe com uma bofetada, mas atinge Fígaro que se tinha acercado para ver o que se passava.

Para se vingar do Conde, Fígaro começa a cortejar Susanna, pensando ser a Condessa, mas quando a reconhece declara-lhe o seu amor e esta enfurece-se cobrindo-o de bofetadas já que não se apercebeu que tinha sido reconhecida pelo marido. Quando dá conta, o par abraça-se e isto ira o Conde, que confunde Susanna com a Condessa. Quando se apercebe da situação, o Conde pede perdão à esposa pelas suspeitas e pela sua má conduta. A Condessa perdoa-o e acaba tudo numa alegre festa.

Orquestração

editar

Árias Famosas

editar
  • "Se vuol ballare" - Figaro - Ato I
  • "La vendetta" - Doctor Bartolo - Ato I
  • "Non so più cosa son, cosa faccio" - Cherubino - Ato I
  • "Non più andrai" - Figaro - final do Ato I

Ato II

editar
  • "Porgi, amor, qualche ristoro" - Condessa de Almaviva - Ato II
  • "Voi, che sapete" - Cherubino - Ato II
  • "Venite, inginocchiatevi" - Susanna - Ato II

Ato III

editar
  • "Hai gia vinta la causa…Vedrò mentr'io sospiro" - Conde de Almaviva - Ato III
  • "E Susanna non vien!…Dove sono i bei momenti" - Condessa de Almaviva - Ato III
  • "Sull'aria? Che soave zeffiretto" - Susanna e Condessa - Ato III

Ato IV

editar
  • "L'ho perduta, me meschina" - Barbarina - Ato IV
  • "Il capro e la capretta" - Marcellina - Ato IV
  • "In quegli anni" - Don Basilio - Ato IV
  • "Tutto è disposto…Aprite un po' quegli occhi" - Figaro - Ato IV
  • "Giunse alfin il momento…Deh vieni, non tardar" - Susanna - Ato IV

Ligações externas

editar

Intérpretes mais proeminentes

editar
  NODES
HOME 1
os 62