Os vardariotas (em grego: Βαρδαριῶται; romaniz.: vardariotai) foram um grupo étnico e territorial (provavelmente de origem cumana) no Império Bizantino tardio, que proporcionou uma regimente da guarda do palácio durante os século XII e XIII. É incerto se e como os vardários (vardarioi), oficiais administrativos de Tessalônica nos séculos X-XI conhecidos através de seus selos, eram relacionados com os vardariotas.[1]

Vardariotas
País Império Bizantino
Unidade guarda imperial
Criação século XII
Extinção século XIII
Comando
Comandante primicério
Hipérpiro de Manuel I Comneno (r. 1143–1180) com a típica forma escifato

História

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A exata origem e natureza dos vardariotas é incerta. O nome aparece pela primeira vez no século X, quando um bispado dos "vardariotas ou turcos (tourkoi)" é mencionado como sujeito a diocese da Tessalônica.[1] O escritor de meados do século XIV Jorge Codino chama-os "persas" por raça (um anacronismo típico bizantino para "turcos") e recorda que foram assentados no vale do rio Vardar por imperador bizantino anônimo de idade. Em ambos os casos, contudo, "turcos" provavelmente implicam a magiares, que foram chamados turcos pelos bizantinos nos séculos X-XI. Por isso, parece que os vardariotas foram magiares reassentados na Macedônia no século X, e tinham sido cristianizados no final do século.[2]

Pelo século XII, os vardariotas, com sua identidade original muito diluída, foram sendo recrutados pelo exército bizantino e, no mais tardar, durante a ultima parte do reinado do imperador Manuel I Comneno (r. 1143–1180), eles foram transformados em um distinto regimento de guarda do palácio.[3][4] Suas funções, contudo, ao menos no período Paleólogo, parecem ter sido mais de uma força policial do que uma unidade militar: Jorge Codino não os lista com os guardas mas com as pessoas não armadas do palácio, e afirma que o dever deles era "manter as pessoas ordenadas" durante cerimônias. Ao contrário dos membros armados da guarda varegue e o regimento dos paramonas, foram equipados apenas com um chicote (o manglábio) e um bastão (o decanício).[5] Codino também registra que usavam uniformes vermelhos distintos e um chapéu "persa" chamado angouroton ("em forma de pepino"), e que o chicote, perdurado no cinto deles, foi seu símbolo. Esta última referência conduziu à hipótese de que os vardariotas foram uma substituição dos manglabitas. Eles foram comandados por um primicério, atestado pela primeira vez em 1166.[2][4][6] O historiador do século XIII Jorge Acropolita ainda afirma que os vardariotas acompanhavam o imperador bizantino em seu acampamento militar, enquanto em campanha.[1][7]

Referências

  1. a b c Kajdan 1991, p. 2153.
  2. a b Bartusis 1997, p. 280.
  3. Bartusis 1997, p. 271; 280.
  4. a b Magdalino 2002, p. 231.
  5. Bartusis 1997, p. 279-280.
  6. Magdalino 2002, p. 311.
  7. Magdalino 2002, p. 310.
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Vardariotai», especificamente desta versão.

Bibliografia

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  • Bartusis, Mark C. (1997). The Late Byzantine Army: Arms and Society 1204–1453. Philadelphia: University of Pennsylvania Press. ISBN 0-8122-1620-2 
  • Kajdan, Alexander Petrovich (1991). «Vardariotai». In: Kajdan, Alexander Petrovich. The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-504652-8 
  • Magdalino, Paul (2002). The Empire of Manuel I Komnenos, 1143–1180. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0-521-52653-1 
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