LXVI

Soneto outonal


Leio no teu olhar claro como um cristal:
«Que é que notas em mim que o teu amor excita?»
— Sê formosa, e emudece! Hoje tudo me irrita,
Excepto a candidez feminina ancestral;

Não queiras profundar meu segredo infernal,
História pavorosa a ferro e fogo escrita!
Deixa-me adormecer, sonhar, fada bemdita!
Aborreço a paixão, como aborreço o mal!

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