Afro-canadense é uma designação usada para pessoas de ascendência negra africana que são cidadãos ou mantém residência permanente no Canadá.[2][3] A maioria dos canadenses negros é de origem caribenha, apesar da população também consistir de imigrantes Afro-americanos e seus descendentes (incluindo Negros da Nova Escócia), assim como muitos imigrantes africanos.[4]

Afro-canadenses
Black Canadians (Inglês)
Noirs canadiens (Francês)
População total

945.665
2,9% da população canadense (2011)[1]

Regiões com população significativa
Províncias:
Ontário Ontário 539.205 (4,3%)
Quebec Quebéc 243.625 (3,2%)
Alberta Alberta 74.435 (2,1%)
Colúmbia Britânica Colúmbia Britânica 33.260 (0,8%)
Nova Escócia Nova Escócia 20.790 (2,3%)
Línguas
Inglês canadense • Francês canadense • Inglês caribenho • Crioulo haitiano • línguas africanas
Religiões
Predominantemente cristãos; minoria muçulmana, outras fés
Grupos étnicos relacionados
Negros, Subsarianos, Afro-turcos, Afro-caribenhos, Afro-asiáticos, Afro-americanos, Afro-surinamenses, Afro-europeus e Africanos
Foto de uma afro-canadense, província de Ontário
Foto de uma afro-canadense (ca. 1890), província de Ontário

Afro-canadenses e outros canadenses muitas vezes fazem distinções entre quem é de origem afro-caribenha e quem é de origem africana. O termo African Canadian (Afro-canadense) é as vezes usado por canadenses negros que traçam sua árvore genealógica aos primeiros escravos trazidos pelos colonizadores britânicos e franceses ao continente norte-americano;[3] milhares de Black Loyalists (negros fiéis à coroa britânica) e aproximadamente uns 10–30 mil escravos fugitivos se instalaram no Canadá após a Guerra da Revolução Americana, como Thomas Peters. Muitos negros de origem caribenha rejeitam o termo African Canadian como uma elisão dos aspectos unicamente caribenhos de suas origens[5] e em vez disso se identificam como Caribbean Canadian (Canadense caribenho).[5] Ao contrário dos Estados Unidos onde African American (Afro-americano) se tornou um termo amplamente usado, devido à controvérsias associadas à designação adequada de herança africana ou caribenha, o termo Black Canadian (Canadense negro) é aceito no contexto canadense.[6]

Negros canadenses contribuíram para muitas áreas da cultura canadense.[7] Muitas das primeiras minorias visíveis a ocuparem altos cargos públicos foram negras, incluindo Michaële Jean, Donald Oliver, Stanley G. Grizzle, Rosemary Brown e Lincoln Alexander, por sua vez abrindo a porta para outras minorias.[8] Canadenses negros formam o terceiro maior grupo de minorias visíveis do país, atrás de asiáticos da Ásia meridional e sino-canadenses.[9]

População

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De acordo com o censo canadense de 2006 feito pela Statistics Canada, 783.795 canadenses se identificam como negros, constituindo 2,5% da população total do país.[9] Da população negra, 11% se declarou mestiça, mistura de "branco com negro".[10] As cinco províncias com o maior número de negros em 2006 eram Ontário, Quebéc, Alberta, Colúmbia Britânica e Nova Escócia.[9] As dez regiões metropolitanas com o maior número de negros são Toronto, Montreal, Ottawa, Calgary, Vancouver, Edmonton, Hamilton, Winnipeg, Halifax e Oshawa.[11] Preston, na Nova Escócia, região metropolitana de Halifax, é a comunidade com o maior percentual de habitantes negros, com 69,4%; foi um assentamento onde a Coroa deu terras aos negros lealistas após a Revolução Americana.[12]

De acordo com o censo canadense de 2011, um total de 949.665 negros canadenses foram contados, compreendendo 2,9% da população do país.[1]

Dados demográficos e problemas com o censo

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Evolução demográfica
(Fonte : Dados do censo[1][9])
18711881190119111921193119411951196119711981199120012011
21.50021.40017.50016.90018.30019.50022.20018.00032.10034.400239.500504.300662.200945.665

Tem sido afirmado que canadenses negros tem sido significantemente contados de maneira reduzida em dados censitários. O escritor George Elliott Clarke citou um estudo da Universidade McGill onde foi descoberto que 43% de toda a população negra canadense não foi contada como negra no censo de 1991, porque eles se declararam britânicos ou franceses nos formulários ou outras identidades culturais que não constavam no grupo de culturas negras no censo.[13]

Apesar de censos ulteriores relatarem que a população de canadenses negros é muito mais consistente com a estimativa revisada do estudo da McGill do que com os dados oficiais do censo de 1991, nenhum estudo recente foi conduzido para determinar se alguns afro-canadenses ainda são substancialmente perdidos pelo método de alto declaração.

Terminologia

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Uma das atuais controvérsias na comunidade negra no Canadá gira em torno de terminologias adequadas. Muitos canadenses de origem afro-caribenha são fortemente opostos ao termo "afro-canadense", porque obscurece sua própria cultura e história — isso é parcialmente responsável pelo uso menos predominante do termo no Canadá, comparado ao consenso sobre o termo afro-americano ao sul da fronteira.

Negros da Nova Escócia, um grupo cultural mais distinto, do qual alguns membros traçam sua ascendência canadense ao século XVIII, usam ambos os termos, African Canadian (Afro-canadense) e Black Canadian (negro canadense). Por exemplo, existe um Escritório de Assuntos Afro-Nova Escoceses e um Centro Cultural Negro Para a Nova Escócia.

"Caribbean Canadian" (canadense caribenho) é por vezes usado para se referir a negros de origem caribenho, apesar desse também ser controverso porque o Caribe não é habitado somente por afrodescendentes, mas também inclui grupos de indo-caribenhos, sino-caribenhos, euro-caribenhos, sírio-caribenhos, latinos e ameríndios. O termo "West Indian" (antilhano) é frequentemente usado pelos de origem caribenha, apesar do termo ser mais cultural do que racial e poder ser igualmente aplicado a vários grupos de origens etno-raciais diferentes.

Termos nacionais mais específicos como "jamaicano canadense", "haitiano canadense" ou "ganês canadense" também são usados. Porém, até 2017, não há nenhuma alternativa amplamente utilizada para o termo "Black Canadian" (negro canadense) que seja aceita pela comunidade afro-caribenha canadense — aqueles de extração mais africana — e descendentes de imigrantes dos Estados Unidos como um termo que se aplica a todos.[6]

Uma prática cada vez mais comum, vista em meios acadêmicos e nos nomes e declarações de missão de algumas organizações socioculturais afro-canadenses mas ainda não em uso universalmente nacional, é sempre fazer menção à ambas as comunidades africanas e caribenhas.[14] Por exemplo, uma organização-chave de saúde dedicada à educação e prevenção do vírus HIV na comunidade negra canadense tem o nome de African and Caribbean Council on HIV/AIDS in Ontario (Concelho Africano e Caribenho Sobre HIV/AIDS em Ontário), a revista Pride de Toronto foi inicialmente marcada como uma "revista de notícias afro-canadense e caribenha canadense" e G98.7, uma rádio comunitária negra de Toronto, foi inicialmente marcada como uma de rede de rádio afro-caribenha canadense.[15]

Referências

  1. a b c «National Household Survey (NHS) Profile, 2011». Statcan.gc.ca. 8 de maio de 2013. Consultado em 27 de maio de 2013 
  2. Harrison, Faye Venetia (2005). Resisting racism and xenophobia : global perspectives on race, gender, and human rights. [S.l.]: AltaMira Press. p. 180. ISBN 0-7591-0482-4 
  3. a b Magocsi, Paul Robert (1999). Encyclopedia of Canada's Peoples. [S.l.]: University of Toronto Press, Scholarly Publishing Division. ISBN 0-8020-2938-8 
  4. «Censo Canadense de 2006 – Origem Étnica» 
  5. a b Rinaldo Walcott, Black Like Who?: Writing Black Canada. 2003, Insomniac Press. ISBN 1-894663-40-3.
  6. a b "Quanto à terminologia, no Canadá, ainda é apropriado dizer Black Canadians." Valerie Pruegger, "Black History Month". Culture and Community Spirit, Government of Alberta.
  7. Rosemary Sadlier. «Black History Canada – Black Contributions». Blackhistorycanada.ca. Consultado em 26 de julho de 2010 
  8. «Black History Canada – Noteworthy Personalities». Blackhistorycanada.ca. Consultado em 26 de julho de 2010 
  9. a b c d «Grupos de minorias visíveis, contagens de 2006, para o Canadá, províncias e territórios». 2.statcan.ca. 6 de outubro de 2010. Consultado em 22 de janeiro de 2011 
  10. «Population Groups (28) and Sex (3) for the Population of Canada, Provinces, Territories, Census Metropolitan Areas and Census Agglomerations, 2006 Census – 20% Sample Data». 2.statcan.ca. 10 de junho de 2008. Consultado em 22 de janeiro de 2011. Arquivado do original em 4 de fevereiro de 2009 
  11. «Grupos de minorias visíveis, contagens de 2006, para o Canadá e regiões metropolitanas e aglomerados». 2.statcan.gc.ca. 6 de outubro de 2010. Consultado em 22 de janeiro de 2011 
  12. «Community Counts Home Page». Consultado em 1 de março de 2017. Arquivado do original em 10 de junho de 2008 
  13. «"The Complex Face of Black Canada"». Consultado em 1 de março de 2017. Arquivado do original em 4 de março de 2016  George Elliott Clarke, McGill News, inverno de 1997.
  14. "Black History Month Celebrations in Markham". Markham Guiding Star, 12 de Fevereiro de 2008.
  15. «"Caribbean radio station set for Toronto at 98.7 FM"»  Toronto Star, 2 February 2011.
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