Balantidium coli

balantidium coli

Balantidium coli é um protista ciliado causador da balantidiose ou balantidíase, uma infecção do intestino grosso do ser humano. Os parasitas se multiplicam no intestino dos porcos (seu hospedeiro intermediário), produzindo cistos e trofozoítos. Os cistos são amplamente eliminados nas fezes, já os trofozoítos continuam a se reproduzirem no intestino do hospedeiro gerando mais cistos e mais trofozoítos. Os cistos eliminados acabam contaminando a água e alguns alimentos e transmitindo a patogenia para outros mamíferos (hospedeiros definitivos), inclusive humanos.[1]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaBalantidium coli

Classificação científica
Reino: Protista
Filo: Ciliophora
Classe: Ciliata
Subclasse: Holotricha
Ordem: Trichostomatida
Família: Balantiididae
Género: Balantidium
Espécie: B. coli
Nome binomial
Balantidium coli
(Malmsten, 1857)


Balantidiasis
Balantidium coli
Balantidium coli é uma zoonose transmitido por alimentos ou água contaminados com os quistes liberados pelas fezes dos porcos.
Classificação e recursos externos
CID-10 A07.0
CID-9 007.0
CID-11 1314468530
DiseasesDB 31216
eMedicine med/203
MeSH D001447
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O Balantidium coli é um protozoário ciliado, parasita do intestino grosso dos suínos, que normalmente não causa doença nos porcos. Eventualmente o parasita pode causar ulcerações de mucosa e disenteria. Consegue se adaptar ao intestino de diversos mamíferos além do homem.

O Balantidium coli é um organismo composto por uma única célula ciliada. Ele pode se apresentar de duas formas básicas: o trofozoíto e o cisto. O trofozoíto é enorme para um protozoário, medindo cerca de 60 a 100 micrômetros (µm) de comprimento por 50 a 80 µm de largura (pode ser visível a olho nu). Toda a sua superfície externa é recoberta por cílios. Na sua extremidade anterior existe uma fenda em direção ao citóstomo; próximo a extremidade posterior apresenta um citopígio. No meio intracelular, apresenta várias organelas, vacúolos digestivos e dois núcleos: o macro e o micronúcleo. O cisto é mais ou menos esférico, medindo cerca de 40 a 60 µm de diâmetro. Sua parede é lisa e, internamente, encontra-se o macronúcleo.[1]

Pode ser transmitido em contato direto com intestinos ou fezes de porco. Os porcos infectados não tem sintomas visíveis.

Sinais e sintomas

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A maioria dos casos é subclínico. Em pessoas mais vulneráveis como alcoólicos, crianças e desnutridos a infeção se manifesta com febre, anorexia, náuseas, vômitos e diarreia. Os parasitas podem penetrar as paredes intestinais causando úlceras e resultando em fezes com muco, pus e sangue.[2] Os casos graves manifestam-se com desidratação e hemorragias intestinais; a doença pode assumir forma crônica.

Em casos em que o parasita perfura o intestino e entra em sangue (extra-intestinal) foram relatados invasão de pulmão, fígado, danos nos rins, choque séptico.[3]

Diagnóstico

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O diagnóstico da balantidíase é feito através da visualização de trofozoítos ou de cistos no exame de fezes ou no tecido coletado durante a endoscopia

Prevenção

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Se faz através da higiene adequada das mãos e dos alimentos, do pleno cozimento de alimentos, da fervura ou filtração da água, do tratamento dos doentes e de porcos (possíveis reservatórios do parasito), de programas de educação sanitária e melhoria do saneamento ambiental.

Tratamento

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Geralmente é suficiente soro fisiológico e repouso. Em caso de complicações, o tratamento pode ser feito com tetraciclina, 30 a 50 mg/kg. por dia, por dez dias alternativamente e em crianças, ou com metronidazol, 20 mg/kg por dia, por sete dias. Outra opção é o Iodoquinol (Iodoxin), um amebicida.[4]

Epidemiologia

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O parasito Balantidium coli se reproduz em porcos, seu hospedeiro primário, logo é mais comum em países em desenvolvimento, em áreas rurais, com saneamento precário, falta de tratamento de água e esgoto, irrigação de plantações com água contaminada e coleta de lixo humana inadequada. É comum na América Latina e no Sudeste asiático.[5] No Brasil é mais comum na região amazônica, sendo as zonas de alto risco são as áreas com fazendas de porcos. É estimado que 20 a 50% dos porcos das zonas endêmicas estão infectados com Balantidium coli.[6]

Os fatores de risco associados são, entre outros, o contato com suínos ou sua excreta, desnutrição, alcoolismo, imunossupressão e falta de cloro na água.[1]

O cisto é a forma de resistência do parasito e a forma infectante, o trofozoíto é a forma que se alimenta, movimenta e se reproduz. Os cistos são eliminados em fezes formadas e o trofozoítos são eliminados em fezes diarreicas.[7]

Referências

  1. a b c http://www.facmed.unam.mx/deptos/microbiologia/parasitologia/balantidiasis.html
  2. http://emedicine.medscape.com/article/213077-overview#a5
  3. Lee K-S, Park D-S, Cho J-H, Kim H-Y, Lee Y-J. A Case of Pneumonia Caused by Balantidium coli in an Immunocompetent Patient. Korean J Clin Microbiol. 2010 Dec;13(4):178-181. http://dx.doi.org/10.5145/KJCM.2010.13.4.178
  4. http://emedicine.medscape.com/article/213077-medication#2
  5. http://emedicine.medscape.com/article/213077-overview#a6
  6. http://web.stanford.edu/group/parasites/ParaSites2003/Balantidium/Epidemiology.htm
  7. Neves, David Pereira; Alan Lane de Melo, Pedro Marcos Linardi, Ricardo W. Almeida Vitor (2005). «Balantidium coli». Parasitologia Humana 11º ed. Rio de Janeiro: Atheneu. 494 páginas. ISBN 8573797371 
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