Força Aérea Equatoriana

A Força Aérea Equatoriana (em castelhano: Fuerza Aérea Ecuatoriana, FAE) é o braço aéreo das Forças Armadas do Equador, responsável pela proteção do espaço aéreo equatoriano.

Fuerza Aérea Ecuatoriana
Força Aérea Equatoriana
Brasão da Força Aérea Equatoriana
País Equador
Subordinação Forças Armadas do Equador
Missão Guerra aérea
Efectivo 6.389[1]
72 aeronaves
Sigla FAE
Criação 27 de outubro de 1920 (104 anos)
História
Guerras/batalhas Guerra de Paquisha
Guerra de Cenepa
Bases Aéreas
Aeronaves
Aviões de Caça Atlas Cheetah, IAI Kfir
Helicópteros HAL Dhruv
Aviões de Instrução Embraer EMB-314
Aviões de Transporte Lockheed C-130 Hercules
Insígnias
Cocar
Distintivo de cauda
Comando
Comandante General General-de-brigada Geovanny Espinel
Comandantes notáveis Brig. Gral. Mario Augusto Naranjo Bardellini

História

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A FAE foi oficialmente criada em 27 de outubro de 1920. Entretanto, como em muitos outros países, as atividades de voo militares começaram antes da data formal de criação de uma força aérea. A história do Equador é marcada por muitos conflitos com seu vizinho Peru. Como um resultado direto da crise Equador-Peru de 1910, os membros do Club de Tiro Guayaquil decidiram expandir suas atividades esportivas também na aviação. Renomeado para Club de Tiro y Aviación, iniciaram uma escola de aviação. Cosme Rennella Barbatto, um italiano vivendo em Guayaquil, foi um dos primeiros membros deste clube. Em 1912, foi enviado para a Itália para ser treinado, graduando com sucesso como piloto. Posteriormente, retornaria à Europa uma segunda vez em 1915, onde participou na Primeira Guerra Mundial.[2] Em 152 saídas para combate, conseguiu 18 vitórias, apesar de apenas 7 serem confirmadas. Quando retornou para o Equador, suas experiências serviram como motivação para um reduzido grupo de pilotos equatorianos, que mudaram-se para a Escola de Aviação em Turim, na Itália, com o objetivo de graduarem-se como os primeiros pilotos equatorianos da nascente Aviação Militar Equatoriana.

Em 1939, a Força Aérea Equatoriana ainda era limitada a cerca de 30 aeronaves e 60 militares, incluindo 10 oficiais.[3] A aviação militar não havia sido levada a sério até o início da década de 1940, quando uma missão equatoriana para os Estados Unidos resultou na entrega de uma variedade de aeronaves para a Escola de Aviação em Salinas. Três Ryan PT-22 Recruits, seis Curtiss-Wright CW-22 Falcon, seis Fairchild PT-19A Cornell e três North American AT-6A Harvard chegaram em março de 1942, melhorando consideravelmente a capacdade da Escuela de Aviación em Salinas.

As décadas de 1950 e 1960 viram um crescimento ainda maior para a força aérea, com mais unidades e aeronaves. Enquanto isso, eram feitos esforços para melhorar as instalações em várias bases aéreas. Em maio de 1961, a "Primeira Zona Aérea", com sua unidade subordinada Ala de Transportes No. 11, foi fundada. A "Segunda Zona Aérea" controlava as unidades da parte sul do Equador, com a Ala de Combate No.21 em Taura, Ala de Rescate No.22' em Guayaquil e Ala de Combate No. 23 em Manta, além da Escuela Superior Militar de Aviación "Cosme Rennella B." (ESMA) em Salinas.

A Ala 11 tinha sua própria empresa aérea comercial, como em muitos outros países sul-americanos, a Transporte Aérea Militar Ecuatoriana (TAME). Além das aeronaves de transporte militar, utiliza também aviões comerciais. Voando para locais onde outras empresas não operam, a TAME fornece um serviço adicional para os equatorianos.

 
Três aeronaves da Força Aérea Equatoriana em 1986

A FAE foi acionada em várias ocasiões. Uma disputa de território contínua com o Peru se acendeu em 1981 e 1995.[4][5] Hoje a FAE luta contra as drogas e opera em várias missões logísticas e humanitárias na região amazônica do país. Ainda assim, por ser um país sem muitos recursos, manter uma força aérea relativamente grande é um fardo.

Estrutura

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Está é a atual estrutura da Força Aérea Equatoriana:[6]

  • Ala de combate 21 - Base Aérea de Taura
  • Ala de combate 22 - Base Aérea Simon Bolivar
    • Esc. de combate 2211 - operando Cessna 206
    • Esc. de combate 2212 - operando TH-57
  • Ala de combate 23 - Base Aérea de Eloy Alfaro Air Base
  • Ala de transporte 11 - Base Aérea de Cotopaxi (parte do Aeroporto Internacional de Latacunga)
  • Escuela Superior Militar de Aviacion "Cosme Rennella" - Base Aérea de Salinas - operando Diamond DA20

Aeronaves

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Frota atual

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Um IAI Kfir equatoriano em decolagem durante o Exercício Blue Horizon em 1986
 
Um Bell 206 Jet Ranger
Aeronave Origem Tipo Variante Em serviço Notas
Aeronaves de combate
Atlas Cheetah   África do Sul caça Cheetah C 9[7] variante melhorada do Dassault Mirage III
Transporte
Boeing 737   Estados Unidos VIP 1[7]
Boeing 727   Estados Unidos transporte / VIP 1[7]
C-130 Hercules   Estados Unidos transporte C-130E/H 3[7]
CASA C-295   Espanha transporte / SAR 3[7]
DHC-6 Twin Otter   Canadá utilitário / transporte 2[7] Aeronave com capacidade STOL
Super King Air   Estados Unidos utilitário 350 1[7]
Helicópteros
Bell 206   Estados Unidos utilitário / treinador 8[7]
Leonardo AW119   Itália utilitário Mk II[8] 4[7]
Treinador
EMB 314 Super Tucano   Brasil treinador avançado 17[7]
VANT
UAV-2 Hawk   Equador vigilância VANT desenvolvido a nível nacional«Ecuador; Air Force receives indigenously developed UAV» (em inglês). 16 de janeiro de 2014. Arquivado do original em 16 de janeiro de 2014 </ref>

Armamento

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Kfir C.2 soltando bombas napalm durante o Exercício Blue Horizon, em conjunto com os Estados Unidos
Nome Origem Tipo Notas
Sistemas de mira
POD Vinten Vicon 601 GP   Reino Unido Contêiner de busca POD de reconhecimento aéreo de longo alcance com a possibilidade de enviar imagens oblíquas
Thomson-CSF ATLIS II   França Contêiner de busca POD de guia de mira, com contêiner de designação de alvo a laser/eletro-óptica
FLIR
FLIR AN/AAQ-22 Star SAFIRE III   Estados Unidos FLIR Sensores eletro-ópticos/infravermelhos
Míssil ar-ar
AIM-9 Sidewinder   Estados Unidos Míssil de curto alcance com guia infravermelho AIM-9L
Matra R.550 Magic   França Curto alcance ▪ Magic Mk.1

▪ Magic Mk.2

Kentron V3B Kukri   África do Sul Curto alcance com infravermelho
MAA-1 Piranha   Brasil Curto alcance ▪ MAA-1A

▪ MAA-1B

RAFAEL Python   Israel Curto alcance com infravermelho
  • Shafrir-2
  • Python-3
  • Python-4
  • Python-5
RAFAEL Derby   Israel Curto e médio alcance (BVR)
R-Darter   África do Sul Curto e médio alcance guiado por radar (BVR)
Míssil ar-terra
AS-30   França Curto e médio alcance com guia a laser AS-30L
Bomba de penetração anti-pista de pouso e decolagem
Matra Durandal   França
Bomba de uso geral
Mark 82   Estados Unidos Bomba não guiada de 227 kg
Foguetes
SNEB   França Projétil de foguete ar-terra não guiado Foguetes de 68 mm (2.7 in)
SBAT-70   Brasil Projétil de foguete ar-terra não guiado 70 mm
  • 19 foguetes
SBAT-127   Brasil Projétil de foguete ar-terra não guiado 127 mm
  • 7 foguetes
Bomba inteligente
Elbit Lizard   Israel Kits de bombas Mark 82 guiadas
Bombas incendiárias
CBU-55   Estados Unidos Bomba de fragmentação termobárica Napalm
Míssil antinavio
MBDA Exocet   França AM.39

Defesa aérea

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Nome Origem Tipo Em serviço Notas
Míssil superfície-ar
9K33 Osa   União Soviética Sistema SAM Anfíbio 15[9]
MIM-72 Chaparral   Estados Unidos Sistema SAM Anfíbio 25[9]
Radar de defesa aérea
AR-15M   Reino Unido Radar 1[9] Radar tridimensional
AR-3D   Reino Unido Radar 2[9] Radar de longo alcance
36D-6   Ucrânia Radar 2[9] Radar de médio alcance
AN/TPS-70   Estados Unidos Radar 4[9] Radar tridimensional Banda S de longo alcance
AN/TPS-78   Estados Unidos Radar 1[9] Radar de escaneamento eletrônico passivo tridimensional de longo alcance
Doado pelos Estados Unidos
Radar Lanza   Espanha Radar 4[9] Radar tridimensional com escaneamento eletrônico de longo alcance
Radar mecânico rotativo/eletrônico
Oerlikon Skyguard II   Suíça Radar para controle de incêndio 22[9] Suporte logístico para sistemas antiaéreos Oerlikon
Artilharia antiaérea autopropulsada
ZSU-23-4 Shilka   União Soviética SPAAG 44[9] Todos recebidos da Nicarágua em 1997.[10]
M163 VADS   Estados Unidos SPAAG 50[9]
Defesa antiaérea
Oerlikon GDF-003   Suíça Canhão automático duplo 30[9] Canhão automático de 35 mm rebocável, operando em conjunto com o sistema Skyguard II
M167 VADS   Estados Unidos Canhão rotativo 30[9] Canhão antiaéreo de 20 mm automático
ZSU-23-2   União Soviética Canhão automático duplo 34[9] Canhão antiaéreo de 23 mm automático rebocável
Todos recebidos da Nicarágua em 1997.[10]
Bofors M1   Suécia Canhão automático 40[9] Canhão antiaéreo de 40 mm automático rebocável
  • L/60
  • L/70
ZPU-4   União Soviética Metralhadora antiaérea 128[9] Metralhadora antiaérea de 14.5 mm automático rebocável
  • ZPU-1
  • ZPU-2
  • ZPU-4
M45 Quadmount   Estados Unidos Metralhadora antiaérea 226[9] 4x 50 metralhadora antiaérea de 12.7 mm, modernizada com novos sistemas e alguns montados em caminhões Unimog e veículos CUCV II

Infantaria aérea

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Nome Tipo Calibre Origem Em serviço Notas
Metralhadora de uso geral
FN MAG 7,62×51mm NATO   Bélgica Metralhadora padrão de uso geral
Heckler & Koch HK21 HK21E 7,62×51mm NATO   Alemanha Metralhadora padrão de uso geral para as Forças Especiais
Fuzil de assalto
FN FAL 7,62×51mm NATO   Bélgica Fuzil de assalto padrão
M4 A1 5,56×45mm NATO   Estados Unidos Forças Especiais
Pistola-metralhadora
IMI Uzi 9x19mm Parabellum   Israel Forças Especiais
Colt 9mm SMG 9x19mm Parabellum   Estados Unidos Forças Especiais
Pistola semiautomática
M1911 .45 ACP   Estados Unidos Pistola padrão
Granada de mão
M26 M26A1/M61   Estados Unidos
Mira Red Dot
Advanced Combat Optical Gunsight Mira telescópica   Estados Unidos Forças Especiais
Aimpoint CompM4 Mira telescópica   Estados Unidos Forças Especiais
Lança-granada
M203 40 mm   Estados Unidos Lança-granadas equipados nas carabinas M4.
Fuzil de precisão
Heckler & Koch PSG1 Fuzil de precisão 7,62×51mm NATO   Alemanha
M14 Fuzil de precisão 7,62×51mm NATO   Estados Unidos
Morteiro
Hirtenberger M6C-210 60 mm   Áustria Morteiro leve, utilizado por unidades de operações especiais.
Veículo de combate de infantaria
BTR-60 Veículo anfíbio   União Soviética 10 Veículo de comando operando com o SA-8

Aposentados

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Outras aeronaves já operadas pela Força Aérea Equatoriana incluem o BAC Strikemaster, Cessna A-37 Dragonfly, Dassault Mirage 5, Dassault Mirage F1, English Electric Canberra, Gloster Meteor, Hawker Siddeley HS 748, Republic P-47 Thunderbolt, SEPECAT Jaguar e HAL Dhruv.

Referências

  1. «A Comparative Atlas Of Defence In Latin America / 2014 Edition» (em inglês) 
  2. Franks, Norman; Guest, Russell; Alegi, Gregory (1997). Above the War Fronts: The British Two-seater Bomber Pilot and Observer Aces, the British Two-seater Fighter Observer Aces, and the Belgian, Italian, Austro-Hungarian and Russian Fighter Aces, 1914–1918: Volume 4 of Fighting Airmen of WWI Series: Volume 4 of Air Aces of WWI (em inglês). Oxford: Grub Street: [s.n.] p. 155-156 
  3. Schnitzler, R.; Feuchter, G.W.; Schulz, R. (1939). Handbuch der Luftwaffe [Manual da Força Aérea] (em alemão) 3ª ed. Munique e Berlim: J. F. Lehmanns Verlag. p. 64 
  4. «Peru vs. Ecuador; Alto-Cenepa War, 1995» (em inglês) 
  5. «Ecuador Air Force» (em inglês) 
  6. Katerberg, Eric; Gravemaker, Anno (Julho de 2008). «Force Report: Ecuador Air Force». Air Forces Monthly (em inglês) 
  7. a b c d e f g h i j «World Air Forces 2020» (em inglês). Flightglobal Insight. 2020 
  8. «Ecuadorian AW119 delivered». AirForces Monthly. Key Publishing. Maio de 2019. p. 22 
  9. a b c d e f g h i j k l m n o p q «Peace Research Institute» (em inglês). Stockholm International Peace Research Institute. 2017 
  10. a b «Jane's Information Group» (em inglês). 30 de outubro de 2008 
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