Guillaume-Chrétien de Lamoignon de Malesherbes

Guillaume-Chrétien de Lamoignon de Malesherbes (Paris, 6 de dezembro de 172122 de abril de 1794) foi um estadista e ministro francês.

Guillaume-Chrétien de Lamoignon de Malesherbes
Guillaume-Chrétien de Lamoignon de Malesherbes
Nascimento 6 de dezembro de 1721
Paris (Reino da França)
Morte 22 de abril de 1794 (72 anos)
Paris (França)
Sepultamento Cimetière des Errancis
Cidadania França
Progenitores
  • Guillaume de Lamoignon de Blancmesnil
  • Anne Elisabeth Roujault
Filho(a)(s) Antoinette de Lamoignon de Malesherbes, Françoise Pauline de Lamoignon de Malesherbes
Irmão(ã)(s) Marie-Élisabeth de Lamoignon de Blancmesnil, Anne Marie Louise Nicole de Lamoignon de Blancmesnil
Ocupação magistrado, jurista, botânico, escritor, político
Causa da morte decapitação
Assinatura
Assinatura de Guillaume-Chrétien de Lamoignon de Malesherbes

Presidente da Corte de Auxílio, e diretor da Biblioteca Nacional no ano de 1750, fez ao Rei Luís XV a demonstração dos custos e gastos da Corte, levando Luís XV a terminar com a Corte de Auxílio, e o exilar em suas terras.

Repetiu a mesma façanha no reinado de Luís XVI, que ao contrário, nomeou-o Ministro de Estado, cargo do qual pediu demissão um ano mais tarde.

Malesherbes estudava as Ciências Naturais, e em 1750 entrou para a Academia de Ciências. Mais tarde foi membro da Academia de Escritores. Orador notável, foi partidário do livre pensamento e das ideias de justiça, e um humanitarista, além de amigo dos enciclopedistas franceses, aos quais protegia nessas circunstâncias e para realizá-lo de forma eficiente se manteve em comunicação com os líderes literários de Paris, e especialmente com Diderot, e Friedrich Melchior, podendo dizer que "sem a ajuda de Malesherbes a "Encyclopédie" provavelmente nunca teria sido publicada".

No dia 12 de janeiro de 1775, foi nomeado por unanimidade, como novo membro da Academia Francesa de Letras, em substituição a Dupré de Saint-Mauer.

Malesherbes deixou a França quando eclodiu a Revolução Francesa, mas retornou quando foi formada a Convenção que julgaria o Rei. Seu retorno ocorreu em junho de 1792, demonstrando grande simplicidade e coragem.

Depois do processo e da morte do Rei, ele permaneceu em Paris, mas foi preso em dezembro de 1793, aprisionado em Port-Libre, e guilhotinado em 22 de abril de 1794.

Era bisavô do filósofo e historiador Alexis de Tocqueville.

Recepção e legado

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Alguns anos depois de sua morte, os biógrafos retrataram Malesherbes como uma figura romântica, uma das vítimas inocentes do Terror.  Por exemplo, a Encyclopædia Britannica de 1911 escreve sobre ele:[1]

Malesherbes é um dos personagens mais doces do século XVIII; embora nenhum homem de ação, dificilmente um homem do mundo, por sua caridade e bondade não fingida, ele se tornou um dos homens mais populares da França, e foi um ato de verdadeira auto-devoção para ele se sacrificar por um rei que fez pouco ou nada por ele.[2]

Mais recentemente, o estudioso francês François Moureau criticou essa tradição "hagiográfica", enfatizando, em vez disso, as contradições na carreira de Malesherbes: ele foi moldado tanto por uma abertura a novas ideias iluministas quanto por seu compromisso de cumprir seu papel de servidor público dentro do Ancien Régime.[1] Outros comentários modernos sobre Malesherbes apresentaram argumentos semelhantes; George Kelly, por exemplo, o descreve como "com cara de Janus".

Malesherbes também foi lembrado com reverência por seu bisneto Alexis de Tocqueville; o historiador Roger Williams apontou essa conexão como um "legado do liberalismo".[3]

Referências

  1. a b Moureau, François (2018). «Malesherbes et la censure : une histoire à relire ?». Dix-huitième Siècle. 50 (1). 546 páginas. ISSN 0070-6760. doi:10.3917/dhs.050.0527 
  2. Chisholm, Hugh, ed. (1911). " Malesherbes, Chrétien Guillaume de Lamoignon de ". Encyclopædia Britannica . 17 (11ª ed.). Cambridge University Press.
  3. Williams, Roger L. (2006). «From Malesherbes to Tocqueville: The Legacy of Liberalism». The Journal of the Historical Society (em inglês). 6 (3): 443–463. ISSN 1529-921X. doi:10.1111/j.1540-5923.2006.00187.x 
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