O termo hussita ou Igreja hussita (ou talvez ussiti) define um movimento reformador e revolucionário que surgiu na Boêmia, no século XV. O nome vem do teólogo boêmio Jan Hus (1372–1415). O movimento mais tarde se juntou à Reforma Protestante.

Hussitas
Ussitis
Logótipo
Hussitas
Bandeira dos Hussitas.
Tipo Movimento cristão
Fundação século XV
Sede Boêmia
Filiação Taboritas
Utraquistas
Líder Jan Žižka
Fundador(a) Jan Hus

No Concílio de Constança, em 1415, as ideias de Jan Hus foram condenadas,[1] e em 6 de Julho de 1415, Hus foi queimado vivo por heresia contra as doutrinas da Igreja Católica. Hus manteve uma posição muito crítica perante o poder eclesiástico, posições muito próximas às de John Wyclif e os valdenses, opiniões que influenciaram Martinho Lutero.

Os hussitas foram divididos em dois grupos: os moderados utraquistas e os radicais taboritas (da cidade de Tábor no sul da Boêmia). Em 1420, após a morte do rei Venceslau, chegou-se ao acordo sobre um programa comum: os Artigos de Praga, que exigiam ao poder real o reconhecimento da:

  • Comunhão sob as duas espécies (os comungantes deveriam comer a hóstia e beber vinho);
  • liberdade de pregação;
  • pobreza da Igreja;
  • punição dos pecados mortais sem distinção da posição de nascimento do pecador.

O rei Sigismundo da Hungria, irmão de Venceslau, se recusou a aceitar suas exigências, de modo que os taboritas se revoltaram causando as Guerras Hussitas (1419–1436). Conduzidas pelo seu líder Jan Žižka e Procópio, o Grande, lutaram e conseguiram as vitórias de Zizkov (1420), Pankrac (1420), Kutna Hora (1422), Usti (1426) e Tachov (1427). O taboritas foram derrotados em Lipany em 1434 pelos moderados, que se aliaram com os católicos. Após o Concílio de Basileia-Ferrara-Florença e as conversações de Praga foram aceitas as Compactata (30 de novembro de 1436).

Em meados do século XV, após a morte do jovem rei Ladislau, o Póstumo da Hungria e Boêmia, em 1457, o regente Jorge de Poděbrady de inclinações hussitas se coroou como o rei dos tchecos e enganou os bispos da Hungria, a quem havia prometido converter-se para o catolicismo. Após isso, o Papa Paulo II apelou a uma cruzada contra os hereges hussitas e o rei Matias Corvino da Hungria respondeu enviando seus exércitos contra Podiebrad. Assim, em 1468 os exércitos húngaros, liderados por Blas Magyar e sob o comando de guerreiros como Paulo Kinizsi atacaram a Boêmia, mas finalmente só conseguiram conquistar os territórios da Morávia e Silésia para o rei Matias. Em 1469, as forças do rei húngaro forçaram o rei checo a renunciar seu trono, após o qual, imediatamente Matthias fez-se coroar como rei da Boêmia em 3 de maio daquele ano. Podiebrad sugeriu aos nobres checos que escolhessem Vladislav Jagiello, o filho do rei da Polônia como seu sucessor, em vez do húngaro, mas isso não aconteceu. Com a morte do único rei hussita, Podiebrad em 1471, finalmente acabou a "ameaça" para a Boêmia e seus sucessores serão todos católicos.

A maioria dos hussitas da Boêmia foram influenciados, no século XVI, por Lutero. Os taboritas mais ardentes entraram na Igreja dos Irmãos Morávios.

Ver também

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Referências

  1. Denzinger, Denzinger - Hünerman, 1198–1200 (2007). Compêndio dos símbolos, definições e declarações de fé e moral. [S.l.: s.n.] ISBN 978-85-356-1927-0 
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