Lactogênese
Lactogênese ou galactogênica é o início de formação da secreção láctea, da lactação ou fase da lactação, responsável pela produção e ejeção do leite.
Fase da secreção láctea ou produção do leite
editarA secreção do leite compreende os processos pelos quais as células glandulares são estimuladas pela prolactina, um hormônio secretado pela hipófise anterior, a sintetizarem os constituintes do leite (gordura, lactose e proteínas), a partir de componentes derivados do sangue.
Em resumo, o principal hormônio envolvido na biosintese ou produção do leite é a prolactina.[1] Sem prolactina, a síntese da proteína, principalmente a caseína, não ocorrerá, e a secreção do leite verdadeiro também não.
O leite, depois de constituído, é excretado para os alvéolos e armazenado nos canalículos, canais e ampolas galactóferas. Sua composição pode variar no período de armazenamento, uma vez que o leite permanece em equilíbrio osmótico com o sangue que irriga a glândula podendo produzir trocas de água e constituintes hidrossolúveis entre sangue e leite.
A prolactina atinge níveis sanguíneos máximos na terceira ou quarta semana de puerpério diminuindo posteriormente de forma gradual e progressiva até atingir níveis normais.
O desencadeador hormonal para o início da produção do leite dentro da célula alveolar e sua secreção na luz da glândula é o rápido desaparecimento do estrogênio e progesterona da circulação após o parto, com a saída da placenta, haja vista que, estes não existindo ou diminuindo deixam de exercer ação que impede a liberação da prolactina pela hipófise, não exercendo assim a ação antonizante sobre a mama.
Em contraposição a prolactina, o hormônio adenocorticotrófico (ACTH) e os corticosteróides aumentam suas quantidades com o desaparecimento da placenta, estabelecendo ação inibidora do PIF(fator inibidor da prolactina), aumentando a produção desta.
A fase de secreção do leite, propriamente dita inicia-se no 3° ou 4° dia de puerpério. Neste momento, observa-se o aumento das mamas e estas ficam extremamente sensíveis, túrgidas, dolorosas e quentes e, com sensação de formigamento. É a subida do leite apojadura. A apojadura marca a mudança do controle endócrino para autócrino da lactação.
O aumento do fluxo sanguíneo local e a intensificação de fenômenos secretórios produzem calor que pode ser confundido com elevação térmica patológica denominada de “febre do leite”.
O aumento do volume aumenta gradativamente, no segundo dia está por volta de 50ml/dia, no quarto ao redor de 550ml/dia após 3 meses 850ml/dia.
A fase da ejeção ou excreção láctea é determinada por um reflexo neuro-hormonal cuja via nervosa aferente inicia-se em receptores localizados nos mamilos e nos canais galactóferos, sendo que o principal estímulo é o da sucção. O estimulo age sobre a hipófise posterior, liberando via aferente, a ocitocina que é o hormônio responsável pela ejeção do leite, o qual age sobre as células mioepiteliais de alvéolos e canais galactóferos, contraindo-os.
O leite acumulado nos alvéolos não flui espontaneamente para os ductos lactíferos. A ocitocina, ao contrair as células mioepiteliais, envia o leite pelos ductos até o mamilo, resultando na ejeção láctea ou descida do leite.
O reflexo da ereção do mamilo é parte integrante da lactação. Quando o bebê suga, ou esfrega-se contra a mama o mamilo fica ereto e ajuda na saída do leite. Nos primeiros dias após o parto, o reflexo de ejeção responde a estímulos táteis, olfatórios, visuais, auditivos e até pela proximidade física, choro do bebê e pensamentos relativos a ele, em razão da indução do arco aferente. Por outro lado, este reflexo pode ser inibido pelo estresse, fadiga e dor. Boas condições emocionais são indispensáveis para a lactopoese.
A quantidade e a qualidade ideais do leite são dependentes da disponibilidade de: tiroxina, insulina, cortisol e a ingestão alimentar de nutrientes e líquidos.
A secreção de glândula mamária na 1° semana pós-parto de 0 a 5 dias é denominada de colostro, segue-se o leite transitório do 6° ao 10° dia e leite maduro do 11° dia em diante.
Referências
- ↑ «Fisiologia da lactação». Consultado em 21 de setembro de 2011