Martes martes
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A marta (Martes martes) é um mamífero carnívoro da fauna portuguesa da família dos Mustelídeos.
Marta | |||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Martes martes Linnaeus, 1758 | |||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||
Descrição física
editarA marta tem uma estrutura típica dos mustelídeos, com a cabeça larga e inclinada, orelhas pequenas e redondas, corpo comprido, patas curtas (com cinco dedos em cada uma das patas) e uma cauda comprida (Castells et al., 1993). Geralmente a coloração dorsal é castanho-escuro e na zona ventral a pelagem é mais clara (podendo mesmo ser branca). A coloração nas patas é mais escura do que no resto do corpo e estas são totalmente cobertas por pelos. Os olhos e o nariz são igualmente negros. No Verão, a coloração poderá ser mais clara (Castells et al., 1993). Não há a presença de dimorfismo sexual. Os juvenis são similares aos indivíduos adultos (Castells et al., 1993; Labrid, 1986).
Habitat e ecologia
editarA marta é uma espécie que ocupa florestas e grandes bosques com Coníferas (pinheiros e abetos), pois, encontram alimento disponível e abrigos essenciais para a sua sobrevivência (Castells et al., 1993; Labrid, 1986). Estudos relativos à Grã-Bretanha indicam que esta espécie apesar de optar por ocupar florestas, poderá também explorar habitats rochosos (Birks, 2002). A marta ocupa preferencialmente áreas de altitudes entre os 1.600 e 2.200 m, com bosques maduros ou de médio porte em que a cobertura das copas ultrapassa os 56% (Cabral et al., 2005; Ruiz-Olmo e López-Martin, 2001). Porém, pode ser também encontrada em regiões de baixa altitude (Castells et al., 1993). A sua dieta é predominantemente carnívora, alimentando-se de roedores como ratos, ratazanas e esquilos. Pode-se alimentar também de répteis, coelhos-bravos, lebres, aves (de menor tamanho que o seu), anfíbios e mel. As carcaças de outros animais também fazem parte da dieta de Inverno da marta (Kranz et al., 2008; Castells et al.,1993). A marta é um mamífero solitário e Notívago, podendo ser avistada de dia na época de acasalamento. Durante o dia, a marta geralmente está a dormir dentro de árvores ocas ou em ninhos de árvores de rapina (Castells et al., 1993). É uma espécie que não hiberna, tendo todos os sentidos muito desenvolvidos, evidenciando-se a sua audição e o olfato. Está perfeitamente adaptada ao bosque, graças a sua grande habilidade para trepar, saltar e viver nas árvores (Castells et al., 1993). Na época de acasalamento, os machos combatem entre si, podendo terminar na morte de um deles. Após a escolha do macho, o casal permanece unido no solo durante esta época (Kranz et al., 2008). A marta não é muito procurada como presa, porém, poderá ser predada por grandes águias de rapina e carnívoros de maior tamanho (Castells et al., 1993).
Factores de Ameaça
editarAs principais ameaças para esta espécie incluem perturbações de origem antropogénica como a caça furtiva, colocação de armadilhas mortais, envenenamentos acidentais, perda e fragmentação do seu habitat preferencial (bosques maduros), plantações de florestas de produção e construção de infra-estruturas (Cabral et al., 2005; Kranz et al., 2008). A marta é caçada devido ao seu pelo em algumas regiões que habita. Também, os trabalhos de controlo de outras espécies carnívoras resultam por vezes na morte da marta (Kranz et al., 2008).
Conservação
editarA marta está classificada com estatuto de conservação Pouco Preocupante (LC), segundo a Lista Vermelha da IUCN (Kranz et al., 2008), devido a sua ampla distribuição geográfica com grandes populações, a ocorrência em grande número em áreas protegidas e devido a sua tolerância a eventuais modificações do Habitat. A marta encontra-se listada no Apêndice III da Convenção de Berna (1979) e no Anexo V da Diretiva Habitats, encontrando-se em diversas áreas protegidas da sua distribuição geográfica. Encontra-se também protegida no Reino Unido pela «Wildlife and Countryside Act» (Kranz et al., 2008; Castells et al., 1993). Uma das medidas chave para a conservação desta espécie passa por favorecer e preservar o seu habitat, nomeadamente através de estratégias de renovação da floresta utilizando espécies Autóctones (como o pinheiro-bravo) e uma limpeza de matos para evitar o risco de incêndio (Cabral et al., 2005). Igualmente é necessário que sejam implementados planos de limitação de caça a esta espécie em toda a sua distribuição geográfica (Kranz et al., 2008).
Referências
editar- Abramov, A. V., Kruskop, S. V., Lissovsky, A. A. (2006). Distribution of the stone marten Martes foina (Carnivora, Mustelidae) in the European part of Russia. Russian Journal of Theriology, Russian Federation.
- Birks, J. (2002). The pine marten. The Mammal Society, London.
- Cabral, M. J., Almeida, J., Almeida, P. R., Dellinger, T., Ferrand de Almeida, N., Oliveira, M. E., Palmeirim J. M., Queiroz A., Rogado L., Santos-Reis, M. (2005). Livro vermelho dos vertebrados de Portugal., Instituto da Conservação dqa Natureza. Lisboa, Portugal.
- Castells, Á., Zamora, J., Mayo, M. (1993). Guía de los mamíferos en libertad de España y Portugal, Ediciones Pirámide. Madrid, España.
- Kranz, A., Tikhonov, A., Conroy, J., Cavallini, P., Herrero, J., Stubbe, M., Maran, T. e Abramov, A. (2008). Martes martes. Em: IUCN 2013. IUCN Red List of Threatened Species. Version 2013.2. <www.iucnredlist.org>. Acedido a 20 Março 2014.
- Kranz, A., Tikhonov, A., Conroy, J., Cavallini, P., Herrero, J., Stubbe, M., Maran, T. & Labrid, M. (1986). La martre (Martes martes, Linnaeus, 1758). Encyclopédie des carnivores de France. France.
- Ruiz-Olmo, J., López-Martín, J.M. (2001). Relaciones y estrategias ecológicas de los pequeños y medianos carnívoros forestales. Edicions de la Universitat de Barcelona, España.