Oeiras e São Julião da Barra
Oeiras e São Julião da Barra foi uma freguesia portuguesa no município de Oeiras. O seu território integrou a 16 de Janeiro de 2013 a freguesia de Oeiras e São Julião da Barra, Paço de Arcos e Caxias, no âmbito de uma reforma administrativa nacional. É sede [1] da nova união de freguesias resultante da agregação às antigas freguesias de Paço de Arcos e Caxias.
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Freguesia portuguesa extinta | ||||
Localização | ||||
Mapa de Oeiras e São Julião da Barra | ||||
Coordenadas | 38° 41′ 50″ N, 9° 18′ 30″ O | |||
Município primitivo | Oeiras | |||
História | ||||
Extinção | 28 de janeiro de 2013 | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 6,63 km² | |||
Outras informações | ||||
Orago | Nossa Senhora da Purificação e São Julião |
População
editarPopulação da freguesia de Oeiras e São Julião da Barra [2] | ||||||||||||||
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1864 | 1878 | 1890 | 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 |
2 613 | 3 495 | 4 514 | 4 070 | 5 606 | 6 067 | 4 467 | 5 197 | 6 285 | 6 857 | 13 962 | 40 358 | 43 364 | 34 851 | 33 827 |
Nos censos de 1864, 1878 e 1890 são duas freguesias distintas. Pelo decreto nº 12.783, de 07/12/1926, foram desanexados lugares destas freguesias para constituir a freguesia de Paço de Arcos. Com lugares desta freguesia foi criada em 1993 a freguesia de Porto Salvo
História
editarO Conde de Oeiras
editarO concelho de Oeiras é criado a 7 de Junho de 1759 por ordem de El-Rei D. José I. Durante a segunda metade do século XVIII, Oeiras vive um período de forte dinamismo. Fruto da acção directa de Sebastião José de Carvalho e Melo, Ministro de D. José I (Conde de Oeiras e Marquês de Pombal), durante a segunda metade do século XVIII, Oeiras vive um período de forte dinamismo e desenvolvimento local, que até então era de características predominantemente rurais. A elevação à categoria de Vila e o estatuto ganho com o estabelecimento da residência oficial do Marquês de Pombal em Oeiras permitiram não só a criação de novas acessibilidades e infra-estruturas, como também um aumento da população aristocrata na localidade. No plano económico, e tendo em conta as raízes rurais da localidade, assiste-se a mudanças muito significativas quer no campo da agricultura, quer no campo da indústria, transformando-se, em pouco tempo, numa das principais áreas de abastecimento da capital. Oeiras cresce como vila e como importante centro económico e de lazer. Cresce, por sua vez, o volume de construção de quintas apalaçadas e de casas de recreio. É durante o século XVIII que alguns dos principais monumentos da vila são construídos, com especial destaque para o Palácio do Marquês de Pombal, para a Igreja Matriz, para o centro histórico da vila e para o conjunto de fortificações construídas ao longo da linha da costa.
A criação da freguesia de Oeiras e São Julião da Barra
editarEm 1835 foram estabelecidas as bases do novo sistema administrativo, promulgada legislação adequada para a criação das Juntas de Paróquia, precursoras das Juntas de Freguesia. A freguesia de São Julião da Barra resumia-se estritamente à antiga fortificação, o que lhe dava uma característica puramente militar. No decreto de 6 de Novembro de 1836, consta que a freguesia de São Julião da Barra tinha apenas 24 fogos e encontra-se separada da freguesia de Oeiras que nessa época tinha 850 fogos[3]. Então, já em 1900, o Cardeal Patriarca decide anexar a freguesia de São Julião da Barra à freguesia de Nossa Senhora da Purificação de Oeiras. Esta desagrega-se em 1926 com a criação da freguesia de Paço de Arcos, consolidando-se a freguesia de Oeiras e São Julião da Barra.
Crescimento e desenvolvimento
editarEntre finais do século XIX e inícios do século XX, com a construção da linha ferroviária de Cascais e, posteriormente, já na década de quarenta, com a construção da Estrada Marginal, a vila ganha uma nova vitalidade, tornando-se rapidamente, pela sua situação geográfica, um local muito apetecido. Apesar do seu rápido e notável crescimento, Oeiras acabou por ser vítima de um desenvolvimento desregulado, muito ao ritmo dos movimentos pendulares e de uma política social quase inexistente que, durante muito tempo, tornou a localidade num mero “dormitório”. No começo dos anos 80, Oeiras conhece um novo período de crescimento e desenvolvimento. É a partir desta década que muitos dos principais planos e projectos de desenvolvimento sustentado começam a ganhar forma.
A concretização do primeiro PDM (Plano Director Municipal), em 1994 foi um passo fundamental no sentido de desenvolver uma política de revitalização do Município de Oeiras. Deu-se início à construção de infra-estruturas para fins sociais, culturais, recreativos e desportivos; foi posto em prática um projecto de salvaguarda e promoção do património natural; apostou-se nas ciências e nas novas tecnologias, nomeadamente com a construção de centros empresariais e centros de investigação científica e tecnológica. Esta política, moderna, de desenvolvimento sustentado reforça o carácter distintivo do município, referência ao nível nacional e internacional.
Século XXI
editarA 16 de Janeiro de 2013, no âmbito da reorganização das freguesias, a freguesia de Oeiras e São Julião da Barra é extinta e é agregada às antigas freguesias de Paço de Arcos e Caxias, criando uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Oeiras e São Julião da Barra, Paço de Arcos e Caxias.
Geografia
editarParques e Espaços verdes
editarJardins do Palácio do Marquês de Pombal
editarJardim secular de grande beleza, acolhe anualmente diversos eventos culturais, como teatro e música. Aqui é possível encontrar a Cascata dos Poetas, obra escultórica do século XVIII. Anexo ao jardim encontra-se a adega e o lagar de azeite.
Jardim Municipal de Oeiras
editarTambém conhecido por Parque Almirante Gago Coutinho, é o principal parque de Oeiras e localiza-se no vale entre Oeiras e Santo Amaro, muito próximo das estações ferroviárias respectivas. É atravessado pela Ribeira da Lage, resulta da junção de duas quintas: do lado direito a Quinta do Arriaga e do lado esquerdo a Quinta do Proença. Caracteriza-se pelo ambiente agradável e relaxante que proporciona, onde é possível encontrar lagos, zonas arborizadas, animais, uma estufa-fria e um parque infantil.
Parque urbano de Oeiras, reconhecido como um "museu ao ar livre". Possui 22,5 hectares repartido por duas fases, tendo a última sido inaugurada em 2015. Poetas como Luís de Camões, Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Sophia de Mello Breyner Andersen e Eugénio de Andrade são homenageados neste espaço urbano de lazer. Possui diversas infraestruturas, entre as quais se destacam o Estádio Municipal, o Templo da Poesia, auditórios ao ar livre e a fonte cibernética.
Quinta dos Sete Castelos
editarÁrea verde com cerca de 1,5 hectares, recentemente recuperada e localizada em Santo Amaro de Oeiras. Inclui espaços ajardinados, zona de pinhal, exemplares arbóreos de origem exótica, com bastante interesse botânico, e uma casa apalaçada.
Praias e Passeio Marítimo
editarFazem parte da localidade de Oeiras e São Julião da Barra duas zonas balneares: a Praia da Torre e a Praia de Santo Amaro de Oeiras. São bastante concorridas, sobretudo no Verão, pela qualidade do seu areal e pelas boas acessibilidades.
O Passeio Marítimo, com início na Praia da Torre, tem uma extensão de 4000 metros, prolongado-se atualmente até à Doca da Direcção de Faróis, em Paço de Arcos. Passa por zonas relevantes, tais como o complexo do Porto de Recreio de Oeiras, a Praia de Santo Amaro e a Praia de Paço de Arcos.
Oeiras Marina
editarSituado na barra do Tejo, é um complexo formado pelo Porto de Recreio de Oeiras e Piscina Oceânica.
O Porto de Recreio tem uma profundidade de 3,5 metros e um cais de recepção de 58 metros, com capacidade para 274 embarcações “a nado” e para cerca de 100 embarcações “a seco”. Dispõe ainda de estacionamento automóvel, quatro edifícios comerciais, instalações da PSP e do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
Por sua vez, a Piscina Oceânica de Oeiras, inaugurada em 1995, é constituída por dois planos de água, para adultos e crianças com uma área de 1500 m2 e 330 m2, respetivamente.
Demografia
editarNos Censos de 1991 a freguesia tinha 43364 habitantes, sendo que em 2001 o valor desceu para 34850. Em 2011 a população também teve um decréscimo, em menor escala, para 33827 habitantes.[4]
Infraestruturas
editarEducação
editarOeiras está dotada de boas escolas, desde a educação pré-escolar até ao Secundário. Ao longo dos anos houve sempre um grande investimento ao nível da educação, que visa o bom desenvolvimento de Oeiras. É atualmente o Município, a nível nacional, com maior concentração de licenciados e doutorados e um dos que apresentam uma menor taxa de abandono escolar e de saídas precoces do sistema educativo.[5]
Escolas públicas
editar- EB1/JI Manuel Beça Múrias
- EB1/JI Sá de Miranda
- EB1 Conde de Ferreira
- EB1 Gomes Freire de Andrade
- EB1 António Rebelo de Andrade
- EB 2,3 Conde de Oeiras
- EB 2,3 São Julião da Barra
- Escola Secundária Quinta do Marquês
- Escola Secundária Sebastião e Silva (antigo Liceu de Oeiras)
Saúde
editarTransportes
editarA linha ferroviária de Cascais (CP) e a Avenida Marginal são os dois grandes elos de ligação entre a localidade e os territórios vizinhos. O principal interface de transportes localiza-se na Estação Ferroviária de Oeiras, mais concretamente no Largo Henrique Paiva Couceiro, sendo a Vimeca/Lisboa Transportes e a Scotturb os dois operadores de autocarros que servem a população local. A Estação de Santo Amaro de Oeiras também se encontra nesta localidade.
De notar que apesar da existência destes meios de transporte, Oeiras é no entanto um Município que pouco aposta em outros meios de locomoção para além do automóvel. As ciclovias são praticamente inexistentes (excepção feita a alguns arruamentos de Nova Oeiras) e os passeios encontram-se degradados e/ou não cumprem os requisitos mínimos de segurança.
Combus Oeiras
editarServiço que consistia na disponibilização de carreiras urbanas de transporte coletivo com benefícios sociais e que operou no Município de Oeiras entre Junho de 2007 e 28 de Fevereiro de 2014[6]. Resultou de uma parceria entre a Câmara Municipal e a Vimeca Transportes – Viação Mecânica de Carnaxide.
Património
editarComércio e Serviços
editarA antiga freguesia acompanhou o processo de restruturação comercial e cultural da Vila de Oeiras. O Palácio do Egipto foi re-construído no centro histórico e reabriu dia 25 de Junho de 2009 incluindo um centro cultural com exposições, uma livraria sobre Oeiras, 1 nova esplanada (e mais 2 espaços ainda por inaugurar) e um novo palco para eventos culturais. Foi entretanto também reconstruído um velho edifício onde o Município de Oeiras abriu uma loja turistica para promover o Vinho de Carcavelos, produzido na Estação Agronómica Nacional localizada em Oeiras, na antiga freguesia de Oeiras e São Julião da Barra.
Gastronomia
editarDoçaria regional
editar- Queijada de Oeiras
- Palitos de Oeiras (ou do Marquês de Pombal)
Referências
- ↑ Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro (Reorganização administrativa do território das freguesias).
- ↑ Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
- ↑ «História». Unidade Pastoral de Nova Oeiras e São Julião da Barra | UP. Consultado em 7 de julho de 2016
- ↑ «Cópia arquivada». Consultado em 13 de março de 2013. Arquivado do original em 13 de março de 2013
- ↑ «Indicadores Estatísticos». www.cm-oeiras.pt. Consultado em 7 de outubro de 2015. Arquivado do original em 16 de junho de 2013
- ↑ «Serviço Oeiras COMBUS suspenso». www.cm-oeiras.pt. Consultado em 6 de outubro de 2015. Arquivado do original em 7 de outubro de 2015
Ligações Externas
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