Panticapeu (em grego clássico: Παντικάπαιον; romaniz.: Pantikápaion) é uma antiga cidade na Crimeia. Foi colónia da Grécia Antiga e um importante porto da Táurica (Quersoneso Táurico), situada no lado ocidental do Bósforo Cimério (o antigo nome do estreito de Querche, entre o Mar Negro e o Mar de Azov).

Panticapeu e outras colónias da costa norte do mar Negro
Ruínas de Panticapeu

Foi fundada por colonos milésios, na entrada do Lago Meótis[1] (o Mar de Azov), no segundo quartel do século VI a.C. na encosta de uma escarpada montanha que hoje tem o nome de monte Mitrídates. A fundação da cidade ocorreu durante o período histórico onde o movimento colonial grego dirigia a sua atenção para as férteis costas do mar Negro. Panticapeu, a oeste, e Fanagória (fundada pelos habitantes de Teos), a leste, controlavam o estreito de Querche, e portanto a passagem dos mercadores estrangeiros, que se viam obrigados a pagar direitos de portagem. A península táurica tinha exercido sempre profunda atracção sobre os gregos, já que tinha una agricultura muito florescente (em especial o cultivo de cereais), uma criação de gado muito desenvolvida e pesca em abundância, que era a base de uma florescente indústria de salga.

O século IV a.C. foi para Panticapeu o período de maior prosperidade económica e artística.

No decurso do século III a.C., a economia da cidade entrou em rápida decadência por causa da conquista das estepes por parte dos sármatas e pela concorrência dos cereais do egípcios nos mercados.

A cidade foi governada por tiranos, de nomes "Leuco", "Sátiro" e "Parisades", que, em sua maioria, foram bons governantes.[1] O último rei, de nome Parisades, não resistiu aos ataques dos bárbaros, e se rendeu a Mitrídates Eupátor.[1] Depois de Mitrídates, a cidade passou ao domínio romano.[1]

No ano 63, foi destruída parcialmente por um violentíssimo sismo, do qual recuperou com dificuldade. A invasão dos godos, e mais tarde dos hunos (em 248), infringiram-lhe golpes ainda mais duros. Finalmente, Justino I (518-527), incorporou-a no Império Bizantino.

Hoje é local de escavações arqueológicas.

Referências

  1. a b c d Estrabão, Geografia, Livro VII, Capítulo 4, 4
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