Red Summer
Red Summer (ou "Verão Vermelho") foi um período de revoltas raciais e confrontos entre as comunidades branca e afro-americana que durou boa parte de 1919. Resultou em centenas de mortos por todos os Estados Unidos, sendo a maioria das vítimas negros que foram mortos em linchamentos e, principalmente, atentados terroristas perpetrados por supremacistas brancos. A comunidade afro-americana, revoltada com a inação das autoridades (ou em alguns casos, a polícia demonstrava apoio aos agressores brancos), protestavam nas ruas e revoltas irromperam por todo o país, provocando respostas ainda mais violentas das autoridades e de gangues de brancos. Foi reportado que, de fato, a maioria dos ataques eram de brancos contra negros, sendo estes últimos a maioria esmagadora das fatalidades. Em alguns casos, a comunidade negra tentava reagir, notavelmente em Chicago e Washington, DC. O maior número de fatalidades aconteceu na zona rural de Elaine, Arkansas, onde foi estimado que entre 100 e 240 negros e cinco brancos foram mortos; cerca de 38 pessoas morreram em Chicago e 28 em Washington, além de centenas de feridos e extensos dados a propriedades, especialmente em Chicago.[1][2][3]
Verão Vermelho | |
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Nome nativo | "Red Summer" |
Data | 1919 |
Local | Estados Unidos |
Tipo | Atentados terroristas por supremacistas brancos contra a comunidade afro-americana |
Causa | Racismo |
Participantes | Supremacistas brancos e revoltosos afro-americanos |
Resultado | Revoltas suprimidas e pacificação das regiões afetadas |
Mortes | Centenas |
Inquérito | Relatório Haynes Comitê Lusk |
As revoltas raciais contra negros, resultado de uma variedade de tensões sociais nos Estados Unidos pós-Primeira Guerra Mundial, muito relacionadas a desmobilização de milhares de soldados veteranos da guerra, tanto brancos quanto negros. A economia do país não estava boa, havia competição por empregos e oportunidades de moradia entre as comunidades branca e negra. Além disso, havia tensões trabalhistas, com industrialistas utilizando mão-de-obra negra quando havia greves (a comunidade negra, mais empobrecida, raramente aderia as greves), para grande descontentamento dos trabalhadores brancos. As revoltas e as mortes foram extensamente cobertas pela imprensa, que, junto com o governo federal, temia a influência socialista e comunista no movimento dos direitos civis, enquanto o mundo assistia a Revolução Bolchevique na Rússia. Também havia o medo de anarquistas estrangeiros se infiltrando, que colocavam bombas em negócios e alvos do governo federal.[4]
O ativista de direitos civis e escritor James Weldon Johnson cunhou o termo "Red Summer"; ele trabalhava como secretário para a Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP). Em 1919, Johnson organizou protestos pacíficos contra a violência racial que ocorreu naquele verão.[5] Embora não tenha sido a primeira revolta racial na história dos Estados Unidos, muitos historiadores apontam para o "Verão Vermelho" como o início da resistência mais enfática da comunidade negra contra a opressão que sofriam pelas mãos da comunidade branca, com um evento galvanizador de emoções mas também estimulador de medo para os brancos a respeito de futuras revoltas.[6]
Referências
- ↑ The New York Times (22 de julho de 1919). «Protest Sent to Wilson». The New York Times. New York, NY: Adolph Ochs. ISSN 1553-8095. OCLC 1645522. Consultado em 4 de junho de 2020
- ↑ Barnes, Harper (2008). Never Been a Time: The 1917 Race Riot That Sparked the Civil Rights Movement. New York: Walker & Co. ISBN 9780802715753
- ↑ Whitaker, Robert (2009). On the Laps of Gods: The Red Summer of 1919 and the Struggle for Justice That Remade a Nation. [S.l.]: Three Rivers Press. ISBN 9780307339836
- ↑ McWhirter, Cameron (2011). Red Summer: The Summer of 1919 and the Awakening of Black America. [S.l.]: Henry Holt and Company. ISBN 9780805089066
- ↑ George P. Cunningham, "James Weldon Johnson", em Encyclopedia of African-American Culture and History (NY: Macmillan, 1960), 1459–1461
- ↑ Alana J. Erickson, "Red Summer", in Encyclopedia of African-American Culture and History (NY: Macmillan, 1960), 2293–4