Solitude
Solitude é um termo poético que se refere à solidão,[1][2] ou seja, ao estado de privacidade. Pode representar o isolamento e a reclusão, voluntários ou impostos, porém não diretamente associados ao sofrimento. Em inglês, é feita uma distinção entre os termos solitude e loneliness. Nesse sentido, essas duas palavras se referem, respectivamente, à alegria e à dor de estar sozinho.[3][4][5]
Solitude pode ser usada positivamente para adicionar oportunidades de meditação, concentração, introspecção ou oração individuais e alcançar um estado de paz e consolo. Na doutrina Católica, em particular com a devoção do Rosário, é possível "encher de oração as jornadas de tantos contemplativos, ou servir de companhia a doentes e idosos e crianças".[6]
Efeitos psicológicos
editarEfeitos positivos
editarHá muitos benefícios em passar o tempo sozinho. A liberdade é considerada um dos benefícios da solitude, pois as restrições dos outros não terão nenhum efeito sobre a pessoa em solitude. Com o aumento da liberdade, as escolhas de uma pessoa são menos propensas a serem afetadas pela interação com outras pessoas. A liberdade de distrações tem o potencial de estimular a criatividade.[7] Em 1994, o psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi descobriu que os adolescentes que não suportam ficar sozinhos muitas vezes param de aumentar os talentos criativos.
Outro benefício comprovado da solitude é o desenvolvimento de si mesmo ao experimentar mudanças em seu autoconceito, ajudando uma pessoa a formar ou descobrir sua identidade sem distrações externas. A solitude também proporciona tempo para contemplação, crescimento da espiritualidade pessoal e auto-exame. Nestas situações, a solidão pode ser evitada desde que a pessoa em solitude saiba que tem relações significativas com os outros.
Efeitos negativos
editarPassar muito tempo sozinho nem sempre é algo benéfico ao indivíduo. Muitos dos efeitos negativos foram observados em prisioneiros.[8] A reclusão pode desencadear respostas fisiológicas que aumentam os riscos para a saúde.[9]
Os efeitos negativos do isolamento também podem depender da idade. Crianças em idade escolar primária podem reagir negativamente. Isso ocorre principalmente porque, muitas vezes, estar sozinho nessa idade não é algo escolhido pela criança. Crianças podem procurar afastar-se quando elas não têm certeza de como interagir socialmente com os outros, preferindo ficar sozinhas, causando timidez ou rejeição social.
Enquanto os adolescentes são mais propensos a se sentirem solitários ou infelizes quando não estão perto dos outros, eles também são mais propensos a ter uma experiência mais agradável com os outros, se tiverem tempo sozinhos primeiro. No entanto, adolescentes que freqüentemente passam o tempo sozinhos não têm um ajuste global tão bom quanto aqueles que equilibram seu tempo de solidão com seu tempo social.[10]
Ver também
editarReferências
- ↑ «solitude». Dicionário Priberam. Consultado em 10 de julho de 2021
- ↑ «solitude». Infopédia. Porto Editora. Consultado em 10 de julho de 2021
- ↑ Alexander Pope. «Ode on Solitude». Consultado em 1 de abril de 2016
- ↑ «The Difference Between Solitude and Loneliness». Singlescafe.net. Consultado em 6 de março de 2013. Arquivado do original em 15 de fevereiro de 2013
- ↑ Cym (2 de março de 2011). «Effortless Flow: The Difference Between Solitude and Loneliness». Effortlessflow.blogspot.it. Consultado em 6 de março de 2013
- ↑ João Paulo II (16 de outubro de 2002). «Rosarium Virginis Mariae». A Santa Sé. Consultado em 4 de junho de 2022
- ↑ Long, Christopher R. & Averill, James R. «Solitude: An Exploration of the Benefits of Being Alone». Consultado em 6 de junho de 2019
- ↑ Kupers, Terry A. «What To Do With the Survivors? Coping With the Long-Term Effects of Isolated Confinement» (PDF). Consultado em 6 de junho de 2019
- ↑ «Loneliness triggers cellular changes that can cause illness, study shows». PsyPost (em inglês). Universidade de Chicago. 24 de novembro de 2015. Consultado em 4 de junho de 2022
- ↑ Larson, R. W. «The emergence of solitude as a constructive domain of experience in early adolescence». Consultado em 6 de junho de 2019