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Como ler uma infocaixa de taxonomiaGambá-de-orelha-preta

Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Infraclasse: Marsupialia
Ordem: Didelphimorphia
Família: Didelphidae
Subfamília: Didelphinae
Género: Didelphis
Espécie: D. aurita
Nome binomial
Didelphis aurita
Wied-Neuwied, 1826
Didelphis aurita em seu habitat natural.

O gambá-de-orelha-preta (Didelphis aurita) ou saruê, pode ser conhecido ao longo do páis por diversos nomes. O Saruê é um mamífero pertencente a família dos marsupiais, em outros países é da mesma família dos Coalas,[1] porém sofre preconceito por conta de alguns de seus hábitos, como alimentação, pois a mesma contém alguns alimentos que também estão presentes na dieta dos seres humanos como frutas, galinhas e ovos, chegando até atacarem galinheiros em zonas rurais principalmente.[2] A sua espécie pode ser de grande ajuda no controle de algumas infestações de insetos que podem trazer alguns riscos à saúde dos seres humanos, como alguns insetos venenosos,[3] que possuem alta capacidade de reprodução em algumas épocas do ano e também se alimenta de larvas, bem como restos de comidas e outros detritos. A existência da sua espécie está cada vez mais ameaçada em decorrência da frequente agressão do ser humano ao meio ambiente, que tem destruído ocasionalmente o habitat dos mesmos, uma vez que esses animais habitam também florestas.[2]

Taxonomia e evolução

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O D. aurita, é um mamífero que pertence a família dos marsupiais,[4] teve sua origem na América do Norte ainda no período cenozoico, pouco depois da extinção dos dinossauros, algumas pessoas acreditam que a sua existência se deu na Austrália, porque algumas de suas características se parecem com a dos cangurus. Principalmente, o fato de que as fêmeas carregam seus filhotes em bolsas no seu ventre. Possui ainda algumas semelhanças com os Coalas que são naturais da Austrália, por pertencer a mesma família, os marsupiais.[4]

Habitat e distribuição geográfica

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Gambá-de-orelha-preta em árvore.

Essa espécie de mamífero habita, em sua maioria, florestas tropicais úmidas com maior incidência para locais de baixa altitude, pode ser encontrado da Bahia até o baixo Rio Paraguai. Pode ser encontrada também em áreas de Mata Atlântica.[5]

Hábitos

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É um animal de hábitos sumariamente noturnos, em decorrência da sua visão ser mais apurada no período da noite, transita em regiões urbanas atraídos por restos de comida ou caso haja a existência de lixo mal condicionado, sendo assim considerados animais arborícolas e noturnos solitários.[6]

Comportamento Social

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A sua aparição cada vez mais frequente em meio urbano se da em decorrência do avanço constante da zona urbana sobre vegetações em que ele habita. Isso trás enormes riscos aos mesmo, pois, tratam-se de animais frágeis e que podem ser atropelados por carros ou serem vítimas das ações humanas.[7] A ação por vezes irresponsáveis de alguns moradores de determinadas regiões, fazem com que o número de gambás de orelha preta diminua ascendentemente em algumas regiões, ainda mais em localidades próximas a grandes centros, como regiões metropolitanas, essas ações são fruto do desconhecimento da maior parte da população que vê o animal como uma ameaça.[7]

Conservação no Brasil

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Os Gambás tem cada vez mais se adaptado as formações urbanas, principalmente, em decorrência da extrema invasão dos humanos aos habitat naturais dessa e de outras espécies.[8] A cada ano são descobertas mais espécies de marsupiais, fato esse que não extingue a necessidade de uma preservação. O Brasil, assim como toda America do Sul, por possuir grandes faixas compostas pelos mais variados tipos de florestas, se torna um ambiente propicio para que espécies como os Gambás se reproduzam, bem como, se alimente, uma vez que tal mamífero possui uma alimentação baseada em vegetais, sendo denominados arborículas.[4]

Ameças

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Outro fator que vale destacar é a grande ocorrência de acidentes com esses mamíferos, em decorrência do fato de que animal atualmente está participando cada vez mais do espaço urbano, fazendo com a sua espécies esteja cada dia mais ameaçada de extinção. Em algumas regiões do país, devido a dispersão urbana cada vez mais descontrolada, tem sido registrados com muito mais frequência acidentes, principalmente em grandes obras públicas, como por exemplo usinas hidrelétricas e também a construção de estradas.[9] Esses animais possuem características especificas dos mamíferos, fazendo com que os mesmos sejam afetados de diversas formas em algumas épocas do ano em que por exemplo a disponibilidade de recursos e alimentos é mais escassa como em estações de seca.[10] Contudo, os Gambás tem uma preferência maior por localidades de ambiente pastoril, pois há alguns alimentos da sua dieta que estão presentes em ambientes que possuem atividade agrícola.[11]

Defesa

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Essa raça possui glândulas que ficam localizadas próximo ao orifício anal do Gambá tem a função de liberar substâncias que são nocivas aos predadores, quando se sente irritado ou ameaçado, o mesmo libera uma substância, que não é agradável ao predador fazendo com o mesmo se afaste e desista da caça.[12] Porém, as fêmeas além de usarem essa glândula como defesa, usa também como meio para atrair o macho quando está no cio, o que deixa claro que essa glândula nem sempre tem esse odor, dependendo apenas da situação em que ele está.[12]

Alimentação

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A alimentação do D. aurita é bastante variada, isso faz com que a especie possua oportunidades muito maiores de se alimentar. A alimentação do gambá-de-orelha-preta é basicamente baseada em insetos, aves, vespas, formigas, abelhas, besouros e até mesmo ovos. O gênero do animal não altera a alimentação, fêmeas e machos costumam possuir uma dieta baseada nos mesmos alimentos, contudo a variedade que esse animal encontra depende do meio em que ele está inserido.[13] O fato desse animal se alimentar de insetos como escorpiões e outros insetos peçonhentos deve ser motivo mais que suficiente para que a população não elimine essa espécie de extrema importância biológica do nosso bioma. Além de prejudicar de forma extremamente grave a relação presa predador,[14] existente nos sistemas biológicos. O Gambá-de-orelha-preta, assim como outras espécies, tem a especificidade de que em épocas de estiagem longa tem a disponibilidade de itens da sua dieta reduzida de forma extremamente grave, já em épocas de períodos úmidos há uma maior disponibilidade de suprimentos, tanto de vegetais quanto de insetos que fazem parte da sua dieta, isso permite que ele se alimente com mais facilidade.

Reprodução e ciclo de vida

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As fêmeas da espécie possuem um ciclo reprodutório bastante especifico por terem a capacidade de se reproduzir de 2 até 3 vezes no ano, além de possuir um gestação rápida de 14 a 22 dias. As fêmeas tem a capacidade de após a gestação carregar os seus filhotes numa bolsa em seu ventre, ou marsúpio, podem ter de 10 a 20 filhotes onde utiliza as 13 mamas que tem para nutrir seus filhotes por mais ou menos 3 meses. Os seus filhotes costumam nascer sem pelagem alguma por seu corpo, além de serem cegos, o que os obriga a terminar o seu desenvolvimento no marsúpio da fêmea.[4] Ambiente onde os mesmos estarão protegidos de algumas ameaças, como predadores, dos quais as sua mães estão mais aptas a fugirem.

Está raça pode possuir um dimorfismo sexual,[15] ou seja, apresenta diferenças visuais de machos para fêmeas bem destacadas.[16]

Referências

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  1. «Coala». Wikipédia, a enciclopédia livre. 28 de junho de 2019 
  2. a b «Você sabe o que é um saruê? Descubra agora». Estudo Prático. 26 de janeiro de 2017. Consultado em 8 de agosto de 2019 
  3. «Insetos venenosos no Brasil: conheça os principais - Insect Bye». Insect Bye Dedetização RJ. 1 de novembro de 2017. Consultado em 15 de agosto de 2019 
  4. a b c d «Parentes de gambás deram origem aos cangurus australianos». G1. Consultado em 22 de agosto de 2019 
  5. «Didelphis aurita – Mamíferos do Espírito Santo». Consultado em 22 de agosto de 2019 
  6. «Um gambá já visitou sua casa?». Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente. Consultado em 8 de agosto de 2019 
  7. a b Região, Diário da (12 de dezembro de 2018). «Predadores do escorpião, gambás correm risco em Rio Preto». Diário da Região - Rio Preto. Consultado em 8 de agosto de 2019 
  8. «Gambá (Didelphis aurita)». FAUNA DIGITAL DO RIO GRANDE DO SUL. Consultado em 22 de agosto de 2019 
  9. Jared, Carlos; Suzuki, Hana; Antoniazzi, Marta Maria; Hingst-zaher, Erika; Cavaleiro, Mônica (2014). «MINIMIZANDO OS DESLIGAMENTOS CAUSADOS POR GAMBÁS (Didelphis sp) EM SUBESTAÇÕES ELÉTRICAS» (PDF). Minimizando os desligamentos causados por Gambás em subestações elétricas. Consultado em 15 de agosto de 2019 
  10. Bueno, Cecilia; A.L. de Almeida, Paulo José (7 de julho de 2010). «Sazonalidade de atropelamentos e os padrões de movimentos em mamíferos na BR-040 (Rio de Janeiro-Juiz de Fora)». Sazonalidade de atropelamentos e os padrões de movimentos em mamíferos na BR-040 (Rio de Janeiro-Juiz de Fora). Consultado em 12 de agosto de 2019 
  11. Gonçalves Leal, Karla Patricia (2013). «USO DO ESPAÇO POR DIDELPHIS AURITA EM UMA ÁREA FRAGMENTADA DO SUL DE MINAS GERAIS» (PDF). USO DO ESPAÇO POR DIDELPHIS AURITA EM UMA ÁREA FRAGMENTADA DO SUL DE MINAS GERAIS. Consultado em 15 de agosto de 2019 
  12. a b «Por que os gambás têm mau cheiro?». Superinteressante. Consultado em 22 de agosto de 2019 
  13. Sohn, Natacha (2006). «ESTUDO DA DIETA DE GAMBA-DE-ORELHA-BRANCA (Didelohis aJbiventrís Lund, 1841) EM UMA ÁREA URBANA DE CURITIBA-PR (MAMMALiA-MARSUPiALiA)» (PDF). Estudo da dieta de gambá-de-orelha-branca. Consultado em 15 de agosto de 2019 
  14. Falcão, Danilo; Menor, Jorge; Marcolino, Raimundo (2015). «Modelo Presa Predador (Lotka-Volterra)» (PDF). Modelo Presa Predador (Lotka-Volterra). Consultado em 15 de agosto de 2019 
  15. «Você sabe o que é dimorfismo sexual? – Instituto Nacional da Mata Atlântica». Consultado em 8 de agosto de 2019 
  16. Cherem, Jorge José; Graipel, Mauricio Eduardo; Menezes, Milton Engel; Soldateli, Marcio (1996). «Observações sobre a biologia do Gambá (Didelphis marsupialis) na Ilha de Ratones Grande, Estado de Santa Catarina, Brasil.». Observações sobre a biologia. Consultado em 8 de agosto de 2019 
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