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Loading... The Life of Lazarillo de Tormes (1554)by Anónimo, Silvia Courtier
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Sign up for LibraryThing to find out whether you'll like this book. No current Talk conversations about this book. Es un libro que leyéndolo en un buen momento y pensando en su intención, como en su estilo, originalidad y fuerza de su argumento, no queda otra que verlo como la obra maestra que es. Además, en cuanto te haces al español antiguo y con las ayudas de una buena edición crítica como esta, engancha mucho y las páginas se pasan solas. Las anécdotas son incluso más directas y fuertes en su crítica social que en Hucleberry Finn, que tenía lo suyo. Es sencillamente espectacular, no tiene desperdicio, aunque el final es tan decadente en la caída moral del protagonista que igual no termina de gustar a algunos, pero es de esa crudeza de la que se ensaña el libro, de esa corrupción moral que denuncia de su época. ( ) Pode soar pedante para alguns, ouvir alguém dizer que, por exemplo, um proto-romance espanhol de 1554, escrito por um completo anônimo, seja melhor, tenha mais dimensão psicológica, mais técnica, e mais apuro que grande parte do que se escreve atualmente. Tape o sol se quiser, mas é a mais pura verdade. Divido em pequenos tratados, Lazarrillo de Tormes constrói-se como uma falsa-epístola — ou epístola falada, segundo a introdução —, que delineia, mas não limita a narração a uma estrita primeira pessoa, e é, antes de tudo, uma narrativa ficcional aos moldes modernos; o anônimo-autor astutamente, através da recontagem das memórias, salpica detalhes que serão retomados — direta ou indiretamente — na futura ascensão do gênero romanesco; para alguns, é aqui que ele é inaugurado como o concebemos hoje. Lázaro, como narrador-personagem, conta a sua conturbada história de vida, desde o seu nascimento, a beira do Rio Tormes, até o momento da escrita da carta, que é o livro que temos em mãos; este é outro de seus recursos pensados premeditadamente, já que nos tempos de publicação, acreditava-se que este livro tratava-se de uma verdadeira carta, e que o Lázaro era realmente uma pessoa; fator que com certeza ajudou na fixação da história no imaginário daquele povo. Mas não é este o único fator. O livro sustenta-se por si, como uma narrativa bastante agradável. Presumimos — erroneamente — pela idade, que a linguagem seja densa, ou que o livro seja díficil, pelo contrário, o autor é bastante comedido, sabe como conduzir a história, com supressões engenhosas, pouca exposição, e sem explicitação desnecessária. Ele merge tudo com a narração em primeira pessoa, com a memória do Lázaro, o tom da carta, de modo que até os cortes soam críveis; um desmaio e a sua recuperação, por exemplo, serve como gancho para a passagem de diversos dias e também uma acelerada no ritmo da história. Um detalhe que me agradou, mas que na reta final vai se perdendo, é que ele não lhe entrega o ouro, mas o mantém lá para ser encontrado. Seja através dos detalhes intrínsecos da narrativa, ou perscrutando a técnica e agudez literária para a época. A exemplo deste caráter intrínseco, no final do livro, paira no ar uma suposta traição, que nos primeiros capítulos já havia surgido, sutilmente amarrado à narrativa, mas o pequeno Lázaro ainda era ingênuo aos relacionamentos, e a mensagem no momento passa em branco, apenas para ser retomada com alguma utilidade no final: "Assim passamos adiante pelo mesmo portal, e chegamos a uma estalagem, à porta da qual havia muitos chifres pregados à parede, onde os arrieiros atavam seus animais e, quando procurava reconhecer se era ali a estalagem onde todos os dias ele costumava rezar pela estalajadeiro a oração da Emparedada, agarrou um chifre e, dando um grande suspiro, disse: — Oh, coisa ruim, e ainda pior que o feitio! Quantos desejam pôr você na cabeça alheia e quão poucos desejam tê-lo, sequer ouvir o seu nome! Como o ouvi, perguntei: — Tio, o que é que está dizendo? —Cale-se, sobrinho, que isto que tenho nas mãos um dia lhe dará mau almoço e pior jantar. —Não o comerei eu —disse — e ninguém me dará para comer." A comédia, tão comentada, e que pode ser vislumbrada nessa cena, não bateu para mim, e há uma dose de repetição que vai cansando conforme a narrativa vai afunilando (a maioria dos problemas desse livro provém desta mesma raiz); em contrapartida a isso, há a boa justaposição da dicção religiosa com a crítica à própria decadência dos religiosos e da sociedade no geral, que perdura até a última palavra. O meu tratado-capítulo favorito, é quando o Lázaro imerge na psicologia do Escudeiro com quem passou um tempo, de certa maneira semelhante a um narrador mergulhando em um personagem. Este Escudeiro é um homem com delírio de honra/grandeza, dissociado com a realidade, movido por externidades; mora em uma casa completamente vazia, passa dias e dias faminto, mas toda manhã, lava o rosto, se arruma todo, põe a espada ao lado do corpo, e saí altivo pelas ruas, não suportando desaforos ou falta de respeito. Prefere passar fome do que revelar a sua pobreza, não pede ajuda ou esmolas. Em questão de relacionamento, ele, curiosamente, é o que melhor se dá com o pequeno Lázaro: se nos compadecemos do garoto, o garoto se compadece do Escudeiro; e também é dele que sai uma das melhores passagens do livro, que ainda voga na sociedade: "Vim para esta cidade pensando que encontraria aqui melhores condições, mas não aconteceu como eu esperava. Cônegos e dignitários da igreja encontro muitos, mas é gente tão bitolada que nada no mundo podería tirálos de sua limitação. Cavalheiros de meia-tigela também me solicitam, mas dá muito trabalho servi-los como escudeiro. Porque é preciso virar coringa e, senão, dizem: “Vá com Deus”. Geralmente, os salários são pagos atrasados e o mais certo é que trabalhe apenas em troca de comida. Já quando querem ficar em paz com sua consciência e pagar o nosso suor, chamam-nos à antecâmara e oferecem-nos um suado gibão, ou uma capa ou um saio surrados. Até quando um homem se põe a serviço de um senhor de título, também passa necessidades. Mas, porventura, não terei eu aptidões para servir e contentar a um desses? Por Deus, se topasse com um, penso que cativaria a sua maior confiança e que lhe prestaria mil serviços. Porque eu sabería mentir-lhe tão bem como qualquer outro e agradá-lo às mil maravilhas. Havería de rir muito com as suas graças e hábitos, ainda que nada valessem. Nunca lhe diría palavra que o desgostasse, mesmo que fosse necessário para seu bem; seria muito diligente na sua presença, em palavras e atos. Não me mataria em fazer bem aquilo que ele não visse. Eu ralharia com os criados, onde pudesse ouvir-me, para que ele pensasse que eu zelava por seus interesses. Se ele repreendesse algum criado, eu atiçaria a sua ira com agudas alfinetadas, que parecessem em favor do culpado. Falaria bem do que para ele estivesse bem e, ao contrário, seria malicioso, mofador; e delataria as pessoas da casa e os de fora dela. Bisbilhotaria e procuraria saber da vida alheia, para lhe contar tudo, e teria muitos outros dotes semelhantes, que atualmente se usam nos palácios e que muito agradam aos senhores. Eles não querem ver em suas casas homens virtuosos, pelo contrário, detestam-nos e os menosprezam. Chamam-nos de tolos e dizem que não são pessoas de negócios, nem merecem a confiança do senhor. É assim que, hoje em dia, procedem os astutos, conforme digo, como eu procedería no lugar deles (...)" De outro lado, um dos pontos a criticar, cuidadosamente, é o caráter panfletário-ideológico da história, feita justamente para correr de mãos em mãos, o que pelo conteúdo, mais a disseminação na Inquisão Espanhola, deu vazão para a censura (de centenas de anos!). Também é este caráter da história uma das razões para o escritor ter preferido o anonimato. O personagem-narrador faz duras críticas ao clero e à "baixa sociedade" religiosa espanhola, através de eclesiásticos avarentos, falsos pastores e falsos milagres; em relação a esse último, com todo um teatro intricado e elaborado, para fazer parecer que uma falsa punição divina havia tornado-se real, com fins — para surpresa de um total de zero pessoas — comerciais. No fim, quando a crítica está feita, o narrador amarra tudo muito frouxamente, e no final a boa, divertida e engenhosa narração fica como plano de fundo dessa crítica à religiosidade; soou para mim como se a história tivesse sido abandonada, como se o autor tivesse desanimado. Mas, até nas partes ruins, há partes boas. É também no final que culmina todo o foreshadowing deixado pelo velho-cego, e também é onde o narrador “se desprende” do Lázaro — não literalmente — com um tom meio naturalista/determinista, que o mostra resignado, quando o rapaz já crescido, escolhe a ignorância, o conformismo, para conseguir se encaixar na sociedade que tanto criticava. É notável esta parte especificamente, pois, a pintura da vida do Lázaro é tão interessante, e acostumamo-nos tanto com a voz sarcástica e pueril do garoto, que nos apiedamos dele até nessa má decisão, em vez de terminarmos o livro incomodados. Notas aleatórias — Um caso onde o clássico literário se integra com a cultura; por exemplo, até hoje há uma estátua em Tormes de Lázaro e o o Velho Cego, na mesma linha, Lazarillo, entrou no dicionário espanhol, significando um "guia de cegos". — Também uma pedra basilar no gênero romanesco, com meio milênio de idade; e, digno de nota, uma leitura fluída, ainda atual, que pode ser despachado numa assentada, com o acompanhamento que quiser. Sinceramente, não vejo razões para não lê-lo. — Além de ser uma das primeiras manifestações do gênero romanesco, inaugura também o gênero picaresco, precedendo o grande Quixote, que pisa sob as fundações do nosso anônimo-narrador; há uma suposição de que o adjetivo pejorativo "picareta" do nosso idioma, tenha surgido daí, do pícaro. Porém, como sabemos, são muitos anos e uma travessia idiomática conturbada a mutou; Lázaro não é bem o "picareta", no sentido que concebemos hoje em dia, ele é astuto, irônico, bem humorado, que só quer encher a barriga; não o faz por maldade ou ganância. — Li na antiga edição da Collecion Orellana, muito boa; bons paratextos, e uma ótima tradução do Pedro Câncio da Silva. — O anônimo-autor é bastante culto, há muito dos clássicos gregos, romanos e até hebraícos em sua escrita; e também parece claro que ele de certa forma tinha uma estreita relação com o clero. no reviews | add a review
Belongs to Publisher SeriesBiblioteca Adelphi (702) — 15 more Colecção História da Literatura (Livro 59) Gwasg Gregynog (1991) Insel-Bücherei (Nr. 706) Stichting De Roos (27) Wereldbibliotheek-vereniging (1965) Is contained inHas the adaptationIs abridged inHas as a supplement
"This is the first scholarly edition of David Rowland of Anglesey's 1586 translation of Lazarillo de Tormes (1554). The purpose is to make available one of the most important and influential translations into early modern English, which has had a profound effect upon the evolution of English prose fiction and the characterization of English Renaissance drama." "Lazarillo de Tormes was one of the first early modern Europe wide best-sellers. Ostensibly a racy autobiography of a young rogue and his succession of masters, in reality it is a comical and caustic expose of sixteenth century Spanish society, and especially the Church. Rowland's translation exploited the propaganda potential of the text at a time when England and Spain drifted into open war." "This edition will prove invaluable to those teaching European Renaissance studies, English Renaissance drama and English prose fiction, and has been specially prepared for The Open University course: AA305 The Renaissance in Europe: A Cultural Enquiry."--Jacket No library descriptions found. |
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Google Books — Loading... GenresMelvil Decimal System (DDC)863.3Literature Spanish, Portuguese, Galician literatures Spanish fiction Spanish Golden Age (1499-1681)LC ClassificationRatingAverage:
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